Protocolo de acompanhamento da gestante da Prefeitura identifica primeiro caso autóctone de Zika Vírus na cidade

Caso foi confirmado em uma moradora da zona norte da cidade; ultrassom morfológico apresentou normalidade no feto

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo implantou, em fevereiro, um protocolo de atendimento às gestantes com suspeita de Zika Vírus que já identificou o primeiro caso autóctone na cidade. É uma mulher de 28 anos, gestante de 30 semanas, moradora do bairro Freguesia do Ó, na zona norte, cuja notificação foi feita no dia 03 de fevereiro deste ano por um serviço municipal.

A paciente teve os primeiros sintomas em 30 de janeiro e alega não ter viajado. Inicialmente, foram feitos os exames para dengue (teste rápido e Elisa) – ambos com resultado negativo. Em 03 de fevereiro, foi realizada coleta de sangue e urina para Zika vírus.

No dia 25, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) comunicou o resultado positivo. Foi feita nova coleta de sangue no dia 26 para confirmar e afastar outras hipóteses diagnósticas. O material foi encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz, que confirmou novamente a positividade para Zika Vírus. Agentes da Secretaria realizaram visita domiciliar e também avaliaram o marido da paciente, que negou deslocamentos ou sintomas.

Foi realizado ultrassom morfológico e o bebê apresentou normalidade no desenvolvimento. Mesmo assim, a médica que acompanha o pré-natal reavaliou a paciente e, seguindo o protocolo da Secretaria, encaminhou para continuidade do cuidado e realização do parto no Hospital Escola e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, por ser referência para gestação de alto risco.

Seguindo as diretrizes do Plano Municipal de Combate ao Aedes, foi realizado bloqueio de criadouros no dia 11 de fevereiro no endereço e no entorno da residência da paciente. Foram visitados 103 imóveis. O bloqueio foi retomado, após a confirmação, com mais 115 imóveis visitados. Os agentes também realizaram o bloqueio de nebulização no quarteirão da paciente nos dias 26 e 27 de fevereiro.

Protocolo às gestantes com suspeita de Zika vírus - A área técnica da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente e o CIEVS elaboraram em fevereiro um protocolo de atendimento às mulheres e gestantes com sintomas do Zika Vírus. Ele determina que as unidades de saúde preparem seus profissionais para receber essas mulheres, acolhê-las e fornecer o apoio necessário.

As unidades devem estar aptas a orientar quanto à situação da infecção pelo Zika vírus em nosso país, as evidências de sua relação com a microcefalia, principalmente quando contraída no primeiro trimestre da gestação, e quais as medidas preventivas a serem tomadas no caso de gravidez.

Após o acolhimento, a gestante será encaminhada para avaliação de médico e enfermagem, onde se devem observar os sinais e sintomas de infecção por Zika vírus. Caso a gestante tenha teste positivo para o vírus, microcefalia ou outra alteração morfológica será encaminhada para o pré-natal de alto risco.

A unidade de acompanhamento da gestante deve esclarecê-la que o fato de ter apresentado sintomas ou mesmo infecção confirmada pelo vírus não significa necessariamente que a criança terá microcefalia.

Confira, abaixo, o fluxo de acompanhamento do pré-natal de gestantes com infecção confirmada pelo Zika Vírus e o pedido de ultrassom conforme idade gestacional e confirmação da infecção pelo vírus nas unidades da Rede Municipal.

Acompanhamento pré-natal de gestantes com infecção confirmada pelo Zika vírus: