Alexandre Padilha assume Secretaria Municipal da Saúde

José de Filippi Jr. assumirá a chefia de gabinete da Autarquia Hospitalar Municipal

Antes de assumir o novo cargo, Padilha foi por seis meses secretário da pasta de Relações Governamentais

 

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

O ex-ministro Alexandre Padilha assumiu hoje (24) a Secretaria Municipal da Saúde. A cerimônia de posse ocorreu na sede da Prefeitura de São Paulo. Padilha, que é médico infectologista e ex-ministro da Saúde no Governo Dilma Rousseff, substituirá José de Filippi Júnior, que assumirá a chefia de gabinete da Autarquia Hospitalar Municipal. Antes de assumir o novo cargo, Padilha foi por seis meses secretário da pasta de Relações Governamentais.

“Pretendo dar continuidade à gestão que foi iniciada pelo prefeito Fernando Haddad e pelo secretário Filippi. Essas são as bases para atender melhor a população de São Paulo, fortalecer a Atenção Básica de Saúde - que é um grande compromisso nosso -, levar profissionais, exames e garantias de acesso à assistência farmacêutica, ficar mais próximo da comunidade e encurtar o tempo de espera para cirurgias e para os exames. O secretário Filippi construiu as bases para isso e, agora, precisamos pisar no acelerador neste um ano e quatro meses que nos resta no mandato do prefeito Fernando Haddad”, disse Padilha.

Ciente dos novos desafios, Padilha acredita ser necessário que Estado, Município, Governo Federal, setor privado e as cidades da região metropolitana sentem-se à mesa para conversar, planejar conjuntamente, levar de forma sustentável o atendimento e fazer o que a população mais espera: atendimento humanizado e no tempo mais curto possível. Segundo Padilha, a cidade de São Paulo tem hoje quase 300 profissionais do Programa Mais Médicos. Houve também ampliação no número de vagas em cursos de Medicina.

“Na cidade de São Paulo a gente sempre tem que buscar superar os desafios, porque nós temos o melhor centro médico da América Latina, um dos melhores do hemisfério Sul e do mundo. Com o potencial que nós temos, podemos fazer cada vez mais”, afirmou o secretário.

O secretário também apontou seus principais desafios à frente da SMS. "Embora o pessoal diga que paulistano adora uma fila, nós não gostamos de filas grandes no SUS. Queremos reduzir cada vez mais essas filas, encurtar o tempo de espera dos pacientes. Acho que o secretário (Filippi) construiu as bases para isso. Agora temos que pisar no acelerador nesse um ano e quatro meses que nos restam", disse.

‘O SUS já deu certo. Ele pode dar mais certo’

Durante a cerimônia, Haddad falou sobre o trabalho desenvolvido pelo secretário José de Filippi Jr. no período que esteve à frente da pasta da Saúde e destacou realizações como a reabertura de 250 leitos hospitalares. O prefeito frisou ainda que a administração municipal tem três hospitais gerais, 16 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), além de 19 Hospitais Dia da Rede Hora Certa e unidades móveis em obras ou já entregues.

Segundo Haddad, grandes metrópoles como a cidade de São Paulo precisam repensar a saúde, trabalhando em prol da prevenção e promoção, a fim de assegurar melhores condições de vida à população. “As grandes metrópoles – e São Paulo é a sexta maior metrópole do mundo -, têm que ter consciência de que têm que repensar o seu estilo de vida em função da promoção e da prevenção. Não podemos pensar só em cuidado. Temos que evitar que as pessoas adoeçam e que precisem tanto de medicamentos, de cirurgias, de exames como precisam hoje. Temos que inverter essa lógica”, disse Haddad.

