Seminário debate melhorias nos registros de recém-nascidos em São Paulo

Profissionais de diversos setores ligados à área da saúde participaram do XVI Seminário da Análise da Qualidade e Informação do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc)

Por Laura Yoko
Fotografia Jonathan Muniz

O XVI Seminário da Análise da Qualidade e Informação do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc) foi realizado na manhã desta quinta-feira (15) no auditório João Yunes, da Faculdade de Saúde Pública de São Paulo, na Avenida Doutor Arnaldo, região da Paulista. Na ocasião, debateu-se a importância de preencher corretamente os registros dos recém-nascidos, principalmente se houver malformações congênitas.

Segundo a professora Ieda Oriolli, médica geneticista e membro da Coordenação do Estudo Colaborativo Latino-americano de Malformações Congênitas (ECLAMC), o uso correto das Declaração de Nascidos Vivos (DN) e da Declaração de Óbito (DO) são essenciais para que o Sinasc e ECLAMC realizem pesquisas e procurem soluções na área da saúde. “Os seminários são realizados por que esse (registro) é um trabalho longo e difícil. São muitas pessoas e muitos processos envolvidos. Os profissionais devem estar informados, motivados e principalmente ver o resultado do seu trabalho. Isso é fundamental. É um trabalho a longo prazo, mas a gente vê ‘pelas curvas’ que está dando certo ”, diz Ieda.

Professora Ieda está com um vestido preto de bolinhas brancas. Usa óculos e sorri para a foto. Atrás dela, um banner com a classificação final do Selo SINASC 2017.

Os dados ajudam a identificar focos geográficos e tendências temporais, além dos estudos de casos, que podem ser por fator genético ou ambiental.
A identificação de foco geográfico é necessária para que, se caso for comprovada uma epidemia, o setor público possa enviar recursos e realizar campanhas de prevenção. Para as tendências temporais, seria indicado a prevenção primária, busca de casos e tratamento adequado.

O seminário alinha as ideias e auxilia os profissionais a realizarem corretamente o preenchimento de dados, visto que grande parte dos erros são referentes a dados incompletos e má digitação. “É um trabalho que vai de boca em boca. O pessoal vem aqui, vê que é bom, fala para o outro, e esse se estimula a vir. Acho que o caminho é esse. A divulgação é algo que contribui muito. É um trabalho de toda a sociedade em conjunto ”, acrescenta.

Outros assuntos foram debatidos no seminário como: apresentação da Rede Latino-americana de Malformações Congênitas (RELAMC), microcefalias e investigação dos óbitos fetais.

 

Trabalho em equipe

De acordo com Eneida Sanches Ramos Vico, enfermeira e membro do Sinasc, para se obter o resultado desejado, o trabalho em grupo e alinhamento de ideias é imprescindível. “Hoje reunimos aqui profissionais de diferentes áreas. É como a construção de um prédio. Cada um fará uma parte diferente, mas no final dá o conjunto da obra. Nem sempre iremos participar da finalização do trabalho. Mas nos sentirmos integrantes dessa construção, é a ideia base ”, completa.

Em um auditório, poltronas pretas com estofado vermelho são preenchidas por participantes. Ao fundo, um palco com um telão branco, uma mesa de madeira, a qual estão quatro palestrantes sentados. À direita do palco, um pulpito e atrás bandeiras do governo do estado de são Paulo, Brasil e SUS. À esquerda, um piano de madeira.