Apaixonado pelas Corridas de Rua, atleta cria projeto social para crianças de Itaquera

Francisco da Silva conta sua história e explica como funciona o projeto “Correndo para o futuro”

Francisco Carlos da Silva é paulistano, nascido e criado no bairro de Itaquera, zona leste de São Paulo. Apaixonado por corridas há 15 anos, ele levou o esporte há outros níveis e, junto à Associação Esportiva e Cultural Kauê Itaquerense, criou o projeto social “Correndo para o futuro”, que busca afastar crianças e adolescentes do sedentarismo e de outros perigos do ócio, através das corridas de rua.

“Montamos uma pista de atletismo de 200 metros, com 5 raias, no asfalto da rua Nicolino Mastrocola (altura do nº 288), em Itaquera. As aulas acontecem às segundas, quartas e sextas das 19h às 20h30. O número de participantes por aula varia de 20 a 50 crianças, de acordo com o clima”, conta Francisco.

Qualquer criança na faixa etária entre 5 e 17 anos pode participar do projeto. Os alunos também podem morar em outros bairros da cidade. “Nós firmamos apenas um compromisso antes delas começarem as aulas de atletismo: todas têm que estudar, tirar boas notas e manter a disciplina.”

O “Correndo para o futuro” já formou inclusive atletas que hoje estão na elite do esporte. Francisco, orgulhoso, diz que meninos do projeto já foram campeões do Troféu Brasil, do Pan-Americano Escolar, entre outras competições. “O projeto é de inclusão social, muitos participam para criar novas amizades e interagir com o grupo, mas também lidamos com crianças que têm o sonho da profissionalização e da chance de viver do esporte. Buscamos oferecer ao menos o mínimo de condições para que eles se desenvolvam e depois indicamos os atletas para grandes clubes da cidade”, o professor explica.

E de onde surgiu essa paixão de Francisco pelas corridas de rua? “Há 15 anos era atleta de futsal e de artes marciais e, para melhorar nesses esportes participei de uma São Silvestre. Na subida da Brigadeiro Luis Antônio eu já estava cansado demais e muita gente começou a jogar água para mim e me incentivar a terminar a prova. Nunca havia passado por isso na luta ou no futsal e achei maravilhosa essa solidariedade entre os atletas e o público. Nunca mais parei de correr.”

Um corredor como Francisco não poderia ficar de fora do Circuito Popular de Corridas de Rua promovido pela Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, e ele explica como conheceu a iniciativa: “Tenho contato com a SEME desde a primeira etapa do Circuito Popular. Aliás, conheci os organizadores, participei de reuniões, escrevi em blogs, lutei muito pela inclusão de Itaquera entre as etapas. Não havia um percurso no bairro e muitos garotos que queriam participar tinham problemas de deslocamento e transporte para freqüentar provas em bairros mais afastados, mas quem é apaixonado pelo esporte se desdobra e faz de tudo para estar presente nos eventos.

Lutamos muito até o bairro de Itaquera ser incluído no Circuito”.

E sobre as provas da SEME, Francisco comenta: “As etapas melhoraram bastante com o passar dos anos. Minha sugestão para que fiquem ainda melhores seria a premiação por faixas etárias. Os atletas sentem-se muito mais valorizados ao receber prêmios e muitos não têm condições de competir com as elites. As corridas se tornaram um mercado, por vezes com inscrições super faturadas, caras, que impedem muitas pessoas de participar das provas e o Circuito da SEME, por ser gratuito, só tende a ganhar mais adeptos”.

A prova de Itaquera é, por motivos óbvios, a preferida de Francisco e no próximo domingo ele estará no Parque do Carmo para mais uma etapa do Circuito Popular de Corridas de Rua. “Estarei lá com vários garotos do “Correndo para o futuro” e com um pessoal da terceira idade que participará da caminhada de 2,5 km. Vamos fazer uma bonita festa e celebrar o Dia dos Pais e o esporte”, ele finaliza.

Texto: Vanessa Dini - vdini@prefeitura.sp.gov.br
Fotos: Arquivo Pessoal do entrevistado
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/noticias/?p=153809