Um terço dos bebês brasileiros consomem refrigerantes ou sucos artificiais

Pesquisa mostra que 60,8% das crianças com menos de dois anos comem biscoitos, bolachas e bolos

Por Gabriela Rocha, do Blog da Saúde

Cuidar da alimentação das crianças é fundamental. Os dois primeiros anos de vida são caracterizados pelo crescimento acelerado e enormes aquisições no processo de desenvolvimento dos bebês, incluindo habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos. Por isso, a alimentação diária deve privilegiar alimentos in natura como legumes, verduras, frutas, cereais, ovos e carnes magras. Além disso, os pais de crianças de até dois anos devem restringir o consumo de produtos com alto teor de açúcar e gordura e ultraprocessados, como biscoitos recheados e bolos prontos.

A alimentação do pequeno Arthur, de 1 ano e 10 meses, sempre fez parte da preocupação do pai e nutricionista Samuel Perin. “Sempre evitamos açúcar e comida muito gordurosa para o Arthur. De uns tempos para cá temos deixado ele provar algumas coisas, mas sempre feitas em casa com açúcar mascavo ou mel”, disse. No dia a dia de Arthur só entram ingredientes saudáveis, como arroz integral, carnes e legumes. “Ele come de tudo. Gosta muito de banana, manga e melancia. Adora brócolis, berinjela e cenoura e com jeitinho ele come chuchu e abobrinha também. Como toda criança, quando nos vê comendo alguma coisa que não conhece, geralmente que provar”, disse o nutricionista.

A alimentação saudável e com alimentos frescos não é a realidade de todas as crianças brasileiras. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade consomem biscoitos, bolachas e bolos, e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial. O reflexo da má alimentação é visto ainda na infância. Segundo dados divulgados em março pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, um terço das crianças (33,5%) entre 5 e 9 anos de idade estão com sobrepeso.