Primeiro bairro da América Latina a ser iluminado por LEDs, Heliópolis, na região do Ipiranga, recebeu nesta terça-feira (29/09) a visita do secretário de Serviços, Simão Pedro, para falar sobre as vantagens que o novo sistema proporciona, entre eles o da melhoria de qualidade de vida ao cidadão e o da economia de consumo de energia elétrica – cerca de 40%- ao município. Acompanhado pelo diretor do Departamento de Iluminação Pública (Ilume), Alberto Serra, o secretário foi recebido por moradores e líderes locais na sede da União Núcleos Associações e Sociedade de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (Unas).

Iniciado em 21 de setembro e com previsão de conclusão em janeiro do próximo ano, a nova iluminação, composta por 1.189 luminárias substitui as atuais lâmpadas de vapor de sódio e de vapor de mercúrio. Ao todo, serão contemplados 224 logradouros, numa extensão de 24 quilômetros, beneficiando 195 mil moradores, ao custo estimado de R$ 3 milhões. A intervenção começou pelas ruas Coronel Silva Castro e Cônego Xavier.

“Por ser o primeiro bairro a ser contemplado com LED, essa visita é a primeira reunião de trabalho que fazemos com a comunidade para reforçar o caráter de uma conquista. Vocês (moradores) estão entrando na história, o que mostra que é com luta e educação que se constroem as coisas”, enfatizou Simão Pedro.

Ao falar sobre o que a pasta que comanda tem feito, disse que a iluminação é uma política auxiliar de segurança, além de contribuir para tornar a cidade mais bonita. “Nesse sentido, remodelamos desde o início da gestão (2013) cerca de 250 mil pontos (substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio por de vapor de sódio) e acrescentamos ao parque luminotécnico outros 45 mil pontos, hoje estimado em aproximadamente 620 mil unidades. Ou seja, nunca fez-se tanto para a iluminação pública da cidade como agora”, justificou.

Simão Pedro também falou sobre outra conquista alcançada pelo bairro: a instalação até o final do ano de um laboratório de fabricação digital, o Fab Lab. “Trata-se de um telecentro do futuro, uma verdadeira marcenaria digital, em que os munícipes poderão usufruir de equipamentos de última geração para criar “quase tudo””.

No total, a cidade terá 12 laboratórios digitais dotados de impressoras 3D (impressão de objetos), fresadoras (usadas para corte ou desbate de madeira, plásticos, isopor etc), fresadora de precisão (capaz de produzir placas de circuitos eletrônicos), cortadora a laser (permite cortes com precisão milimétrica) e cortadora de vinil (corta com precisão adesivos e papéis de gramaturas variadas).

Grande projeto - Em sua fala, Alberto Serra, destacou que a intervenção na iluminação de Heliópolis vai além da troca de lâmpadas e componentes. “Estamos readequando a rede de distribuição da iluminação, o que permitirá que tenhamos, em média, uma redução de 40% no consumo de energia elétrica”, destacou. “Trata-se de um grande projeto, que exige ajustes na execução, daí a necessidade de se conversar com a comunidade. O objetivo é chegar a um objetivo comum”, ressaltou.

Presente ao encontro, Gabriela Pinto, representante da Action Aid Brasil, movimento global de pessoas que trabalham para promover os direitos humanos e superar a pobreza, disse que a precarização dos serviços públicos é maléfica para as mulheres, já que contribui para aumentar a probabilidade de violência contra elas. “Só para citar um dado de pesquisa feita por nós, cerca de 70% das mulheres desviam de seus itinerários por conta das ruas escuras. Na prática, a iluminação pública eficiente é o direito que elas têm de irem e virem”. Isso explica a comemoração de Cleide Alves, diretora da Unas: “estamos celebrando uma conquista que vale por uma vida”.

Diferenças entre os tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação paulistana:

Lâmpadas de vapor de mercúrio: possuem luz branca. Tem a mesma durabilidade das lâmpadas de vapor de sódio (cerca de 5 anos), porém perdem a luminosidade em pouco tempo

Lâmpadas de vapor de sódio: possuem luz amarela, apresentam cerca de 60% mais fluxo luminoso e são até três vezes mais econômicos do que as lâmpadas de vapor de mercúrio. Duram cerca de 5 anos.

Lâmpadas de vapor metálico: duram em média 5 anos. Emitem luz branca, possuem maior luminância e reproduzem melhor as cores. Geralmente são usadas em grandes avenidas, parques e praças.

Lâmpadas LED: além de baixa manutenção e alta eficiência energética, outra vantagem do LED é sua longa vida útil, cerca de 12 anos.

texto: SES