Pro-Aim

Boletim PRO-AIM nº 31 / 1º trimestre 1998

Mortalidade por câncer de próstata no município de São Paulo

A mortalidade por câncer de próstata vem apresentando tendência de crescimento em vários países do mundo. No Brasil, o coeficiente de mortalidade padronizado por idade passou de 5,1 por 100.000 homens em 1980 para 7,8 em 1996. A mesma tendência se observa no estado de São Paulo, cujas coeficientes passaram de 8,3 por 100.000 homens em 1970/71 para 12,6 em 1991/92. Esta tendência crescente e o aumento da possibilidade de cura do câncer de próstata através do diagnóstico e tratamento precoces mostram a sua relevância para a saúde pública.

Neste boletim, o PRO-AIM descreve a situação da mortalidade por câncer de próstata no município de São Paulo visando contribuir para o conhecimento do problema na cidade. Em 1997, as neoplasias foram a terceira causa de morte no município, representando 14% do total das mortes entre os homens, sendo superadas somente pelas doenças do aparelho circulatório (29,0%) e causas externas (19,8%). Dentre os óbitos por neoplasias no sexo masculino, o câncer de próstata respondeu por 625 mortes (11,5% do total), ocupando a terceira posição entre essas causas, vindo em seguida aos cânceres de pulmão 885 óbitos - 16,3%) e de estômago (868 óbitos - 12,3%). A importância relativa do câncer de próstata, entre todas as mortes por neoplasias, variou segundo a faixa etária. No grupo de 50 a 59 anos, os óbitos por esse câncer ocuparam a oitava posição na ordenação das mortes por neoplasias. Na faixa de 60 a 69 anos ficaram em terceiro lugar e no grupo de 70 a 79 anos, em segundo. Após os 80 anos foi o principal câncer.

Além da importância númerica, observou-se ainda na cidade uma ascensão dos coeficientes de mortalidade por câncer de próstata entre 1991 e 1997. Os valores foram de 6,8 e 13,2 / 100.000 homens nestes anos. O aumento se concentrou na faixa etária de 70 anos e mais, cujo coeficiente passou de 119,0 para 350,2 / 100.000, correspondendo a uma ascensão de 194%. Os níveis para os demais grupos etários apresentaram ascensão discreta com oscilações ao longo da série. Em 1997, os coeficientes nas faixas de 50-59 e 60-69 anos, foram de 7,2 e 56,2 / 100.000 homens, respectivamente.

Em relação a distribuição dos óbitos por câncer de próstata segundo a faixa etária, em 1997, no município de São Paulo, observou-se que 75% das mortes ocorreram após os 70 anos, 19,8% entre 60 e 69 anos, sendo que apenas 5% das mortes ocorreram antes dos 60 anos. Não foram registradas mortes entre homens abaixo de 30 anos de idade naquele ano.

Diversos estudos epidemiológicos buscaram estabelecer os fatores de risco para o câncer de próstata. Todavia, só foram observadas associações consistentes com a idade e a existência de antecedentes familiares. A eficácia de medidas preventivas e de controle populacional, como o "screening", sobre a mortalidade tem sido questionada. No entanto, o Instituto Nacional do Câncer, ao considerar que a evolução do câncer de próstata ocorre de forma lenta, podendo levar anos até surgirem os primeiros sintomas clínicos, recomenda a realização periódica de exames para o diagnóstico precoce que incluem o toque retal e dosagem de substâncias produzidas pela próstata. Avaliando que o diagnóstico e tratamento precoces elevam as possibilidades de cura, o Instituto Nacional do Câncer recomenda que os exames sejam realizados a partir dos 50 anos, mesmo na ausência de sintomas, com início aos 40 anos se existirem antecedentes familiares.

É importante ainda ressaltar que, com o crescimento do número e da proporção de idosos na população do Município de São Paulo, ocorre um aumento da demanda devida às doenças crônicas não transmissíveis, entre estas, os cânceres, aos serviços de saúde. Esta parcela da população, com suas necessidades específicas, passa a exigir adequação na abordagem de seus problemas, seja através da prevenção, da cura ou da reabilitação. As intervenções extrapolam o setor saúde e envolvem a formulação de uma política pública e social geradora de qualidade de vida para todos.

Para maiores informações, entre em contato com:
PRO-AIM
Viaduto Dona Paulina - Baixos
CEP: 01501-020 São Paulo-SP
Tel/fax: (011) 3247-7038 / 3247-7033
e-mail : proaim@prefeitura.sp.gov.br