Mudança climática gera aumento no atendimento a crianças com doenças respiratórias

Unidades realizam 30% mais atendimentos entre o outono e o inverno; tempo frio e seco pode causar bronquiolite e pneumonia

O Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), unidade da secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, gerenciada em parceria com o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, alerta para o aumento de doenças respiratórios no outono.

Na unidade, a procura quase dobrou: enquanto, entre janeiro e fevereiro, foram atendidas em média aproximadamente 3,5 mil crianças por mês, em março, esse número chegou a 6,5 mil. E, nos primeiros 20 dias do mês de abril, já foram cerca de cinco mil atendimentos.

As quedas na temperatura, somadas com a baixa umidade do ar e com o aumento da poluição, contribuem para a propagação de vírus e bactérias, atingindo principalmente as crianças. Até o começo de agosto, é comum o aumento de casos de doenças respiratórias.
Nesta época, a possibilidade de infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório aumenta, podendo causar, principalmente nos bebês e crianças com até 2 anos de idade, a bronquiolite – inflamação nos bronquíolos. Os sintomas mais frequentes da doença são a falta de ar intensa e cansaço do bebê em pequenas ações, como a de mamar.

Além disso, é muito comum o atendimento a pacientes já com quadro de pneumonia – inflamação do pulmão – podendo ser bacteriana. Os sintomas da pneumonia são tosse com catarro, febre e dificuldade para respirar. É indicado que os pais procurem atendimento médico sempre que houver os sintomas.

Durante as estações mais frias e secas do ano, estima-se um aumento de pelo menos 30% no atendimento, não apenas de crianças, mas também de idosos que apresentam problemas respiratórios pelas unidades de saúde da capital.

"Para evitar que as crianças fiquem vulneráveis a doenças respiratórias, é importante manter o ambiente onde elas permanecem por mais tempo arejado e limpo. Nos dias mais secos, vale utilizar umidificadores de ar ou colocar bacias com água nos cômodos. A hidratação também deve ser reforçada. Vale lembrar que a pneumonia pode ser contraída por meio do contato com outra criança já doente", orienta Antonio Carlos Madeira, diretor do HMIMJ.