Coordenadoria Centro participa de ação cidadã no feriado de Tiradentes

O 14º Encontro Cultura e Cidadania da População em Situação de Rua contou com a participação dos profissionais de saúde bucal, da Unidade Odontológica Móvel, e das equipes do Consultório na Rua atuantes no território central paulistano

Por Nilson Hernandes

Pessoas fazem fila em frente à unidade móvel estacionada na praça da Sé. Ao fundo, árvores e postes de luz.

Os profissionais atuantes nas equipes do Consultório na Rua (CnR) e na Unidade Odontológica Móvel (UOM) da área territorial da Coordenadoria Regional de Saúde – Centro (CRS – Centro) promoveram ações de promoção e prevenção da saúde durante o 14º Encontro Cultura e Cidadania da População em Situação de Rua no feriado de Tiradentes, comemorado na última sexta-feira, 21, no calçadão em frente à Catedral da Sé.

Organizado pelo Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, a ação cultural e cidadã também contou com a participação de técnicos de secretarias municipais e estaduais e da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Artistas circenses, atrações musicais e o coral da Guarda Civil Metropolitana (GCM) animaram o público e os trabalhadores durante a ação no Marco Zero de São Paulo, que teve início às 9h e se estendeu até às 17h.

Os técnicos da saúde bucal atenderam 85 pacientes no consultório instalado na UOM, orientando-os sobre a importância do asseio para a prevenção de doenças, distribuindo kits, com escovas e creme dental, e fornecendo encaminhamento para tratamento odontológico. Já as equipes do CnR ficaram responsáveis pelo Labirinto da TB, iniciativa que tem como objetivo alertar a população sobre o perigo da Tuberculose e a importância do tratamento, e a distribuição de preservativos.

Na parte interna da unidade móvel, profissional com jaleco branco, touca e bucal examina saúde bucal do paciente.

Para Rosana Ferro, Coordenadora Regional de Saúde – Centro, “as ações envolvendo os seguimentos populacionais que de alguma forma vivenciam a área central contribuem não só para a manutenção do trabalho de promoção e de prevenção da saúde, mas também para o aperfeiçoamento e para a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades de saúde das pessoas que vivem em nosso território”, afirma Rosana Ferro.

Para Alcyr Barbin, Coordenador de Políticas Públicas para a População em Situação de Rua da Secretaria Municipal de Diretos Humanos e Cidadania (SMDHC), a ação tem “uma função cultural e de direitos humanos. A Praça da Sé é um ponto muito importante de luta para a população em situação de rua, os movimentos se organizaram em torno do massacre que ocorreu em 2004; então ocupar esse espaço durante o dia com atividades culturais e com serviço para essa população significa um resgate dessa situação de violência em que vivem”, destaca.

Barbin salienta, ainda, a importância da participação do poder público, com atendimentos de saúde, a atuação da SMDHC, recebendo denúncias e dando orientações, o coral da GCM e demais órgãos públicos. “O Estado vem como um apoio, e dá respaldo à ocupação do espaço de uma população que enfrenta muito preconceito social”.

O que foi o massacre de 2004

Em agosto de 2004, nos dias 19 e 22 de agosto, sete pessoas em situação de rua foram assassinadas com golpes na cabeça. Outros oito sobreviveram. No ano seguinte, uma testemunha do ato bárbaro, também em situação de rua, foi assassinada. Até hoje, dois suspeitos foram condenados, mas o caso ainda tramita na Justiça de São Paulo.