Hospital Municipal Santa Catarina acompanha mais de 3 mil pacientes transplantados

Hospital Municipal será o primeiro habilitado para fazer transplantes ainda este ano. Hoje, três meses após inauguração, unidade já presta acompanhamento para 3,913 transplantados

 De Secretaria Executiva de Comunicação

Com a inauguração do Hospital Municipal Vila Santa Catarina – Dr. Gilson de C. Marques de Carvalho, localizado no Jabaquara, pacientes recém-transplantados receberam um novo equipamento para fazer o acompanhamento das suas cirurgias. Desde junho, o Ambulatório do Programa de Transplantes (APT) já atendeu 3.913 pacientes recém-transplantados para a realização de consultas e exames pós-operatórios.

O novo ambulatório tem capacidade para realizar três mil atendimentos mensais de triagem, acompanhamento pré e pós-transplante. Em seis meses, 3.919 pacientes que passaram pela unidade precisando de transplantes de fígado, coração, multivisceral, pâncreas-rim, pulmão e rim foram atendidos.

As cirurgias de transplante ainda são realizadas no Hospital Israelita Albert Einstein, parceiro da Prefeitura responsável pelo gerenciamento do equipamento municipal. A expectativa é que até o final deste ano o município seja autorizado a realizar os transplantes no Santa Catarina. Para isso, a unidade aguarda apenas autorização dos governos Estadual e Federal.

Manoel Rodrigues de Souza Filho, 43 anos, chegou a cidade em setembro de 2015 a espera de um transplante de coração. Fez todo o pré-acompanhamento no APT e na madrugada do dia 1º de janeiro recebeu um novo órgão.

“Todo o tratamento que estou recebendo é maravilhoso. Eu pensava que por ser do SUS [Sistema Único de Saúde] teria alguma diferença, mas os médicos que me atenderam na unidade do Morumbi são os mesmos que fazem hoje o meu acompanhamento no Santa Catarina. Toda a equipe é muito atenciosa e trata todos os pacientes da mesma forma”, disse Manoel.

Hoje Manoel conversa com outros pacientes que aguardam por um transplante no hospital, passando pela situação que ele passou. “É uma espera sem prazo determinado”, disse Manoel, que também destacou a importância da doação de órgãos. “Eu sei que a minha alegria vem de uma família que até hoje deve sofrer pela perda de alguém querido, mas eu queria poder de alguma forma agradecer por este, que é o melhor presente que eu poderia receber”, afirmou.


Estrutura e serviços
O hospital foi oficialmente inaugurado em dezembro de 2015, mas desde junho a unidade presta atendimentos. O hospital conta com 30 leitos de Clínica Médica e oito de UTI Adulto, para retaguarda da UPA Vila Santa Catarina. A previsão é que a unidade receba também tratamentos clínicos e cirurgias para câncer.

A maternidade entrou em operação em outubro, com três salas no centro obstétrico, três salas de parto natural, pronto-socorro obstétrico com três consultórios, três leitos de observação, 11 leitos na UTI Neonatal (um de isolamento), 12 leitos na Unidade de Cuidados Intermediários (oito convencionais e quatro canguru), vacina, cartório, enxoval (Rede Cegonha) e triagens (neonatal, orelhinha e coraçãozinho).

O equipamento conta também com Banco de Sangue, Unidades de Terapia Intensiva adulta e neonatal. A estimativa é que a unidade realize, por ano, 14 mil internações. Também estão disponíveis serviços como laboratório de patologia clínica e cirúrgica, hemodinâmica, ecocardiografia, endoscopia, exames por imagem (radiologia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética) e diálise.


Histórico
Há sete anos a cidade não ganhava um novo hospital geral. O equipamento é o primeiro de alta complexidade da rede municipal, beneficiando 2,6 milhões de pessoas. Atualmente, estão em construção na capital mais dois hospitais, em Parelheiros e na Brasilândia.

O atendimento no local foi iniciado após a compra, reforma e equipagem do antigo hospital particular Santa Marina. A ideia de aquisição e reativação do hospital, fechado pela iniciativa privada há mais de quatro anos, foi uma sugestão da comunidade local, apresentada ao prefeito Fernando Haddad em visita à UBS Integral Jardim Miriam II.

O nome do novo hospital, também escolhido pela comunidade, homenageia o médico pediatra Gilson de C. Marques de Carvalho, um dos idealizadores do Sistema Único de Saúde no Brasil, morto em 2014, aos 68 anos.