Saúde participa de lançamento da Campanha Nacional de Mobilização Visibilidade Trans

Organizada pela AIDS Healthcare Foundation, ação visa ampliar realização de testes de sorologia para AIDS no Brasil

Evento contou com a presença de 200 participantes do programa municipal de transcidadania

 

Por Beatriz Prado
Foto: Edson Hatakeyama

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participou nesta quinta-feira (17), na Sala do Conservatório da Praça das Artes, do lançamento da Campanha Nacional de Mobilização Visibilidade Trans, que deve ampliar a testagem de HIV/Aids e acesso à saúde da população de travestis e transexuais. O evento foi organizado pela SMS, AHF (AIDS Healthcare Foundation), organização não-governamental, e Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Participaram o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania Eduardo Suplicy, a diretora da AHF Brasil Cristina Raposo e a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids Eliana Gutierrez.

“A inciativa de propiciar a qualquer pessoa a realização de testes para verificação do HIV é muito significativa. Quando temos conhecimento de que oito pessoas por dia morrem em decorrência da Aids, é fundamental ampliar todas as medidas de prevenção e elevar o grau de cidadania para todos”, declarou Suplicy.

O evento contou com a presença de 200 participantes do programa municipal de transcidadania, que atua na reinserção social, capacitação profissional, acesso à saúde e educação da população trans do município. A organização da campanha apresentou quatro vídeos de incentivo à realização da testagem e a necessidade de acesso à saúde da população trans. Os vídeos serão veiculados nos ônibus da capital e na Rede São Paulo Saudável, da SMS, com transmissão nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas 26 Unidades Especializadas em DST/Aids.

Ampliação de acesso

Eliana Gutierrez, que representou o secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha, falou sobre as ações desenvolvidas para a população LGBT no município. “Desde o início da gestão, através do Programa Transcidadania, a Prefeitura de São Paulo vem desenvolvendo ações articuladas entre diferentes secretarias para a garantia da cidadania. No eixo da saúde são nove unidades básicas na região central que oferecem o tratamento de hormônioterapia, a testagem nas UBS, e unidades móveis, orientação sobre prevenção e a distribuição de preservativos e a campanha da AHF, muito importante para ampliar o acesso aos serviços”, disse a coordenadora.

Cristina Raposo falou sobre a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para o acesso à saúde da população trans. “No Brasil, a principal missão da AHF é fortalecer as ações do SUS, que é o suporte para a oferta da saúde de forma igualitária para todos. O Brasil tem sido apontado como um dos países mais violentos no trato com a população LGBT e, em especial, com mulheres e homens transexuais. As situações de violência e exclusão social provocada pelos estigmas diminui a expectativa de vida há décadas e ameaça os direitos da população”, disse.

Tâmara Araújo, de 33 anos, é cabelereira e profissional do sexo. Ela faz a testagem, a cada três meses, em unidade de referência do município. “Há seis anos comecei a frequentar a UBS para fazer a testagem e já conheço todos os profissionais. O atendimento é muito bom. Também somos orientados para prevenir o contágio de HIV e outras DST’s. Hoje em dia está muito complicado, conheço pessoas que foram contaminadas, então, é preciso se cuidar”, disse Tâmara.