Em São Paulo, pessoas negras morrem três vezes mais que brancas em decorrência da aids

SMS apresenta o panorama da aids e discute propostas de políticas de saúde para população negra durante Seminário em São Paulo

Por Luciana Abreu

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, por meio do Programa de DST/Aids realizará no próximo dia 28/10, às 9h, o Seminário HIV e Raça-cor. O evento, que acontecerá na Escola da Cidade, reunirá gestores, profissionais de saúde, pesquisadores e lideranças de movimentos sociais para debater o aperfeiçoamento da política municipal para HIV/aids, a partir dos dados epidemiológicos apresentados.

De hoje até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, serão realizados debates e ações estratégicas a fim de mostrar à sociedade a importância do enfrentamento do racismo, da discriminação e das desigualdades raciais - o Seminário faz parte dessa mobilização.

A coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids, Dra. Eliana Battaggia Gutierrez destaca que, na análise por raça-cor, a Taxa de Detecção entre pretos é quase o dobro da de brancos, e esta disparidade é ainda mais acentuada entre as mulheres. “A epidemia de aids está atingindo de forma mais intensa os pretos e os pardos. “Para formular as melhores estratégias de enfrentamento do HIV e das DST é necessário conhecer de que forma estas epidemias se apresentam em nosso município, com suas especificidades e diferenças populacionais e regionais”, completa a coordenadora.

Situação da epidemia

De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Município de São Paulo, a população negra apresenta piores indicadores de HIV/aids em relação à branca. As pessoas de cor preta morrem em média três vezes mais do que as brancas (2,3/0,8), em decorrência da aids. A disparidade também é observada em relação à taxa de detecção do HIV de casos notificados de Aids, que é duas vezes maior nas pessoas de cor preta (18,0 em brancos e 36,4 em pretos). Ressalta-se que estes indicadores são piores nas mulheres que nos homens, expressando mais um aspecto da desigualdade de gênero manifestado em outras situações. A obtenção dessa informação é possível, em função da coleta de dados dos usuários nos serviços de saúde, com o uso autoreferido do quesito raça-cor.

“Diante desse panorama, é fundamental construirmos respostas conjuntas para superar essa situação”, afirma Gutierrez.

 

PROGRAMAÇÃO

9h - Mesa de Abertura

9h30 – Painel: HIV/Aids segundo o Quesito raça-cor

- Saúde da População Negra: Boletim Epidemiológico do Município de SP

- Dados Epidemiológicos de HIV/Aids do Estado de São Paulo segundo o quesito raça-cor

- Dados Epidemiológicos de HIV/Aids do Município de SP segundo o quesito raça-cor

- Vulnerabilidades da população negra

11h30 – Debate

12h – Encerramento

Serviço:
Seminário HIV e Raça-cor
Data: 28 de outubro de 2016
Local: Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Rua General Jardim, 65, Vila Buarque.
Horário: 09h00 às 12h30