Concentração de foliões na Praça da República, na tarde de quinta-feira (4)
Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama
O bloco carnavalesco “Mais Saúde na Cidade”, da Secretaria Municipal da Saúde, ganhou o Centro na quinta-feira (4) - a partir da Praça da República – puxando para a folia até quem olhava curioso da calçada. Pelo menos três mil foliões participaram. Teve de tudo: trio elétrico, gente fantasiada de mosquito da dengue, noivas, enfermeiras estilizadas, fadas, Napoleões psicodélicos, bailarinas, muito confete e serpentina. E selfies. Todos desfilaram embalados pela bateria da escola de Samba Nenê de Vila Matilde - ganhadora de onze títulos do Carnaval de São Paulo. Em clima familiar, sobrou alegria, irreverência e vontade de levar conscientização, prevenção e promoção de saúde à população. Aliás, “Mais saúde na Cidade” foi o tema do samba-enredo do bloco. “Mais saúde na Cidade / Pra toda a idade, pra mulher e pro bebê / É hora Certa pro corpo são / O médico cubano é meu irmão”, diz o refrão.
No ritmo do samba-enredo, em coro, os participantes do bloco pediram mais saúde, conscientização para espantar o Zika vírus, eliminar a água parada para evitar os criadouros do mosquito Aedes aegypti e incentivaram o uso de preservativos, como forma de combater a Aids e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST): “Se a Zika vem me pegar, sai pra lá / Água parada eu vou...jogar / Mas se o gatinho ou a gatinha vem na minha / eu vou de camisinha, eu vou de camisinha”, avisa uma das estrofes.
Foliões fantasiados de Aedes aegypti foram às ruas para conscientizar a população sobre os riscos dos criadouros
‘Atitude saudável’
Em clima familiar, sobrou alegria, irreverência e vontade de levar conscientização, prevenção e promoção de saúde à população
Para o secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha, o bloco refletiu o esforço ininterrupto da secretaria de falar sobre saúde e prevenção para os cidadãos. “Brincar faz parte de uma atitude saudável. Mas é importante se lembrar de usar camisinha e, se for beber, que o faça com moderação, de forma responsável, visando à redução de danos. A gente sempre fala que quer ser a Secretaria da Saúde e não da doença. E ser Secretaria da Saúde significa invadir essa cidade com mais saúde. No período do Carnaval deve-se ter muito cuidado com velocidade, acidente de trânsito, uso excessivo de álcool e outras drogas. E a preocupação que temos em relação à dengue, Zika e chikungunya é permanente. Por isso, temos que aproveitar o Carnaval para reforçar isso para a população”, disse Padilha.
Houve também apresentação do cordão BiBiTanTã, formado pelos usuários e funcionários dos CAPS Itaim Bibi, Butantã, Lapa e dos Centros de Convivência e Cooperativa (CECCO) Ibirapuera, Campo Limpo e Previdência.
‘Bloco nos incentiva a cuidar mais da saúde’
Jovem SUS, Angélica e sua filha Ana Paula, de três anos durante concentração na Praça da República
O bloco não reuniu apenas o pessoal do Centro. Foi engrossado por pessoas de todas as regiões da cidade. Entre elas estava Angélica Nunes, integrante do projeto Jovem SUS da zona Sul, e sua filha Ana Paula, de 3 anos. Para Angélica, toda essa festa tem objetivos claros e que podem ajudar a população a viver com mais saúde e qualidade de vida. “O bloco nos incentiva a cuidar mais da saúde, a usar camisinha durante as relações sexuais e a evitar doenças. Além disso, incentiva a eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti e a evitar as doenças transmitidas por eles, como Zika, dengue e chikungunya”, disse.
Para Talita Priscila Vieira, enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1º de Outubro, de Guaianases (zona Leste), o bloco é uma forma de educar e se divertir ao mesmo tempo. “Pensando no contexto saúde, saindo um pouco de doença, trabalhando a promoção e a prevenção à saúde, é bom. A gente educa e se diverte ao mesmo tempo. Vale a pena”, afirmou.
Grêmio Recreativo Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, ganhadora de onze títulos do Carnaval de São Paulo, embalou a festa do bloco 'Mais Saúde na Cidade'
