Terapeuta ocupacional trabalha para garantir autonomia dos pacientes

19 de Janeiro é Dia Mundial desse profissional

Por Felipe Aires


Todo paciente que apresenta alguma problemática de ordem física, neurológica, psíquica, social e/ou de desenvolvimento, e que se encontra com dificuldade ou impossibilitado de realizar as atividades de sua vida diária com autonomia, pode se beneficiar da terapia ocupacional, que têm sua data comemorativa no dia 19 de janeiro.


Patrícia Mascarenhas Kfouri, terapeuta ocupacional do CER M’ Boi Mirim, explica que existe uma grande demanda pela especialidade. Tal demanda pode vir de adultos como de crianças. Para ingressar em um tratamento na rede municipal o novo paciente passa por uma avaliação. “Os pacientes são avaliados e incluídos em programas de tratamento individual ou, em grupos, de acordo com a necessidade observada na avaliação. Traçamos um plano de tratamento singular (PTS), que é realizado em conjunto, por todos os profissionais envolvidos no caso. Os pacientes são reavaliados periodicamente e, enquanto apresentarem aspectos a serem trabalhados, permanecem em tratamento. Na hora da alta são contra-referenciados para a rede, quando necessário”, afirmou Patrícia.


Muitas vezes, a terapia ocupacional entra como mais um elemento do processo terapêutico. Oferece orientações, intervenções e ações que contribuam para que os pacientes, e os cuidadores, se apropriem melhor de sua condição, adquiram ou readquiram habilidades e conhecimento para possibilitar a realização de suas atividades com a maior autonomia possível. É o que explica Mariana Leme Gomes, terapeuta ocupacional do Centro Especializado em Reabilitação de Santo Amaro (CER III Santo Amaro). “Quando não restauramos ou mantemos as habilidades do paciente, procuramos adaptá-los às novas formas de fazer determinadas ações. Nosso trabalho atende de recém-nascidos a idosos, com deficiência física e intelectual e, em alguns casos, que necessitam de reabilitação ortopédica”.


Patrícia explica que os pacientes também podem ser avaliados quanto à necessidade do uso de órtese e, quando indicado, é confeccionada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem custo para o usuário. As órteses infantis, por exemplo, são personalizadas com objetivo de melhorar a aceitação e a autoestima da criança e da mãe.


Atuação


De modo geral, o terapeuta ocupacional pode atuar nas áreas de saúde mental, reabilitação de pessoas com deficiência, ortopedia, hospitalar, da educação, saúde do trabalhador e social.


Na região Sul, em geral, a maior demanda costuma ser na área de ortopedia adulto. Porém, a intervenção deste profissional é importante em todas as áreas que se preocupam em melhorar a qualidade de vida do paciente.


“Após avaliar o paciente, elaboramos um planejamento que pode ser de curto e longo prazo. Tem que haver relevância no que tange ao desenvolvimento de estágios, papéis, hábitos, estilo de vida e preferências de ambiente. Tudo para que, quando agirmos efetivamente na facilitação das tarefas cotidianas e adaptação dos locais em que a pessoa trabalha, vive e socializa, exista algo que vai fornecer recursos e reduzir o estresse. Isso inclui ensinar novas técnicas para determinadas ações, fornecer equipamentos que facilitem a independência no cuidado pessoal e redução de barreiras ambientais” completa Mariana.


Mariana frisa que não existe uma receita pronta para que o tratamento dê certo. “Cada um tem suas limitações e reage de uma maneira diferente ao programa. Não tem como padronizar o tratamento, até porque não seria tão efetivo quanto é. De preferência, buscamos sempre a participação da pessoa atendida ou do cuidador e, aí, seguimos o processo terapêutico avaliando o alcance dos objetivos, ou necessidades de reavaliação”.


A Data


Dia 19 de janeiro foi oficializado como Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional. No Brasil, a profissão também é celebrada no dia 13 de Outubro.


Mariana comemora a data e manda um recado para seus colegas de profissão: “Orgulho-me da nossa profissão e acredito muito na nossa importância dentro das equipes de trabalho. Espero que sigamos acolhendo com empatia nossas pessoas atendidas, contribuindo para que elas possam empoderar-se mais de suas condições e conquistar sua autonomia. Espero ainda que sempre tenhamos força de lutar para tornar nossa profissão mais reconhecida, ampliar a qualidade do trabalho interdisciplinar. Parabéns a todos!”.


Já Patricia lembra do papel social da profissão. “É preciso valorizar as potencialidades dos indivíduos porque a limitação só ser torna incapacitante se a pessoa não é feliz”.