Zona Sul rima alegria e conscientização no Carnaval

Desfiles, blocos e festas promovidos pelos equipamentos de saúde da região tiveram como foco garantir que a saúde dos pacientes seja nota 10

Por Patricia Torres


O Carnaval 2016 terminou, mas, para muitos foliões, profissionais de saúde e pacientes ele estará vivo na memória. Ao longo do mês, vários eventos festivos e de confraternização foram realizados pelas unidades de saúde da região Sul. Os momentos de descontração tiveram finalidade terapêutica e buscaram integrar usuários e profissionais no sentindo de fortalecer vínculos e promover mais qualidade de vida para todos.


No Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II Adulto Cidade Ademar a festa já ocorre há três anos. Nas edições anteriores usuários e funcionários saíram às ruas chamando a população para a festa. Este ano, o sucesso foi ainda maior: cerca de 200 pessoas participaram do bloco “Loucos por Carnaval”, organizado pelo CAPS. O objetivo foi estimular os laços entre os pacientes que sofrem qualquer problema psíquico integrando-os com a sociedade. O bloco saiu da unidade às 9h da sexta-feira de Carnaval e percorreu as ruas do entorno.


Já no CECCO Santo Dias, em Campo Limpo, os vínculos entre usuário-trabalhador foram reforçados. Também na sexta-feira, a festa durou o dia inteiro, com cerca de 150 pessoas. No baile de Carnaval, música ao vivo embalou a festa, que sempre tem como foco promover a inclusão social. Educadoras do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) distribuíram camisinhas (tanto masculinas quanto femininas) e falaram sobre a prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).


Embalada pela inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) Cantinho do Céu, o primeiro evento de Carnaval foi realizado na sexta-feira (5). Funcionários saíram às ruas com cartazes e caracterizados com perucas, máscaras e apitos, chamando a atenção da população. Outros profissionais, como agentes comunitários e auxiliares de enfermagens, percorreram as ruas ao entorno da unidade, por bares, salões de cabelereiros, terminais de ônibus orientando a população sobre a prevenção e os riscos das DSTs, além de alertar sobre os cuidados em relação a dengue, chikungunya e Zika vírus.


Cerca de 1.920 pessoas participaram do evento, que percorreu as ruas dos Acordes e Rubens de Oliveira. Só nessa passeata, que durou mais de duas horas, foram entregues mais de 5 mil preservativos. Outras unidades da região Sul também tiveram suas programações de Carnaval, com festas e muita informação sobre saúde em geral.


Mais Saúde na Cidade


O Bloco de Carnaval “Mais Saúde na Cidade” da Secretaria Municipal de Saúde, que pelo primeiro ano percorreu as ruas do Centro da cidade, atraiu cerca de 3 mil foliões, entre usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), profissionais da saúde e público em geral.


A região sul esteve presente no desfile com mais de 200 pessoas. Três ônibus saíram de pontos estratégicos do território levando conselheiros e profissionais, entre outras pessoas animadas para participar do bloco, que abordou na letra do samba o combate ao mosquito Aedes aegypti e ações de promoção e prevenção à saúde de modo geral.


No ritmo do samba-enredo, os foliões pediram mais saúde, mais atenção ao mosquito Aedes aegypti e cuidado com as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “Se a Zika vem me pegar, sai pra lá / Água parada eu vou jogar / Mas se o gatinho ou a gatinha vem na minha / eu vou de camisinha, eu vou de camisinha”, alertava um trecho.


Para chamar a atenção do público, Marcos Aurélio de Oliveira, agente de zoonoses da Supervisão de Vigilância e Saúde (SUVIS) Campo Limpo, se caracterizou com uma fantasia de mosquito da dengue. Marcos e outros nove agentes de saúde/zoonoses formam o grupo “Os Zoonóticos”, um grupo de teatro que visita escolas da região para conscientizar as crianças sobre os perigos de deixar o mosquito Aedes aegypti se proliferar.

Ele e mais um agente, Bruno Inocêncio, se jogaram no meio da folia, alertando os foliões: “A receptividade foi muito boa. Todos queriam tirar fotos, sejam crianças ou adultos. Agora, a preocupação com o Aedes aegypti aumentou e todos querem saber mais sobre o mosquito, modos de se prevenir”, afirmou Marcos.