Novembro termina com chuvas acima do esperado

Temperaturas e taxas de umidade ficaram próximas da média

 De acordo com os dados aferidos pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE), o índice pluviométrico médio na cidade em novembro, que apresentou 22 dias com chuva, foi de 166,6 mm. O índice ficou 23% acima da média histórica para o período, que é de 135,2mm. O mês transcorreu com médias de temperaturas e taxas de umidade relativa do ar próximas do esperado segundo a média histórica da cidade para o mês, calculada com os índices mensais desde 1995.

Das 28 subprefeituras monitoradas pelas estações meteorológicas automáticas do CGE, 25 superaram a média de chuvas esperada para o mês. As regiões que tiveram maior precipitação foram respectivamente São Mateus, com 269,7mm, Penha, com 254,4mm, Parelheiros, com 249,3mm, e Aricanduva/Vila Formosa, com 240,2mm. As subprefeituras que registraram menos chuva foram as de Cidade Ademar, com 96,8mm, Pinheiros, com 103,6mm, Butantã, com 106,4mm, e Capela do Socorro, com 109,0mm. “Como a maior parte das chuvas foi forte, rápida e localizada, condição comum na primavera, algumas subprefeituras tiveram acumulados bem maiores que as outras”, explica Michael Pantera, meteorologista do CGE.

Os índices médios regionais também não foram homogêneos: a região em que mais choveu foi a Zona Leste, com 202,6mm, seguida pelo Centro, com 166,9mm, e pelas zonas Sul, com 151,8mm, Norte, com 151,7mm, e Oeste, com 119,2mm.
Vale observar que novembro do ano passado havia sido o mais chuvoso desde 1995, ano de início do banco de dados do CGE, com 249,5mm acumulados em média na cidade. Novembro de 2016 é o 7º mas chuvoso da série, ficando atrás dos anos de 2015 (249,5mm), 2006 (217,2mm), 2000 (199,0mm), 2002 e 2004 (ambos com 183,3mm) e 2009 (178,2mm). Os novembros mais secos registrados são os de 1998, com 33,4mm, 1999, com 67,2mm, 2005, com 78,0mm, 1996, com 82,1mm, e 2003, com 84,4mm.

Temperaturas e umidade
As temperaturas mínimas oscilaram em torno da média na maior parte do mês, com exceção do período entre os dias 18 e 22, em que a atuação de uma massa de ar polar tardia provocou madrugadas mais frias na Grande São Paulo. Além disso, nota-se outro declínio significativo dos termômetros nos dois últimos dias do mês. Com isso, a média mensal das temperaturas mínimas foi de 16,7°C, valor que ficou 0,9°C abaixo dos 17,6°C esperados para esta época do ano. A madrugada mais fria ocorreu no dia 20, com média de 11,4°C na cidade, enquanto a mais abafada foi a do dia 28, com 20,6°C. A temperatura absoluta mais baixa foi de 8,7°C, registrada no dia 20 na região de Capela do Socorro, na Zona Sul. Já a maior temperatura mínima foi de 22°C, registrada no dia dois na estação Santana, na Zona Norte da capital paulista.

“Novembro teve chuvas um pouco acima do normal, alternando tardes quentes com outras mais amenas. Isso influenciou diretamente os índices de umidade relativa do ar, que também apresentaram essa alternância ao longo do período”, observa Pantera. Boa parte do mês registrou valores dentro do recomendado, ou seja, acima dos 60%, porém muitos dias tiveram os menores índices entre 40% e 60%. A umidade relativa média na cidade não chegou a atingir níveis inferiores aos 30%, índice que configuraria estado de atenção para baixa umidade do ar, porém em algumas estações os índices individuais ultrapassaram levemente este limite por pouco tempo. A tarde mais seca ocorreu no dia 21, com os valores mínimos de umidade relativa oscilando em torno dos 35,4% em média na capital. Neste mesmo dia também foi registrado o menor valor absoluto, com 25,8% na estação do Butantã, na Zona Oeste.

Tendência para o verão e próximos dias
Às 8h44 do dia 21 de dezembro ocorre o início do verão, que se estende pelos meses de janeiro, fevereiro e termina em meados de março. “A estação se caracteriza basicamente por dias mais longos e noites mais curtas. São observadas também mudanças rápidas nas condições do tempo, que levam à ocorrência de chuvas de curta duração e forte intensidade, principalmente no período da tarde”, afirma Pantera. “Especialmente para o Sudeste do Brasil é esperado um aumento significativo nas temperaturas, favorecendo os temporais no final das tardes, geralmente associados com o calor e a chegada da brisa marítima. As instabilidades da estação também podem estar associadas à passagem de sistemas frontais e à formação do sistema meteorológico conhecido por Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), cuja principal característica é a ocorrência de chuvas por vários dias, resultando em enchentes e deslizamentos de terra”, completa.

O verão vindouro deve transcorrer sob período de neutralidade climática e com probabilidade de um evento fraco e curto de La Niña, que é o resfriamento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial. Com isso, o prognóstico é de uma estação com chuvas em torno da média histórica, o que significa elevados acumulados, normais para essa época do ano. Além disso, poderemos ter volumes um pouco abaixo dos últimos verões, já que estes períodos foram marcados pelo fenômeno El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial e favorece a ocorrência de temporais com elevado volume de chuva.

Nos próximos dias o sol volta a predominar e favorece a elevação das temperaturas. No fim de semana, uma área de baixa pressão provoca chuvas generalizadas e volumosas.

Na sexta-feira (02) o sol aparece entre nuvens e eleva gradativamente as temperaturas. As mínimas oscilam em torno dos 16°C, enquanto as máximas podem chegar aos 25°C. No final da tarde, a chegada da brisa marítima aumenta a nebulosidade e favorece a ocorrência de chuvas na forma de pancadas isoladas.

O sábado (03) ainda começa com sol, variação de nuvens e temperaturas em elevação. Os termômetros variam entre mínimas de 17°C e máximas que podem superar os 27°C. Entre a tarde e a noite, a propagação de uma área de baixa pressão provoca aumento de nebulosidade e chuvas na forma de pancadas generalizadas, com raios e rajadas de vento na capital paulista.

 

FONTE: CGE