Agosto Dourado nas Unidades Básicas de Saúde da Região Sul

As UBSs de toda Região Sul da cidade promoveram ações especiais para celebrar a Semana Mundial do Aleitamento Materno

Por Marie Serafim

A Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre os dias 1º e 8 de agosto, incentivou muitas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a intensificarem a programação de atividades voltadas à promoção da saúde das mães e filhos e à proteção e apoio à amamentação materna.

Em todas as ações ressaltou-se a importância da amamentação e da qualidade do leite materno que, além de alimentar e ser rico em nutrientes necessários ao desenvolvimento do bebê, também tem anticorpos, que passam da mãe para o filho, ajudando a aumentar as defesas do neném e evitando que ele adoeça com facilidade, entre outros.

A UBS do Parque Regina, distrito do Campo Limpo, organizou um chá da tarde para mães e seus bebês. No encontro, falou-se sobre promoção, proteção e importância do apoio da família e da sociedade ao aleitamento. Na UBS Chácara do Sol, Capela do Socorro, ao longo da semana os profissionais tiraram as dúvidas das mães usuárias sobre a amamentação, ministraram palestras e organizaram uma confraternização, com direito a um bom café da manhã.

Na região do M’ Boi Mirim, um grupo da UBS Novo Jardim debateu a amamentação e organizou uma exposição com fotos sobre o tema, para incentivar as mães a adotarem e manterem essa prática que tantos benefícios traz para a saúde e para a criação de vínculos entre mães e bebês.

Na região de Cidade Ademar e Santo Amaro, a UBS Jardim Miriam II promoveu uma arrecadação de frascos de vidro para armazenar leite materno no Banco de Leite. Houve também relatos de experiências, entrega de folders sobre amamentação e fornecimento de informações sobre técnicas, benefícios e mitos que envolvem o aleitamento.

No território de abrangência da Coordenadoria Regional de Saúde Sul, o foco foram programações e eventos voltados ao tema.

Casa Ângela – Centro de Parto Humanizado

A Casa Ângela, localizada na região de M’Boi Mirim, é dedicada ao parto humanizado.

Para comemorar o Agosto Dourado, a Casa preparou uma programação especial, em 4 de agosto, com direito a dança materna, exposição de fotos enviadas pelas mães que são pacientes da instituição, um vídeo em homenagem a elas, um bate-papo sobre amamentação e um lanche nutritivo para todos os presentes. Para fechar essa semana tão especial, em 8 de agosto aconteceu um piquenique e algumas atividades no Parque do Povo.

Apoio da Casa Ângela

Para muitas mulheres que fazem o acompanhamento na Casa de Parto, é muito importante receber apoio e informações a respeito da amamentação, e ter com quem conversar sobre suas ansiedades, medos, dúvidas e expectativas. E é exatamente isso o que lá encontram, garantem as entrevistadas.

Ítala Patrícia Franco de Melo, 38, doula(*), enfrentou algumas dificuldades para amamentar, pois um dos seus mamilos é invertido (quando o bico do seio encontra-se virado para dentro à semelhança de um umbigo) e sofreu, no início do processo, de ingurgitamento mamário – excesso de leite nas mamas, mais popularmente conhecido como ‘leite empedrado”, que causa desconforto, dor e às vezes até febre. “Tive todo o apoio que precisava na Casa Ângela, porque não se trata de um processo só físico, pois existe, ainda, a questão emocional que também impacta muito e as consultoras de amamentação nos ajudam muito ao nos ouvir, enfim, ao escutar o que a gente de fato precisa”, encerra ela, que ainda amamenta seu filho de 1 ano e um mês.

Bárbara Aparecida de Moura Brainer, enfermeira da Casa Ângela, também teve sua filha na Casa de Parto: “Na primeira semana de amamentação, foi difícil, dolorido, mas vale muito a pena. Sempre costumo falar para minhas pacientes que amamentar é um exercício de persistência. Por isso, é importante essa assistência, pois muitas mães desistem do aleitamento por não poder contar com esse tipo de apoio oferecido pela Casa”, diz Bárbara, que amamentou sua filha até os 2 anos e sete meses.

Para Sofia Cardoso Teixeira Gomes, 35 anos, que veio de Portugal para conhecer a Casa Ângela, é muito importante existir esse apoio mútuo entre as mulheres”. Segundo ela, que faz parte de um grupo de defesa do parto humanizado e da amamentação, a maneira como essa atividade é desenvolvida aqui em São Paulo é muito interessante e criativa, pois no país lusitano ações dessa natureza acontecem apenas por meio de palestras: “quem sabe, eu não leve essa ideia para além-mar?, questiona e sonha ela.

Serviço

Casa Ângela – Centro de Parto Humanizado
Rua Mahamed Aguil, 34 – Jardim Mirante.

Você sabe o que é doula?

(*) Doula, a palavra grega que significa a ‘mulher que serve’, é muito apropriada para designar quem trabalha como assistente de parto, com ou sem formação médica, com a tarefa de “proporcionar informação, acolhimento e apoio físico e emocional às mulheres durante a gravidez, o parto e o pós-parto”, de forma a torná-lo de fato assistido, protegido e humanizado. Isso não envolve nenhum tipo de procedimento médico, como fazer exames médicos, aferir a pressão, administrar medicamentos, entre outros.