Surtos de sarampo estão em curso em vários países da Europa. Já a região das Américas foi considerada livre da doença viral aguda em setembro de 2016; porém, desde fevereiro deste ano, o Brasil registra a circulação do vírus do sarampo (genótipo D8, circulante na Venezuela desde 2017) nos estados de Roraima e Amazonas.
O sarampo e a rubéola possuem vigilância integrada desde 1999, tornando oportuna a detecção de casos e surtos bem como a efetivação das medidas de controle. As duas doenças são de notificação obrigatória e imediata, o que deve ocorrer em até 24 horas após o atendimento.
Após a notificação de caso suspeito de sarampo, são desencadeadas ações que seguem os protocolos vigentes do Ministério da Saúde:
• Investigação do caso suspeito: busca dos dados clínicos e da investigação laboratorial junto aos serviços de atendimento;
• Investigação epidemiológica: avaliação de deslocamentos do caso suspeito com intuito de desencadear medidas para prevenir novos casos;
• Orientação de isolamento social do caso pelo período máximo de transmissão;
• Vacinação seletiva; ou seja, vacinação dos não imunizados ou com esquema de vacinação incompleto para a idade após a avaliação do comprovante de vacinação das pessoas expostas em todos os locais frequentados pelo caso suspeito, tais como: residência, escola, unidade de saúde, meio de transporte utilizado em viagens no período de transmissão da doença, etc;
• Acompanhamento de todos os expostos para verificar o aparecimento de novos casos.
Em caso de confirmação, é realizada ampliação da vacinação denominada Operação Limpeza, que implica na busca exaustiva de todos os suscetíveis - não vacinados ou com vacinação incompleta -, mediante a vacinação casa a casa, incluindo os domicílios e os estabelecimentos coletivos, como, por exemplo, escolas, creches, canteiros de obras, etc. A ação abrange todos os locais frequentados habitualmente pelo caso confirmado de sarampo, segundo os critérios do Ministério da Saúde.
A Campanha de Vacinação Contra a Poliomielite e o Sarampo será realizada no município de São Paulo no período de 6 a 24 de agosto, em consonância com o Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde.
Sintomas
O sarampo é uma doença viral aguda com alto potencial de transmissibilidade e que pode cursar com complicações graves como pneumonia, encefalite, otite média, laringotraqueobronquite, infecções secundárias bacterianas e, tardiamente, panencefalite esclerosante subaguda. O quadro clínico é caracterizado por febre alta, exantema maculo-papular generalizado (manchas vermelhas no corpo), tosse, coriza e conjuntivite. O exantema surge entre o segundo e quarto dias de doença.
Trata-se de uma doença de transmissão respiratória, que ocorre através das secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Além disso, o contágio também ocorre por dispersão de aerossóis com partículas virais.
O período de incubação (do momento do contágio ao aparecimeto de sintomas ou sinais) geralmente é de 10 dias, podendo variar de sete a 18 dias. O período de transmissibilidade é de sete dias antes do exantema até sete dias após o seu aparecimento.