Região Sul promove curso para Teste Rápido Diagnóstico para HIV e Sífilis

Cerca de 100 profissionais da Coordenadoria Sul foram capacitados

Profissionais da região Sul são capacitados para realizar Teste Rápido Diagnóstico

 

Por Felipe Aires e Patricia Torres
Foto: Felipe Aires

Com o intuito de ampliar o número de profissionais habilitados a fazer o Teste Rápido Diagnóstico (TRD) para HIV/AIDS e Sífilis na rede municipal de Saúde do território, a Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul) realizou no dia 26 de abril, o curso “Capacitação TRD” que reuniu 94 pessoas no auditório da Universidade de Santo Amaro.

O curso envolveu discussões sobre temas como o próprio Teste Rápido Diagnóstico, preconceito, procedimentos de biossegurança, abordagem do paciente (aconselhamento pré e pós-teste), entre outros.

Como benefício da capacitação, a região poderá aumentar o número de unidades que realizam o teste, consequentemente, deverá ampliar e agilizar o diagnóstico de pacientes com as doenças. Nesses casos, o paciente é imediatamente encaminhado para tratamento nos serviços especializados da região.

A interlocutora da Supervisão Técnica de Saúde (STS) de Capela do Socorro, Elenice Castelli, falou sobre a vulnerabilidade e como aconselhar e acolher os possíveis pacientes de DST/AIDS e Sífilis. Para ela, é preciso que o profissional de saúde esqueça seus valores e não faça juízo dos pacientes, assim o tratamento torna-se mais eficaz. “É importante ouvir as preocupações dos pacientes acerca de seu problema e aconselhá-lo a fazer o tratamento e obter o êxito no final”, explicou Elenice.

Alerta para as gestantes

No treinamento realizado, a posição da gestante foi colocada em destaque, pois trata-se de um momento diferenciado na vida da mulher, onde o cuidado deve ser redobrado.

A assessora técnica da saúde da mulher da STS de Parelheiros, Mônica Christina da Silva Real, ministrou uma palestra sobre a Sífilis e destacou a importância de o tratamento ser realizado pelo o casal, não só para a mulher. “Ambos os parceiros precisam se tratar. Tem que ter estímulo entre eles para que o tratamento seja realizado adequadamente e com êxito”.

A assessora enfatizou que só é adequado finalizar o tratamento contra a Sífilis durante a gestação, até 30 dias antes do parto. “A sífilis é uma doença que age em silêncio e a maioria dos pacientes não percebe que a tem, até que ela aparece de uma maneira mais agressiva. A gestação requer muito cuidado entre os parceiros”.

HIV: é possível ter uma vida normal

A assessora técnica de DST/AIDS da CRS Sul, Isabel Cristina Arruda Mello, foi uma das organizadoras do evento e, para ela, é importante que a população entenda que é possível ter uma vida normal tendo HIV. Ela destacou a possibilidade de um casal que tem a doença ter um filho livre do vírus. “Caso um dos parceiros seja positivo para HIV, não necessariamente a criança vai nascer com a doença. Em casos como este, fazemos o que chamamos de ‘gestação acompanhada’. O casal chega até nós com o propósito de ter um filho e nós acompanhamos todo o processo de gestação, desde as tentativas de fecundação. Há vários métodos que auxiliam no processo para que nasça um bebê sem HIV. É possível sim ter uma vida normal e saudável mesmo com a doença”.

O preconceito é um dos problemas enfrentados por quem possui HIV e nessa hora é preciso que clichês e ressalvas, que não são produtivas, fiquem de fora. Segundo a pediatra e coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Jardim Mitsutani, palestrante que abordou o TRD HIV, Bernardete Peres Fernandes, é preciso que haja um cuidado especial com os pacientes. “Hoje em dia o resultado positivo não significa a morte, é possível levar uma vida normal. O HIV não tem rosto, não tem estereótipo, não traz limitação social ao paciente. Porém, em casos positivos, o paciente necessita de um cuidado especial de um profissional preparado para oferecer apoio emocional, pois não é fácil encarar o problema”. No caso das gestantes, a pediatra disse que “o diagnóstico de HIV para gestante é muito difícil, mais do que o normal, pois, quando grávida, é comum que a mulher pense somente coisas boas e, de repente, são obrigadas a se deparar com a situação delicada. A saúde pública tem conseguido ajudar as gestantes que possuem HIV ou se relacionam com um parceiro que tem a doença”.

Procedimentos de biossegurança

A enfermeira Silmara Alves dos Santos, que atua na CRS Sul, falou sobre a questão da importância da biossegurança no trabalho e as normas estipuladas pela Norma Regulamentadora – NR 32, que garante ao profissional de saúde sua segurança e qualidade do serviço.

Já a enfermeira Patricia Leal Sousa explicou o uso da Profilaxia Pós Exposição (PEP, em inglês) ao HIV, que trata do risco do profissional de saúde ao se expor ao material biológico ou outros procedimentos que envolvam o paciente, logo que apresentam o risco de infecção pelo HIV.