CRS Oeste promove curso para capacitar profissionais no atendimento às gestantes portadoras de HIV/AIDS

Treinamento reforça a importância do tratamento e acompanhamento para que a transmissão vertical seja evitada

Por Karina Mendes

Para capacitar e relembrar os protocolos de transmissão vertical já existentes, o Comitê de Prevenção de Transmissão Vertical que reúne serviços da Coordenadoria Regional de Saúde Oeste (CRS Oeste) promoveu na última quarta-feira (08/06), o curso “Atendimento das gestantes portadoras de HIV/AIDS e o cuidado com o recém-nascido exposto”.

A transmissão vertical ocorre quando uma mãe soropositiva transmite o vírus HIV para o seu bebê durante a gravidez, o parto ou a amamentação. A transmissão pode ser evitada caso a mãe inicie um tratamento que inclui acompanhamento regular e medicação.

Os cuidados devem começar assim que a gravidez é descoberta, quando o médico faz o pedido de um exame obrigatório para identificar a sorologia da mãe. Em casos positivos, o tratamento começa a ser feito no pré-natal, se estendendo ao parto e aleitamento da criança. O tratamento pode ser realizado pelo Serviço de Atendimento Especializado em DST/AIDS (SAE DST/AIDS) ou até mesmo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O encontro para discutir os protocolos foi realizado na Subprefeitura de Pinheiros e teve a presença de cerca de trinta profissionais de maternidades e centros obstétricos públicos e privados. O curso foi ministrado por três profissionais de saúde, entre eles uma médica pediatra e dois médicos ginecologistas. Em três etapas, mostraram a importância do acompanhamento da paciente desde o pré-natal, parto até a admissão da criança na maternidade.

“Quisemos mostrar no curso alguns detalhes que às vezes parecem pequenos, mas que são cruciais no atendimento às gestantes HIV. Queremos evitar falhas. Às vezes a mulher fez tudo certo, tomou a medicação correta, e quando vai com o seu filho para casa, por falta de comunicação ou prevenção essa mãe amamenta e no aleitamento transmite o vírus para a criança e coloca tudo a perder. Trabalhamos para que vidas sejam preservadas”, afirma Maria Helena, interlocutora do agravo DST/AIDS Suvis Oeste e integrante do comitê de prevenção de transmissão vertical.

Juliana Lenate é enfermeira residente do Hospital Universitário da USP e participou do curso. A residente acredita que os detalhes mostrados durante o encontro farão toda a diferença no seu trabalho. “Eu acho que a gente não tem muito preparo durante a graduação para lidar com situações adversas como essa. Se um dia recebermos uma paciente nesta situação, vamos estar preparados para o tratamento”.

O curso também enfatizou a importância das maternidades realizarem a notificação dos casos de gestantes com HIV. A medida permite que os serviços especializados ajam precocemente no trabalho de monitoramento e atendimento.
“A bagagem de aprendizado do curso foi grande. Foram apresentadas novas condutas e a importância da notificação via vigilância epidemiológica. Apesar de eu trabalhar em um serviço privado, acontece de pegarmos casos de gestantes HVI, e termos uma conduta adequada no momento de admissão desse paciente até o encaminhamento após o parto é de fundamental importância pra sociedade e para o indivíduo em si”, relata Juliana Diaz Seabra enfermeira do hospital São Luiz.

O Comitê de Prevenção de Transmissão Vertical analisa e discute medidas pra que os protocolos de transmissão vertical existentes sejam implantados efetivamente nas unidades, além de acompanhar como está sendo feito o acolhimento das gestantes e se todos os exames são realizados, e medicações são entregues.