Casos de AIDS caem mais de 6% em 2016 em São Paulo

Foram registrados 2.042 casos no ano passado contra 2.190 em 2015; em contrapartida, a notificação compulsória a partir de 2014 gerou elevação no registro de casos de HIV

Por Thiago Pássaro

Fotos Edson Hatakeyama

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, por meio do Programa Municipal DST/AIDS, com base nos dados do SINAN-CCD/COVISA e da Fundação SEADE, avaliou em 2016 uma redução expressiva no registro de casos de Aids no município. No último ano, a capital paulista registrou 2.042 casos, uma redução de 6,7% com relação a 2015, quando houve 2.190 casos. Já em relação a 2014, a redução foi de 16,7%, com 2.453 notificações.

O PM DST/AIDS usou como base de comparação o ano de 2014 – data em que os casos de HIV passaram a ser de notificação compulsória, o que impactou no registro de casos: em 2016, foram notificados 3.151 casos de HIV, um aumento de 23% com relação a 2014, com 2.562 casos. Porém, apenas 9% a mais que em 2015, com notificação de 2.891 casos.

"Não é possível inferir que há mais casos, mas apenas que a vigilância está mais atenta e atendendo o preconizado pelo Ministério da Saúde que é o de notificar todos os casos registrados. Estamos cumprindo o nosso objetivo de diagnosticar precocemente o HIV", explica Maria Cristina Abatte, coordenadora do PM DST/AIDS da capital.

O registro de casos de HIV/AIDS ainda é maior no sexo masculino: 80,9%; ou 4.202 registros do total de casos de HIV/AIDS. Os outros 19,1%, ou 991 casos, no sexo feminino. A proporção de três casos de Aids registrados em homens para cada caso registrado em mulheres é a mesma desde 2010. Já no caso de HIV, desde 2015 são cinco casos masculinos para cada caso feminino.

Com relação à faixa etária, a maior proporção de casos de AIDS em mulheres é entre 35 e 39 anos (15,7%). Já entre os homens a maior faixa de infecção é entre 25 e 29 anos (19,4%). Para o HIV, no entanto, o maior número de notificações ocorre para ambos os sexos na mesma faixa etária: entre 25 e 29 anos, com 25,6% e 16,7%, respectivamente.

As mulheres com HIV/AIDS têm, proporcionalmente, uma menor escolaridade quando comparadas aos homens. As notificações de Aids em 2016 para quem tem 12 anos ou mais de estudos foi de 35,1% em mulheres e 55,8% em homens. Porém, quando se observa as notificações de HIV, pelo mesmo tempo de estudo, esta taxa aumenta: 39,3% para o sexo feminino e 66,0% para o masculino.

Em relação à raça/cor, houve 36,5 casos de Aids em pretos a cada 100.000 habitantes; 24,7 casos em pardos; e 15,4, em brancos. De HIV, estes números de notificação também aumentam: 52,2 casos em pretos a cada 100.000 habitantes; 37,4, em pardos; e 24,1 em brancos.

A maior proporção de casos de Aids acontece em mulheres heterossexuais. Já para o sexo masculino, 55,9% dos casos ocorridos em 2016 ainda são em Homens que fazem sexo com Homens (HSH). Os homens heterossexuais representam 27,3% dos casos. Nos casos de HIV, essa proporção é respectivamente de 70,5% para HSH e 14,4% para homens heterossexuais.

A Taxa de Mortalidade para 2016, porém, se manteve igual a do ano anterior: 6,1 óbitos por Aids a cada 100 mil habitantes.

Dia Mundial de Luta contra a Aids

Em celebração ao Dia Mundial de Luta Contra AIDS, comemorado nesta sexta-feira (1º), o PM DST/AIDS (PM DST/AIDS) instalou um laço gigante no prédio da Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo, no Centro da cidade. O laço vermelho é o símbolo mundial da luta contra o HIV/AIDS e, na versão paulista, também ganhou as cores da capital: vermelho, preto e branco.

Com cerca de 20 metros de altura e posicionado em um ponto da região central com bastante visibilidade, a ideia é chamar a atenção e causar impacto nas pessoas a respeito dessa campanha tão importante de prevenção ao vírus causador da Aids, o HIV, e à doença; o laço ficará no local até o próximo domingo (3).

Desde as 10h, a unidade móvel do Programa Municipal de DST/AIDS e as equipes dos serviços especializados estão no Vale do Anhangabaú, Centro, realizando testes para detecção do HIV até às 16hs, com distribuição de insumos de prevenção. Também no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, das 10h às 22h, está acontecendo uma ação de testagem rápida e gratuita de HIV realizada pelo Programa Estadual de IST/AIDS em parceria com o PM DST/AIDS.

Na tarde desta sexta-feira está previsto que os relógios de rua da capital exibam mensagens sobre a campanha, para informar e conscientizar os transeuntes. Os prédios dos hospitais municipais também estarão iluminados em vermelho em alusão à data festiva. Além disso, no final da sexta, a partir das 20h, o painel digital da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também na Paulista, exibirá laços vermelhos, que são o símbolo do enfrentamento à Aids.