Funcionários de ambulatório ‘sentem na pele’ dificuldades do idoso

Servidores do AE Tucuruvi enfrentaram trilha de obstáculos, usaram óculos embaçados e pesos nas pernas

A Gestão da Unidade desenvolve rotineiramente projetos de humanização com os funcionários do AE

 

Texto e fotos por Talita Coutinho

Chegou a vez dos funcionários vivenciarem as dificuldades do cotidiano de um idoso. No dia 29 de julho a equipe de Assistência Social e Pedagogia do Ambulatório de Especialidades do Tucuruvi, da Coordenadoria Regional de Saúde Norte (CRS Norte), realizaram uma oficina educativa como parte do Projeto de Conscientização da Violência contra a pessoa idosa. O objetivo é elevar ainda mais a excelência no atendimento prestado aos idosos.

Primeiramente, a direção da unidade aplicou um questionário em todos os setores. Trabalhadores e usuários identificarem quais as suas maiores necessidades. Participaram das atividades equipes de Recursos Humanos, administrativo e recepção. Como forma de “sentir na pele” as dificuldades enfrentadas pelos idosos, as equipes enfrentaram uma trilha com obstáculos, usaram óculos embaçados, algodão no ouvido, muletas, peso nas pernas, subiram escadas, leram textos e participaram de uma dinâmica para estimular a memória.

‘É uma sensação muito ruim’

As equipes enfrentaram uma trilha com obstáculos, usaram óculos embaçados, algodão no ouvido, muletas, peso nas pernas, subiram escadas, leram textos e participaram de uma dinâmica para estimular a memória

 

 

“Eu senti muita dificuldade. A parte mais difícil foi subir a escada. É uma sensação muito ruim. A gente tem que dar mais atenção para quem tem dificuldade em andar. Meu pai usa bengala e minha mãe tem mal de Alzheimer. A família tem que cuidar, mas nem sempre eles acompanham os idosos ao médico, pois trabalham e muitos vêm sozinhos à Unidade. Vivenciar as dificuldades deles me ajudou bastante, porque vamos ter um olhar diferenciado para ele”, conta a funcionária Naomi Nair Tarriguchi.

Suely Fernandes Grillo, recepcionista do AE Tucuruvi, conta sua experiência. “Eu achei horrível. Tive muita dificuldade em andar com o peso nas pernas, me arrastava. A parte de ler com o óculos embaçado também foi muito ruim. Só enxergava a folha em branco. Sempre tive muita paciência para lidar com o idoso, porque eu me coloco no lugar dele. Um dia vou ser idosa e vou querer ser tratada da melhor forma possível”, disse Suely.

Projetos de humanização

A Gestão da Unidade desenvolve rotineiramente projetos de humanização com os funcionários do AE. O objetivo é humanizar o trabalho do atendimento prestado aos usuários e melhorar o dia a dia dos trabalhadores.

O gerente Braz de Castro Junior explica a importância da atividade. “O funcionário merece melhores condições de trabalho. Humanização é algo amplo e complexo: atender melhor o paciente, acessibilidade, a condição que o paciente é atendido, um bom profissional para atendê-lo, a forma com que ele vai ficar na sala de espera, tudo isso envolve no projeto”, afirma.

No AE Tucuruvi foi estabelecido um bom acolhimento e algumas mudanças na recepção e em outros setores. Diversas ações são realizadas mensalmente, e a unidade já colhe os frutos destas atividades, dentre eles elogios referentes ao atendimento.