Com inauguração do Centro Oncológico Bruno Covas, prefeitura avança em tratamentos de alta complexidade e inclui robótica na rede de saúde pública

Tratativas foram iniciadas pelo prefeito Bruno Covas; tratamento de câncer com equipamentos de ponta pelo SUS, com gestão do município, é inédito no Brasil

Foi entregue nesta segunda-feira (16) o Centro de Alta Tecnologia em Diagnóstico e Intervenção Oncológica Bruno Covas, no Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho – Vila Santa Catarina, na região sudeste. O tratamento de alta complexidade, com implemento de robótica na esfera municipal, é inédita do Sistema Único de Saúde (SUS). A especialidade é tratada comumente na rede estadual.

O local também vai funcionar como centro educativo, com uma sala para disseminação de conhecimento, e conta ainda com tecnologia robótica avançada para cirurgias. “O robô que auxiliará nas cirurgias é o primeiro desse tipo em hospital público brasileiro”, disse o prefeito Ricardo Nunes.

“Estamos equipando o hospital Santa Catarina para ser referência em alta complexidade na rede municipal de São Paulo, e não somente para oncologia. Essa entrega é um salto de qualidade da assistência em saúde aos paulistanos”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.

A data de hoje marca um ano desde a perda do prefeito Bruno Covas, vitimado por um câncer no sistema digestivo. Ele começou as tratativas para garantir o atendimento universal para a doença, via SUS, no município. Na época de seu tratamento, sentiu a necessidade de implementar o atendimento com a gestão da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

O prefeito Ricardo Nunes encarou como missão o desejo manifestado por seu antecessor. Na cerimônia de hoje, Nunes também agradeceu ao ex-secretário municipal da Saúde Edson Aparecido “Quando perdemos o Bruno, caiu o mundo sobre a minha cabeça. Além de lidar com a dor da partida do meu amigo, eu precisei assumir todas as responsabilidades da cidade no pico da pandemia, mas o Edson Aparecido me ajudou muito, juntamente, com o Zamarco e a Sandra Sabino, agregando ainda mais a essa excelente equipe da Saúde", afirmou.

“Estamos celebrando a passagem de um ano do Bruno do jeito que ele mais gostaria: trabalhando pelo próximo", pontuou o governador Rodrigo Garcia.

Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, exaltou a importância da parceria de mais de 20 anos com a Secretaria da Saúde do município. "Nós nos orgulhamos desse trabalho conjunto com foco na responsabilidade social", disse durante a cerimônia.

Tomás Covas, filho de Bruno Covas, participou do evento por videoconferência. "Não tenho dúvida de que meu pai está muito orgulhoso hoje. Ele sempre buscou diminuir a desigualdade social. Esse centro será muito importante para quem não tem condições de pagar um plano de saúde", destacou.

Com capacidade ambulatorial para atender 10 mil pacientes por mês, a unidade é gerenciada pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que já é responsável pela gestão do hospital. A estrutura física do centro oncológico, que é um dos legados pós-pandemia no município, é composta por 115 leitos de internação clínica e cirurgia oncológica, 40 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), além de 23 consultórios.

A capacidade de atendimento inclui a realização de mais de 8 mil exames radiológicos e 450 cirurgias mensais. Entre outros benefícios da nova estrutura para tratamento de câncer, destacam-se a farmácia oncológica de alto custo dentro da unidade, gerida pela SMS.

Para oferecer o melhor serviço de medicina diagnóstica, o centro dispõe de dois equipamentos de tomografia, um de ressonância magnética, sete salas de intervenção por ultrassom, uma sala de histeroscopia, uma de cistoscopia, duas salas para endoscopia, colonoscopia e broncoscopia, entre outros espaços e equipamentos para exames.

Investimento
A unidade para tratamento de alta complexidade teve investimento total de R$ 71 milhões – na soma dos valores empenhados e a empenhar pela prefeitura, pelo estado e pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. A Prefeitura investiu R$ 22 milhões – 7 milhões do Ambulatório e 15 milhões para o Centro Diagnóstico.

Já o Einstein destinou R$ 19 milhões, incluindo o montante relativo a um moderno robô cirúrgico, de R$ 7 milhões, e a reforma do Centro Cirúrgico, de R$ 12 milhões de reais. Serão utilizados no Centro os leitos doados pela iniciativa privada durante a pandemia, inicialmente instalados para o tratamento de pacientes diagnosticados com Covid-19, no valor total de R$ 30 milhões.

Os agendamentos serão organizados pelo complexo regulador via plataforma Siga/SMS, por meio das unidades de saúde e dos hospitais municipais. A Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) tem a finalidade de regular a oferta assistencial disponível de acordo com as necessidades da população que utiliza o sistema público de saúde.

A cerimônia também contou com a presença do bispo da diocese de Santo Amaro, Dom José Negri, deputados, vereadores, técnicos e gestores de saúde da cidade de São Paulo.