Para o prefeito, muitos são os desafios em relação ao SUS. Muito já foi feito ao longo dos anos e há muito ainda por fazer. Mas, segundo ele, é preciso pensar a saúde como um todo. “O SUS já deu certo. Ele pode dar mais certo. A conquista da constituinte de 1988 é inestimável para o povo brasileiro. E isso está expresso nos indicadores da Saúde que se alteraram significativamente desde então. É só comparar a expectativa de vida de 1988 com a expectativa de vida dos brasileiros agora. É só comparar a mortalidade infantil de 1988 com a mortalidade infantil de agora”, afirmou.

O ministro da Saúde Arthur Chioro parabenizou Filippi pelo trabalho desenvolvido à frente da SMS e saudou o novo secretário, que já esteve à frente do ministério. “Filippi não é apenas uma liderança política. É uma liderança afetiva que sabe mobilizar as pessoas e acho que o que ele tem de melhor, ele tem doado à cidade de São Paulo e vai continuar doando à sua Diadema”, disse.

Chioro destacou também a contribuição que o novo secretário trará à Saúde municipal. “Tenho certeza que esta cidade vai ter à frente da Secretaria Municipal da Saúde um gestor de qualidade ímpar, de um compromisso inquestionável e que vai fazer toda a diferença na implantação do Sistema Único de Saúde”, afirmou o ministro.


Filippi falou sobre a transição e sobre os benefícios que Padilha trará para a cidade de São Paulo devido à sua experiência na área da Saúde

 

‘Esta equipe deu início a diversas ações e programas importantes da Saúde’

Em seu discurso de despedida do cargo, Filippi falou sobre o trabalho realizado ao longo dos 32 meses que atuou na SMS. “Esta equipe deu início a diversas ações e programas importantes da Saúde. Na perspectiva de fortalecer o SUS e sob a orientação do prefeito, a secretaria atuou em duas frentes importantes: a primeira foi resgatar e valorizar a administração direta. Realizamos concursos públicos para mais de sete mil servidores e servidoras. Aprovamos um novo plano de carreira, um dos compromissos de campanha e que deve ser um dos fatores para melhorar a contratação de servidores municipais, em especial, os médicos. Outra frente foi a de aprimorar a contratação das Organizações Sociais de Saúde (OSS). Refizemos todos os contratos, garantindo mais deveres e também direitos para as OSS e para a prefeitura”, disse.

Filippi também falou sobre a transição e sobre os benefícios que Padilha trará para a cidade de São Paulo devido à sua experiência na área da Saúde. "Sua garra e competência à frente do Ministério da Saúde, com medidas necessárias e corajosas como o Mais Médicos, com a reestruturação da rede de urgência, dando foco também na atenção básica, certamente irão inspirar a nossa equipe na Secretaria Municipal da Saúde a fazer ainda mais", concluiu.


Currículo

O paulistano Alexandre Padilha é médico infectologista formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-graduação pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou na coordenação política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2004 a 2010, primeiro como secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República e, depois, como ministro de Estado da Secretaria de Relações Institucionais. Em 2011, a convite da presidenta Dilma Rousseff, assumiu o Ministério da Saúde, onde permaneceu até fevereiro de 2014.

Padilha atuou, de 2000 a 2004, como coordenador do Núcleo de Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (Numetrop/USP). Ele coordenou projetos do Fundo de Pesquisa em Doenças Tropicais da Organização Mundial de Saúde (OMS), com vários livros e trabalhos publicados em revistas acadêmicas internacionais, em especial sobre o desenvolvimento de novos tratamentos para a malária.

NOVO SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE É APRESENTADO AOS SERVIDORES


José de Filippi Jr. apresentou nesta segunda-feira (24) aos servidores o novo secretário municipal de Saúde Alexandre Padilha. "O grande desafio é dar continuidade ao que o Filippi já começou nesses dois anos e meio. Não vim aqui para inventar nada de novo. Vim para aproveitar as bases que vocês construíram e que já estavam aqui antes de o Filippi chegar, como quem veio junto com o Filippi e foi construindo para que a gente possa melhorar a saúde da cidade de São Paulo", disse Padilha.