Centenas de mulheres da Brasilândia se reuniram para combater a violência

Programação especial encerrou Mês da Mulher - evento reuniu ativistas, órgãos públicos e a população da Brasilândia para ação educativa e atendimento

Considerada uma das regiões da cidade com maiores índices de violência contra a mulher, a Brasilândia, zona norte da Capital, recebeu neste sábado (29) um dos eventos de encerramento da programação especial do Mês da Mulher. Durante o ato São Paulo não tolera a violência contra a mulher, órgãos públicos, ativistas e a população trocaram informações sobre o combate à violência de gênero.
“Os índices de maior violência estão aqui na região norte, mais na parte da Brasilândia, e na zona leste, na região do Sapopemba. Optamos por fazer este tema forte para cá com o objetivo de fortalecer o combate à violência neste bairro”, afirmou Denise Motta Dau, secretária de Políticas para as Mulheres, que apresentou no evento o vídeo da campanha educativa “Quem ama abraça, fazendo escola”, que integra uma ação de conscientização realizada nas escolas da rede municipal.
As atividades aconteceram durante todo o sábado na Praça Victório Finzeto, conhecida como Praça da Paz, e procuraram divulgar os serviços de defesa da mulher e de denúncia de abusos. Crianças, jovens e adultos também do sexo masculino prestigiaram as atividades. Dentre elas, a apresentação do grupo teatral “As Mal Amadas”, que abordou situações de violência doméstica e desigualdade de gênero.
Foi realizada a distribuição de cartilhas e havia atendimento de uma unidade móvel da Defensoria Pública. A secretaria municipal de Assistência Social ofereceu informações e verificação de cadastro para programas sociais. O público pode participar de outros atividades culturais, como a apresentação do Grupo Teatral Companhia Kiwi e de exibições dos documentários Amapô e 4 Minas.
Para advogada Sonia Maria Nascimento, eventos como estes são importantes para aproximar as mulheres do poder público. “É preciso trazer aos bairros autoridades, delegados, defensores e juízes para que as mulheres entendam que existem instrumentos para atendimento, que eles estão à serviço da mulher que sofre violência”, afirma Sonia, que é coordenadora do Instituto da Mulher Negra Geledés, que atua nas zonas leste e norte da Capital.
“Somos uma secretaria nova e neste mês de março as ações descentralizadas serviram para conhecermos mais os movimentos sociais das regiões, as defensoras públicas, as delegadas, a comunidade. São nas regiões mais distantes do centro que há mais carência de serviços e de orientações”, explicou Denise Motta Dau. A programação especial do Mês da Mulher trouxe ao longo de março eventos temáticos para as zonas leste, sul, oeste e norte da capital.
Encerramento
Também integraram o encerramento do Mês da Mulher neste fim de semana uma oficina para jornalistas e diálogo com mulheres com deficiência. No sábado, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, recebeu o curso “O espaço da mulher no jornalismo”. A atividade de formação para profissionais de imprensa contou com as palestrantes Raquel Moreno, militante no gênero e fundadora do Observatório da Mulher, e Roseli Fígaro, professora e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA - USP).
No domingo (30), em parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) e com a participação do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência, houve um diálogo no Centro Cultural São Paulo. Um grupo de mulheres com deficiência debateu eixos importantes relacionados aos direitos e necessidades do segmento, em temas ligados à saúde, violência e educação.