Saúde certifica hospitais com Selo Sinasc

Gerência do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos elaborou Declaração de Nascidos Vivos em inglês, espanhol, francês e chinês para aprimorar assistência às mães imigrantes e seus filhos

 

Por Keyla Santos
Foto: Edson Hatakeyama


A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) certificou, nesta quinta-feira (19), com o Selo Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), 58 hospitais da rede municipal, estadual e particular. O evento ocorreu no auditório do Hospital Santa Catarina, na região central. O prêmio é uma iniciativa inédita da SMS e visa incentivar a melhoria da qualidade da coleta, preenchimento e digitação das informações sobre nascidos vivos. A novidade deste ano é a Declaração de Nascidos Vivos (DN), traduzida para o inglês, francês, espanhol e chinês. O material, elaborado pela gerência do Sinasc municipal, é mais uma ferramenta para o aprimoramento da assistência às mães imigrantes e seus filhos.

O secretário municipal da saúde Alexandre Padilha falou sobre a importância do correto preenchimento do Sinasc, que já se tornou um documento legal. “É muito importante não só esse prêmio de reconhecimento, mas que ele seja um estímulo para que a gente avalize cada vez melhor os dados. Tanto os dados da cidade, como os dados de cada brasileiro. Os dados de cada um dos serviços para que a gente aproveite ao máximo essa informação, para ver o que precisamos aprimorar e melhorar em nossos serviços e na política de atenção ao parto e ao nascimento das crianças na cidade de São Paulo”, disse.

O prêmio é um instrumento oficial de reconhecimento pelo trabalho dos estabelecimentos de saúde que realizam partos. Os participantes foram certificados com os padrões ouro e prata. A avaliação considera todos os parâmetros definidos para os critérios de cobertura e qualidade dos dados da Declaração de Nascidos Vivos (DN).

Aperfeiçoamento da saúde

De acordo com Eliana de Aquino Bonilha, gerente da área de Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), da Coordenação de Epidemiologia e Informação (Ceinfo), o prêmio foi criado há sete anos, para incentivar as pessoas a digitem corretamente e entreguem as informações pontualmente, pois as informações são relevantes para o aperfeiçoamento da saúde na cidade. “Antes de criar o hospital de Cidade Tiradentes e do M’Boi Mirim, a gente fez um levantamento para mostrar onde estava o vazio e que necessitava de assistência. Todas essas informações são importantes para o planejamento desde a Atenção Básica até a assistência hospitalar do município”, explicou.

O Selo Sinasc, considerado importante para o aperfeiçoamento da coleta de informações, está em sua sétima edição. Por meio dessa premiação é possível incentivar hospitais públicos e privados a coletar os dados com qualidade e a digitá-los corretamente, a fim de reduzir erros. Com o início da certificação também foi possível observar melhora na pontualidade, ou seja, 15 dias após o nascimento as informações já estão digitadas. No fim do mês, essa pontualidade representa 90% das crianças nascidas cadastradas na base de dados.

A coordenadora da CEInfo Margarida Maria Tenório de Azevedo Lira falou sobre a importância do preenchimento correto das fichas. “São cerca de 200 mil nascidos vivos por ano na cidade de São Paulo, uma média de 500 crianças por dia. Por isso, é importante ter essas informações para avaliar como foi o pré-natal dessas gestantes, o peso das crianças, onde elas moram, etc. Tudo isso para orientar as políticas de saúde no município”, afirmou.

Imigrantes e refugiados

Segundo informações do Boletim CEInfo – Alguns aspectos da saúde de imigrantes e refugiados recentes no município de São Paulo, em 2014 os nascimentos de crianças filhas de imigrantes corresponderam a 3% do total de nascimento de mulheres que moram na cidade.

Mais de 76% dos partos de imigrantes ocorreram na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, 53% são de bolivianas. As paraguaias e bolivianas apresentaram maior proporção de gestantes adolescentes. Já as nigerianas, apresentaram menor número de consultas pré-natal.

A gerente da área do Sinasc destacou os trabalhos desenvolvidos junto aos imigrantes e refugiados. “Essa ficha que foi criada é anterior à Declaração de Nascidos Vivos para ajudar no preenchimento. A mãe imigrante preenche os dados em sua língua de origem, como número de consultas de pré-natal, onde ela reside, quem é o pai e idade, e transmite as informações que só ela pode dar. Isso é bastante útil para o hospital, para que a assistência seja aperfeiçoada”, disse Eliana.


Ouro e prata

Dos 58 hospitais premiados (confira a lista completa aqui), 48 receberam o selo ouro e dez receberam o selo prata. Entre os certificados com o selo ouros estão o Hospital Municipal e Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha – Mario de Moraes Altenfelder Silva e a Maternidade Amparo Maternal.

Pedro Breuel, gerente de ensino e pesquisa da Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, explicou que o hospital já ganhou seis vezes o Selo Sinasc, sendo dois selos prata e quatro selos ouro. “O selo ouro representa muito para nossa instituição. A Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha é a maior maternidade do município em número de partos. As informações corretas dos dados impactam nas informações e nas políticas que a gente pode fazer dentro da cidade de São Paulo. Para nós, é uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, é uma honra receber mais uma vez essa premiação, que nos permite mostrar a eficácia da contribuição da maternidade para a cidade”, disse.

O diretor técnico do Hospital Maternidade Amparo Maternal, Newton Tomio Myashita acredita que o processo que leva até ao prêmio Selo Sinasc é uma iniciativa importante para a coleta de dados, para o estudo epidemiológico, nas decisões a serem tomadas em relação à saúde das crianças e das mães. “A coleta de dados é muito importante. Sem eles, não teríamos a mínima ideia de como poderíamos melhorar a relação do serviço público ou dos serviços particulares com a saúde materno-infantil”, afirmou.