Leishmaniose Tegumentar Americana

 

 

Formas amastigotas de Leishmania sp
(Fonte: Atlas de parasitologia Clínica Viqar Zaman, 1979)

 


 

 

O que é?

A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas, de transmissão vetorial, causada por protozoários do gênero Leishmania e acomete o homem, mamíferos domésticos e silvestres.

As três principais espécies causadoras de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no Brasil são: Leishmania (Leishmania) amazonensis; Leishmania (Viannia) guyanensis e Leishmania (Viannia) braziliensis.

Transmissão:

Por meio da picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. A fêmea, ao exercer o hematofagismo, inocula as formas promastigotas. Não há transmissão de pessoa a pessoa.

Vetores:

No Brasil, as principais espécies envolvidas na transmissão da LT são os flebotomíneos do gênero Lutzomyia.

Infecções por leishmanias que causam a leishmaniose tegumentar (LT) foram descritas em várias espécies de animais silvestres (roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres), sinantrópicos (roedores) e domésticos (canídeos, felídeos e equídeos).

Entretanto, não há evidências científicas que comprovem o papel dos animais domésticos como reservatórios das espécies de leishmanias, sendo considerados hospedeiros acidentais da doença.?

Período de incubação:

No ser humano, em média de dois a três meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (dois anos).

Sintomas: 

A doença manifesta-se sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa, que podem apresentar diferentes manifestações clínicas.

 

Prevenção:

  •  Uso de mecanismos de proteção individual (repelentes, telas em portas e janelas, camisas de mangas compridas e calças, meias e sapatos);
  • Evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado;
  • Manejo ambiental, por meio da limpeza de quintais e terrenos, para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas do vetor;
  • Limpeza periódica dos abrigos de animais domésticos;
  • Realizar a destinação adequada do lixo orgânico;
  • Inserir em todos os serviços que desenvolvam as ações de vigilância e controle da LT ações de Educação em Saúde, com o envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais.?

 

Observação: Não são recomendadas ações objetivando a vigilância de animais domésticos para a LT. No entanto, em áreas de transição ou de ocorrência concomitante de LT e leishmaniose visceral, faz-se necessária a identificação da espécie do parasito.

 

Veja também:

 PROFISSIONAIS:

 

Tratamento

O tratamento da LT deve ser indicado de acordo com a forma clínica.

Diagnóstico Laboratorial

Diagnóstico Parasitológico

  • Exame Microscópico Direto: detecta a presença de formas amastigotas do parasita nas lesões em amostra animal.
    • Resultado: 24 a 48 horas.
  • Isolamento do Parasita: a partir de fragmentos da lesão de amostras animal, em meio acelular com posterior identificação e caracterização do parasita.
    • Resultado: 30 dias.

 Diagnóstico Molecular

  • Detecta a presença de DNA de Leishmania spp. em biópsia de lesão de amostra animal e em espécimes de flebotomíneos.
    • Resultado: 07 dias.

 

Interpretação

O diagnóstico da LTA deve ser clínico, epidemiológico e laboratorial. O isolamento de formas promastigotas do protozoário na cultura confirma casos de leishmaniose. No caso de PCR positivo será realizado sequenciamento para identificação da espécie de Leishmania.

Envio Correto de Material

 

Material
    • Exsudato da borda da lesão;
    • Biópsia da borda da lesão;
    • Fêmeas de flebotomíneos

 

Conservação/Transporte

    • Exsudato: manter a lâmina à temperatura ambiente;
    • Biópsia: solução fisiológica estéril refrigerada, até 24 horas após coleta;
    • Espécimes: pool de até 50 fêmeas de mesma espécie capturadas no mesmo local e período, imersas em álcool 70%.

Observação:

·           Os parasitas encontrados na biópsia são mais abundantes em lesões mais recentes.

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