Prefeitura está pronta para assumir unidades da AACD

Secretaria aguarda apenas resposta da entidade e do Governo do Estado para dar continuidade ao cronograma que prevê transformar locais em Centros Especializados em Reabilitação

Por Keyla Santos

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), se organiza para assumir as duas unidades da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em Campo Grande (zona Sul) e em Santana (zona Norte).
Após ter sido procurada pela entidade para comunicar o encerramento das atividades nos locais, a Secretaria encaminhou ofício formalizando interesse em transformar as unidades – construídas em terrenos do munícipio - em Centros Especializados de Reabilitação (CER) e assim garantir atendimento aos usuários.
A pasta aguarda resposta da AACD e da Secretaria Estadual da Saúde (SES) – responsável pela construção dos prédios – para dar continuidade ao cronograma que prevê a transição em, aproximadamente, um mês.

“A Prefeitura vai abraçar a oportunidade de transformar as duas unidades da AACD em novos Centros Especializados de Reabilitação para atender pessoas com deficiências físicas e ampliar para outras deficiências. Com isso vamos levar melhor atendimento para mais perto das pessoas”, explica o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha.

O convênio entre a Secretaria e a AACD prevê repasses fixos e variáveis, de acordo com a produção feita pela entidade, que podem totalizar R$ 1.461.445,62 por mês.

Zona Norte

A equipe da Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRS Norte) visitará a unidade de Santana nesta sexta-feira (9) para conhecer mais detalhes do espaço. De acordo com o coordenador, Alberto Alves Oliveira, o CER II Tucuruvi, que atualmente atende pacientes com deficiência física e intelectual, deverá ser transferido para o prédio da AACD. “Estamos avaliando inclusive a possibilidade de transformá-lo em um CER III, ou seja, para atender a mais um tipo de deficiência, a visual”, disse.

A estimativa é de que - considerando apenas deficiências físicas e intelectuais - 250 a 300 novos casos recebam atendimento mensalmente. Quando a unidade passar para a categoria CER III e começar a atender outro tipo de deficiência são esperados de 350 a 400 atendimentos por mês. “O espaço abre outras possibilidades terapêuticas como hidroterapia, que não tem em toda a região norte, além de estar bem equipado e proporcionar um espaço amplo de atuação”, afirmou o coordenador.

Unidade na Zona Sul

O prédio de Campo Grande já foi visitado, em 28 de setembro, pela coordenadora da Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul), Tânia Zogbi Sahyoun e pela supervisora técnica de saúde de Santo Amaro/Cidade Ademar, Sandra Maria Sabino Fonseca. Eles conheceram a estrutura do edifício a fim de propor a melhor maneira de utilizá-lo e determinar os recursos humanos necessários para dar continuidade aos atendimentos. Outras visitas serão necessárias.

Ainda está em estudo a possibilidade de transferir o CER III Santo Amaro e o de Cidade Ademar para o prédio. A unidade de Santo Amaro está em funcionamento desde 2010 e conta com 9.640 usuários. São atendidas 800 pessoas por mês.

“A mudança de CER III de Santo Amaro para o prédio cedido pela AACD, trará um grande benefício à população, pois é de fácil acesso para todo o território da Supervisão de Saúde. Além disso, foi construído especificamente para o atendimento em reabilitação, sendo tecnicamente ideal para o desenvolvimento deste trabalho, ainda com mais qualidade e conforto. Iremos desenvolver um serviço mais potente, atuando nas áreas de reabilitação motora, intelectual e auditiva”, disse Sandra Maria.

Saiba mais sobre Centro Especializado de Reabilitação (CER)

O Centro Especializado de Reabilitação (CER) é parte de uma ação do Plano Municipal São Paulo Mais Inclusiva, que integra o programa do governo federal “Viver Sem Limite" e compõe a rede de cuidados à pessoa com deficiência. Integrado ao trabalho dos Núcleos Integrados de Reabilitação (NIR), de Saúde Auditiva (NISA) e do Programa de Acompanhante da Pessoa com Deficiência (APD), o equipamento fortalece as ações nas modalidades de reabilitação física, auditiva, intelectual e visual. A meta é ampliar o acesso, qualificar o atendimento, articular e integrar os serviços de saúde de forma a garantir a integralidade do cuidado às pessoas com deficiências temporárias ou permanentes.

Quinze serviços municipais de reabilitação (próprios) já foram habilitados como CER II, III ou IV, sendo sete CER II; seis CER III; e dois, CER IV. Destes, 13 realizam a reabilitação física, 12 reabilitação intelectual, 10 reabilitação auditiva e cinco reabilitação visual. Neles atuam equipes multidisciplinares compostas por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, enfermeiro e médico.

A equipe do CER, em conjunto com o usuário, seus familiares e acompanhantes, desenvolve ações de reabilitação de maior ou menor intensidade e frequência, conforme a necessidade de cada caso. O atendimento pode ser individual, em grupo e em oficinas terapêuticas. Busca-se também a estimulação precoce de crianças com distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor, buscando intervir o mais cedo possível na aquisição e desenvolvimento das habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e sociais.

Sobre a AACD

Associação de Assistência à Criança Deficiente foi criada com o propósito de trabalhar nas frentes necessárias para que as pessoas com deficiência possam atingir seu máximo potencial, evoluindo além de suas limitações e contribuindo para uma sociedade que acolhe melhor a diversidade.

Ao longo dos anos, a Instituição beneficiou aproximadamente 50 milhões de pessoas, direta ou indiretamente, entre elas mais de 20 milhões de pacientes. Somente em 2014 foram 1.379.051 atendimentos realizados.