A enfermeira Alessandra Pereira do CAPS AD Capela do Socorro fala sobre os problemas que o álcool traz

 

Por William Amorim e Tatiana Ferreira
Foto: Mayara Carlis

Neste domingo, 26 de junho, é celebrado o Dia Internacional de Combate às Drogas. A data serve como um alerta para refletirmos sobre o problema, que também é de saúde pública, uma vez que o consumo de substâncias químicas causam inúmeros danos à saúde do indivíduo.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vem adotando nos últimos anos medidas e programas para reduzir as cenas de uso na cidade e dar novo estímulo para essas pessoas, por exemplo, com o Programa de Braços Abertos na região central da cidade e os trailers móveis que ficam nos territórios, além de ampliar o número de serviços de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que oferecem tratamento especializado a esta parcela da população.

CAPS Álcool e Drogas

Para atender aos pacientes que já fazem uso destas substâncias ilícitas ou não, temos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas (AD), a cidade conta com 25 unidades, sendo quatro na região Sul, sete na região Sudeste, seis na região Leste, quatro na região Norte, dois na região oeste e dois na região Central.

O CAPS AD II Capela do Socorro, por exemplo, fica localizado em um território com altos índices populacionais e de vulnerabilidades sociais. É um serviço aberto, com acolhimento diário para a entrada e saída dos usuários que buscam o atendimento especializado. Tem como proposta ser um ambiente acolhedor e destina-se a pacientes com sofrimento psíquico e comportamental grave e persistente decorrentes do uso, abuso e dependência do álcool e outras substâncias psicoativas.

Diariamente, os profissionais de saúde vão a pontos onde há concentração de usuários de álcool e drogas e convidam essas pessoas para conhecerem a unidade. Quem aceita o convite, encontra no CAPS vários serviços gratuitos à disposição, como banho, alimentação, um local de ambiência e essas pessoas também podem participar de um grupo de reflexão, que acontece semanalmente e é comandado por um psicólogo e por um assistente social.

A unidade também promove um grupo de orientação semanal em dia e horário flexíveis. Além disso, os profissionais realizam sistematicamente palestras de prevenção em locais como Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) e Serviço de Assistência Social à Família (SASF).

Estratégias de Redução de Danos

É complexo entender os motivos que levam uma pessoa a fazer uso de drogas, pois muitas vezes, envolvem vários aspectos, inclusive familiares.

É por isto que a saúde, promove palestras e atendimento para evitar que as pessoas façam esta opção. Mas, para aqueles que já fazem uso, a SMS adota estratégias de redução de danos, que busca minimizar as consequências desta escolha.

Diariamente os profissionais de saúde do CAPS AD Capela do Socorro vão às ruas e realizam abordagens na qual disponibilizam aos usuários insumos como: preservativos masculinos e femininos, piteira, protetor labial, kit que conta, entre outras coisas, com canudo, hastes flexíveis, papel com álcool para fazer a assepsia – e sempre o folheto com o endereço do CAPS para tentar conquistar este paciente.

Além disto, nestas abordagens, quando o profissional percebe que o usuário precisa de um atendimento de saúde imediato, ele próprio acompanha e direciona o paciente a um serviço de pronto-atendimento da região.

“Nosso trabalho está pautado na linha da redução de danos, que é a política destinada pelo Ministério da Saúde (MS) aos usuários de álcool e outras drogas. O trabalho é calçado no vínculo e na demanda individual que o usuário tem”, explica Tatiana Helena Silva, gerente do CAPS AD Capela do Socorro.

Unidade móvel de atendimento a dependentes químicos

A região Sul possui outro recurso para ajudar os usuários: são os trailers do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) que prestam atendimento a dependentes químicos que vivem nas regiões de M’Boi Mirim (Rua Antonio de Sena, 82) e Santo Amaro (Praça Décio Cinelli).

Nestas unidades móveis, profissionais da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e Saúde atuam de forma conjunta realizando abordagens e criando vínculos no sentido de oferecer assistência a esses usuários dando orientações, indicando serviços especializados e garantindo o acesso deste público à rede de proteção e atenção do município, como documentação, ações em saúde, cultura, lazer e outros.

A implantação deste atendimento foi financiada com recursos da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD), por meio de um convênio firmado entre a SMADS e a SENAD. As unidades móveis funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.