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Sexta-feira, 24 de Junho de 2022 | Horário: 13:10

Saúde realiza 87 mil atendimentos preventivos para idosos e alerta para os perigos de queda no dia internacional de prevenção

Especialista aconselha tirar tapetes, fios elétricos e bancos do caminho; 4,2 mil internações por quedas foram feitas nos últimos dois anos

De acordo com levantamento realizado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), por meio do Sistema Integrado de Gestão de Assistência à Saúde (Siga), entre janeiro de 2017 e junho de 2022 foram realizados 87.284 atendimentos aos idosos para a prevenção de quedas dentro ou fora de casa. A Área Técnica de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da SMS monitora as ações de prevenção de quedas em todos os equipamentos de saúde, com orientações para o cuidado voltado aos idosos e destaca a data de 24 de junho, Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Idosos, como uma aliada para a causa.

Entre janeiro de 2021 e abril de 2022, foram registradas pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH) 4.299 internações por queda de pessoas com mais de 60 anos de idade. Segundo Lilian Faria, da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa da SMS, a queda de idosos pode estar relacionada a diversas causas, incluindo alguma alteração que indica fragilidade física e que precisa ser corrigida ou monitorada. “Temos sempre o enfoque na manutenção da independência e autonomia deste indivíduo pelo maior tempo possível”.

Fatores de risco

Fatores como história prévia de quedas, principalmente o uso de drogas psicoativas, vasodilatadores, diuréticos, condições crônicas de saúde, distúrbios da marcha e equilíbrio, sedentarismo e piora da capacidade funcional, deficiência visual e declínio cognitivo estão intrinsicamente relacionados a quedas e acidentes domésticos, explica Lilian. “Usamos o Dia Internacional de Prevenção de Quedas em Idosos para intensificar ações tanto nas nossas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) quanto no Programa Acompanhante de Idosos (PAI) e Unidades de Referência à Saúde do Idoso (Ursis), mas orientamos e estimulamos nossos serviços a realizarem atividades como rotina e não somente nessa data. Essa é uma das frentes de atuação do programa Nossos Idosos, que está em todas as UBSs”, finaliza.

A queda também pode estar relacionada a fatores do ambiente, como iluminação, superfícies escorregadias, tapetes, desníveis e obstáculos no caminho, além de roupas inadequadas. Foi o que aconteceu com a aposentada Maria da Luz Nunes Rodrigues, 88 anos, que, segundo conta, gostava de “fazer arte”. “Antigamente eu costumava limpar janela, subir no tanque, na escada, hoje não faço mais isso. Depois de certa idade, caí enquanto andava na calçada, cheia de entulho com pedras. Em outro momento, estava na área comum do prédio, fui pular uma pequena mureta, não alcancei, bati a perna, cortei e fui para o pronto-socorro dar pontos. Também já caí na escada do condomínio por causa dos óculos. Hoje redobro os cuidados com as orientações do PAI, uma equipe nos auxilia aconselha a tirar fios elétricos do caminho em casa, tomar cuidado com bancos, mesas e cadeiras. Tirei todos os tapetes e aqui em casa posso andar até no escuro que estou segura. Sinto falta de subir em árvores, mas a gente tem que evitar que coisas ruins aconteçam”, diz ela, que é acompanhada pela equipe do PAI Butantã.

Importância do apoio da família

Para Clarissa Rogel Righi, médica clínica do PAI Butantã, o apoio da família é muito importante para incentivar esses cuidados, contribuir com a mudança em casa e até acompanhar no dia a dia em uma caminhada ou atividade. “Isso evita consideravelmente as quedas. Naturalmente, com o envelhecimento, a gente tem uma perda de massa muscular e só isso já é um alerta de possíveis quedas. Nossa maior dificuldade para que eles se cuidem, por meio da prevenção, é o apego emocional desses idosos a móveis, tapetes e até a vergonha de terem itens de segurança no banheiro, como barras. Isso é um tabu”, pontua.

Toda pessoa idosa que sofrer queda deve ser encaminhada a um serviço de urgência e emergência para avaliação imediata dos danos e prevenção de agravamento do quadro. A abordagem multidisciplinar é necessária também quando há fraturas, traumas e fobias advindas da queda, além de uma investigação para a identificação das possíveis causas e intervenções que corrijam esses fatores a fim de prevenir novas quedas. A investigação também deve incluir a verificação de eventual associação a situações de violência como empurrões ou falso relato de queda. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) do município está preparada para o atendimento e acompanhamento desses casos que devem ser referenciados aos diversos serviços conforme a necessidade apresentada, esclarece Rosa Marcucci, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa da SMS.

O Programa Nossos Idosos atende milhares de cidadãos com mais de 60 anos nas 470 UBSs da cidade, realizando ações importantes para a manutenção da independência e autonomia como aplicação da avaliação multidimensional da pessoa idosa na Atenção Básica (AMPI-AB) para assegurar melhor qualidade de vida no envelhecimento. Além disso, cerca de 11.500 munícipes são atendidos por equipes do PAI que atendem especificamente idosos em alta situação de vulnerabilidade, e por profissionais especializados das Ursis que atendem idosos fragilizados. Em todos esses serviços, também são realizadas atividades físicas e motoras como ioga, meditação, trabalhos manuais e práticas integrativas e complementares.

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