Projeto na zona Norte une futebol e saúde

Equipe de unidade básica organiza jogos de futebol de usuários. Na preliminar há exames e orientações sobre saúde

Usuário Antonio Maciel da Silva afere a pressão arterial (PA) antes do jogo

 

Por Gleison Rocha Souza / Talita Coutinho
Fotos: Gleison Rocha Souza

Para muitos homens, futebol é o esporte. De quebra, o jogo de bola oferece a oportunidade de realizar atividade física, reunir amigos e perder um pouco de peso. Com o objetivo de conscientizar este público que adora mexer o corpo, mas que muitas vezes não faz acompanhamento médico, a Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRS Norte) através da Unidade Básica de Saúde (UBS) Flor de Maio criou o projeto “Jogando com Saúde”, que une esporte e acompanhamento médico.

O “Jogando com Saúde” leva os usuários da unidade a participar de jogos promovidos por sua equipe multidisciplinar. Toda a ação é acompanhada pela Supervisão Técnica de Saúde Santana e Jaçanã. O encontro dos usuários acontece na própria unidade, todas as quintas-feiras, às 14h. Para participar é necessário ter ficha na UBS.

Atualmente participam 40 usuários na faixa etária de entre 20 a 59 anos. Os jogos são realizados na quadra da vizinha EMEF Jardim Fontalis (zona Norte). Vanderlei Francisco de Oliveira, diretor da escola, elogia a parceria. “A educação está ligada à escola, assim como a escola está ligada à saúde. Foi uma excelente ideia”, afirma Oliveira.

Antes do jogo é realizada uma consulta médica. Uma enfermeira realiza uma triagem e solicita exames quando necessário. A auxiliar de enfermagem Sumaia de Barros Oliveira Pereira frisa a importância do projeto. “O homem não vai ao médico com frequência e tampouco faz exames periódicos. O projeto foi um jeito de trazê-los para cá e cuidarmos deles”, afirma. Para Antonio Maciel da Silva, de 44 anos, o “Jogando com Saúde” foi “a melhor coisa que eu fiz”. “Tinha pressão arterial (PA) alta e nem sabia. Não fazia exames regularmente. Então, comecei a tratar depois que entrei no projeto”, disse.

O cuidado preliminar ao jogo é rigoroso. “Nenhum usuário vai jogar futebol sem antes aferir a (PA)”, afirma Sumaia. O porteiro Antonio Carlos Silva de Souza, de 39 anos, é testemunha dos resultados. “Eu nunca ia ao médico, só se estivesse morrendo mesmo. Hoje me sinto bem e faço as duas coisas: cuido da saúde e realizo atividade física”, afirma.

Saem os preconceitos, entra a qualidade de vida

Francisco Carlos da Silvam, de 58 anos, é outro “usuário-atleta” que passou recentemente por sua primeira consulta. “Foi no dia 12 de agosto, com o urologista. E foi tranquilo. É essencial o homem fazer o acompanhamento certo, deixar os preconceitos de lado e se tratar, porque quando a doença vem pode até matar. É preciso se cuidar para viver bem”, disse.

Com o passar dos anos, os problemas na próstata começam a surgir na vida do homem. Ela aumenta de tamanho, ocorre retenção urinária, o jato da urina fica mais fraco, o homem vai ao banheiro mais vezes - até de madrugada -, há sensação de não esvaziamento da bexiga e ele sente dor e ardência ao urinar. Todos estes fatores precisam ser investigados. Fabrício Chaves Novaes, médico urologista da Rede Hora Certa Brasilândia, explica como é feito o tratamento. “Inicialmente o tratamento é realizado com remédio e vai até certo ponto. Quando não resolve, é preciso fazer a cirurgia.”

O paciente Mario Fernandes Basílio, de 54 anos, ressalta a importância da consulta com um urologista. “Comecei a fazer o acompanhamento em 2014. Eu dificilmente ia ao médico, pois nós homens temos um pouco de receio. Mas senti a importância, perdi o medo, e fui adquirindo confiança. Vou ao médico uma vez por ano, já fiz exames e não deu alteração”, afirmou.

Câncer de próstata

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino que produz e armazena parte do fluido seminal. O câncer é um tumor mais comum em homens a partir dos 45 anos. Pessoas que correm mais riscos são as que têm histórico familiar da doença, sedentarismo e homens negros.

O diagnóstico é feito pelo exame de toque retal e laboratorial PSA. Caso haja alterações é realizada a biópsia, para verificar se o tumor é maligno. Caso seja, o médico indica tratamento específico, radioterapia, cirurgia ou a quimioterapia.

Novaes alerta para a importância do diagnóstico precoce. “É importante seguir a recomendação de, a partir de 45 anos, fazer o acompanhamento com o urologista. Mesmo que não haja sintomas, tem que ser periódico, uma vez por ano realizar o exame de sangue e o exame de toque. Se diagnosticado o câncer precocemente, é uma patologia grave, mas é curável”, afirmou.


Serviço

UBS Flor de Maio
Avenida Nova Paulista, 561 - Jardim Tremembé
CEP: 02363-000
2995-6006