Saúde divulga o quinto balanço de dengue e chikungunya na cidade

Durante coletiva, secretário-adjunto Paulo Puccini apresentou dados consolidados até a décima semana epidemiológica, que registrou 15.789 notificações e 4.436 casos confirmados

O secretário-adjunto de saúde, Paulo Puccini, apresentou nesta quinta-feira (26) o quinto balanço do ano sobre a situação da dengue até a décima semana epidemiológica. No período de 4 de janeiro a 14 de março, 15.789 casos foram notificados e 4.436 foram confirmados autóctones (contraídos no município). No mesmo período de 2014, a cidade teve 4.326 casos notificados e, destes, 1.412 autóctones confirmados. Cerca de 47,5% dos casos estão concentrados na zona norte de São Paulo.

Acompanhe a situação da transmissão da dengue no município de São Paulo
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Na capital paulista, a taxa de incidência até março é de 29,9 casos por cem mil habitantes. Para o mesmo período, em todo o Estado, a taca chega a 191,6, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em outras grandes cidades do Estado, como Campinas e Sorocaba a taxas de incidência está em: 477,4 e 1.246,7, respectivamente. Em todo o Brasil, foram registrados 224.101 casos e a taxa de incidência é de 110,5. Somente o Estado de São Paulo é responsável por 55,2% dos casos.

“Mesmo a região norte, está abaixo da incidência apresentada no Estado de São Paulo e isso não é menosprezar a importância de estarmos aqui e da dengue. Estou falando que a situação de São Paulo, apesar de tudo, com seus 12 milhões de habitantes, está em uma situação de risco menor hoje que o Estado pensado como um todo”, afirmou Puccini.
Durante todo o ano de 2014 a capital registrou 28.990 casos autóctones (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano. Em 2015, a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde, baseada no coeficiente de incidência das primeiras oito semanas e na taxa de positividade dos exames feitos no laboratório municipal, é que o número pode ser até três vezes maior. Apesar do aumento, a taxa de letalidade do município é semelhante a apresentada no ano passado, com 0,045% ante a 0,048% em 2014.
Dois óbitos pela doença foram confirmados até agora na cidade de São Paulo. Um óbito de uma senhora de 84 anos, moradora da Brasilândia, ocorrido no dia 28 de janeiro, foi confirmado e de um garoto de 11 anos, morador do Jardim Ângela, ocorrido no dia 9 de março. O caso do óbito de um homem de 35 anos que foi internado no Hospital São Lucas, em Diadema, segue em investigação, com apoio do Instituto Médico Legal (IML). Já para a febre chikungunya, neste ano, não há registro de casos autóctones, mas foram registrados quatro casos importados, todos de fora do país.

“O instituto Adolfo Lutz é um laboratório, que identifica se o vírus está presente ou não naquela amostra. Agora, para definir se o óbito ocorreu em função da dengue, é preciso uma investigação. Uma investigação clínica e epidemiológica para confirmar e quem faz isso é a Autoridade Sanitária Municipal. E esse caso é de natureza tão confusa que está em análise no IML”, disse o secretário-adjunto.
É importante esclarecer que a dengue está mais associada às altas temperaturas e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena concentração de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso pode ser um criadouro.

A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) considera que o aumento dos casos neste ano está associado ao calor, que acelera o desenvolvimento do mosquito e ao acúmulo de água limpa sem proteção, devido à crise de abastecimento dos últimos meses. De acordo com pesquisa revelada no último dia 12 com base no número de criadouros nas residências apontou um aumento de 212,7% no número de baldes e de 135,3% de reservatórios não ligados à rede, como caixas d’água. Os dados fazem uma comparação entre outubro de 2014 e fevereiro deste ano e coincidem com o aumento da densidade larvária ou o volume de larvas encontradas, que saltou da taxa de 0,24 para 1.01 domicílios com larvas dentro de cem pesquisados.

Por este motivo, a Prefeitura reforçou o trabalho dos 2.500 agentes de zoonoses em toda cidade, com ações de visitas porta a porta, grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de pessoas. Desde o último dia 9, com apoio das subprefeituras, foram realizadas em toda a cidade 22 operações Cata Bagulho, 25 “arrastões”, 24 ações de intensificação de distribuição de telas para caixas d’água e dez limpezas de córrego. Além disso, na próxima semana, serão instaladas três tendas na região norte da cidade, em parceria com os cinco grandes hospitais filantrópicos da cidade, para ampliar a realização de exames de dengue e serviços de reidratação, com capacidade para 100 atendimentos em cada local. As tendas já estavam previstas no Plano de Contigência, elaborado no ano passado, é recomendado e aprovado pelo Ministério da Saúde.
“Na medida do necessário, nós vamos abrir mais tendas, mas avaliamos agora que três, na próxima semana, na zona norte, seriam importantes. Paralelamente a essa coletiva, está acontecendo a reunião final com os hospitais para a programação funcional dessas tendas”, afirmou Puccini.
Os paulistanos devem se atentar à necessidade de ação individual preventiva para eliminar criadouros de mosquito Aedes aegypti. A visita de equipes é programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados. E uso de nebulização pesada ("fumacê") só ocorre em última instância, emergencial, e funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros. Mais de 86.000 domicílios já passaram por ação da nebulização, beneficiando mais de 350.000 pessoas.

Desde segundo semestre do ano passado, a secretaria municipal de Saúde intensificou as ações de prevenção e adotou duas novas estratégias para o combate às doenças. A portaria 2.286/2014 estabelece que os serviços públicos e privados de saúde devem realizar, em até 24 horas, a notificação compulsória dos casos suspeitos. A Secretaria criou ainda comitês locais de prevenção nas subprefeituras, para fortalecer o contato com a comunidade e o trabalho integrado nas ações de campo. Durante uma reunião realizada na manhã de hoje, diretores de hospitais públicos e particulares receberam orientações de como agir e como diagnosticar os casos da doença.

Desde o dia 12 de fevereiro, o Plano Municipal de Combate ao Aedes-Aegypti ganhou reforço com a integração de equipes da Defesa Civil. Em cerimônia realizada no Vale do Anhangabaú, no centro da capital, 32 viaturas do órgão foram entregues devidamente adesivadas e equipadas com alto-falantes para a conscientização da população. Sete viaturas estão somente na região norte, mais atingida pela dengue.

Durante a vigência do plano, toda quarta-feira, desde 25 de fevereiro, equipes da Secretaria de Saúde distribuem panfletos e revistas educativas que tratam das formas de prevenção e combate aos criadouros em pontos estratégicas da cidade, de grande concentração de pessoas, como terminais de ônibus e portas de estações de metrô.

Como prevenir:
• Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
• Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
• Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
• Caixas d'água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
• Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
• Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
• Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva;
• Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou "Operação Cata-Bagulho";
• Cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge; ponha água só na terra.

 

Fonte: Secretaria Executiva de Comunicação