Programa Municipal de DST/AIDS participa da Cúpula Mundial de Hepatites

Evento tem como objetivo discutir os avanços e desafios para o enfrentamento global das hepatites virais

Por Thiago Pássaro

A cidade de São Paulo recebe entre os dias 1º e 3 de novembro a Cúpula Mundial de Hepatites (World Hepatitis Summit – WHS), evento internacional que tem como objetivo discutir os avanços, desafios e o desenvolvimento de políticas públicas globais para o enfrentamento das hepatites virais (HV).

A cúpula deve reunir cerca de 800 pessoas entre representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Aliança Mundial contra as Hepatites (World Hepatitis Alliance - WHA), ministros, sociedade civil, gestores e cientistas.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo participará do evento com a representação de três de seus órgãos: a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), o Programa Municipal de Hepatites Virais e o Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS).

“Teremos a oportunidade de trocar experiências com líderes internacionais sobre o que a capital paulista e outras cidades do mundo têm feito para o enfrentamento das hepatites”, diz Robinson Fernandes de Camargo, coordenador do PM DST/AIDS em exercício.

A OMS estima que 325 milhões de pessoas no mundo vivam com infecção crônica pelo vírus da hepatite B (VHB) ou da hepatite C (VHC). Em 2015, cerca de 1,4 milhão de pessoas morreram por conta das infecções.

No Brasil, 561.058 casos de hepatites virais foram confirmados entre 1999 e 2016, segundo o Boletim Epidemiológico de HV de 2017 do Ministério da Saúde. Do total, 162.847 (29%) são referentes aos casos de hepatite A, 212.031 (37,8%) de hepatite B, 182.389 (32,5%) de hepatite C e 3.791 (0,7%) de hepatite D.

Rumo à eliminação

Durante o evento, serão discutidas cinco diretrizes para que as cidades do mundo todo as coloquem em prática. O objetivo é a eliminação das hepatites virais como ameaça à saúde pública até 2030.

As diretrizes fazem parte da Estratégia Global para as hepatites virais, um compromisso assumido por 194 países durante a 69ª Assembleia Mundial de Saúde, que aconteceu em maio de 2016.

Entre as estratégias estão o conhecimento da situação das hepatites, a equidade de acesso aos serviços de saúde, a sustentabilidade de financiamento e inovações em programas, produtos e políticas para o enfrentamento das hepatites.

O objetivo é que até 2030 o mundo tenha 90% das pessoas com acesso à vacinação, 90% dos que vivem com algumas das hepatites saibam do diagnóstico, 90% população testada e 80% em tratamento, além de 90% dos bebês vacinados contra a hepatite B e 100% das doações de sangue examinadas. A expectativa da OMS é que, com essas marcas alcançadas, o número de mortes caia 65% e haja uma redução de 90% dos novos casos no mundo.