Prefeitura participa da “Semana Mundial de Aleitamento Materno 2015”

Tema da campanha é aleitamento e trabalho. Diversas atividades incentivam e orientam as mamães sobre a importância da amamentação

Por Mariana Bertolo
Foto: Edson Hatakeyama

De 1º a 7 de agosto, a Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias da Saúde, da Cultura e da São Paulo Carinhosa, participará da “Semana Mundial de Aleitamento Materno”, cujo tema este ano é aleitamento e trabalho. O objetivo é apoiar as mulheres e bebês em um dos períodos mais importantes da vida e assegurar os direitos à maternidade.

Neste sábado, 1º, das 11h às 17h serão realizadas diversas atividades culturais na Praça das Artes – Avenida São João, 281 - Centro - para conscientizar e estimular o aleitamento materno. Haverá oficina de Aguayo e Sling (carregadores de bebê de tecido), apresentação musical "Minha Mãe Canta Pra Mim Desde a Barriga e Eu Gosto" e dança materna para mamães e bebês, além de oficinas de Musicalidade, Fantasia e Horta para as crianças.

Durante a semana, as 451 UBS da cidade promoverão grupos educativos sobre o tema com as usuárias e na sexta-feira, 07, haverá um ato de encerramento das atividades no Parque do Ibirapuera, com a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, do prefeito Fernando Haddad e do casal Serginho Groisman e Fernanda Groisman, que são os divulgadores da campanha nacional de aleitamento.

Banco de leite salva vidas

Quando Janaina Idalgo voltou da licença maternidade de seu primeiro filho, além da preocupação de ter que ficar longe, sua produção de leite era considerável e ela não sabia como e onde ordenhar enquanto estivesse no expediente de trabalho. Apesar de trabalhar há seis anos como coordenadora no setor de logística do Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, não sabia que o banco de leite do hospital também oferecia espaço para as funcionárias que estivessem amamentando.

“Quando voltei da primeira licença trazia bombinha e usava o banheiro para tirar o leite, pensava que o espaço de apoio era só para as pacientes. Até que a enfermeira responsável pelo banco de leite do hospital me orientou e apresentou o espaço”, explica.

Janaina frequentava a sala três vezes ao dia e levava para casa o que ordenhava e dava para filha no dia seguinte e fez a mesma coisa até mês passado com o caçula de oito meses. “Acho importante o bebê receber o leite materno até quando a mãe conseguir produzir e mais importante ainda o suporte às mães. Fui até onde podia e não imagino como seria se não tivesse esse apoio”.

Amamentar é conquista

O Banco de Leite da Maternidade cachoeirinha existe desde 2012 e conta hoje com cerca de 50 doadoras externas - eram 15 no começo do ano - que colaboram na alimentação dos prematuros que nascem na maternidade, além das funcionárias que tiram o leite e levam para seus bebês.

Segundo a enfermeira responsável pelo Banco de Leite, Vivianne Elias da Silva, a iniciativa do Ministério da Saúde em reforçar o direito da mãe trabalhadora de amamentar é uma conquista e o trabalho agora é estimular novas doadores. "Temos mais mamães contribuindo com nosso Banco e isso ajuda a salvar vidas. Queremos que cada vez mais a mulher possa ter assegurado o direito da amamentação, pelos benefícios que o leite materno traz para a saúde do bebê, e aquelas que puderem doar o excedente para nós serão sempre bem-vindas".

Para auxiliar de enfermagem da UTI neonatal da maternidade, Erika dos Santos Rodrigues, mãe de um menino de sete anos e de uma menina de oito meses, o Banco de Leite é um espaço muito importante. "Quando consigo um tempo no trabalho, corro para a sala de apoio. Chego a ordenhar duas vezes ao dia. Além de ser um alívio, minha filha continua a receber os nutrientes do leite materno, mesmo eu não podendo estar com ela o dia inteiro”, destaca.

O leite ofertado pelas doadoras externas é para bebês internados na UTI neonatal. Muitas mães que têm prematuros nem sempre conseguem produzir o leite para amamentar, em decorrência do ambiente de estresse, e por isso, não conseguem tirar o leite. “Um bebê prematuro na UTI neonatal pode passar por muitas oscilações e isso interfere no emocional e na produção de leite. Nós somos referência em gravidez de alto risco, nascem muitos bebês prematuros por isso a necessidade de muitas doadoras”, reforça a coordenadora do Banco.

‘Prazer imenso’

Silvia Bicalho é uma das doadoras externas. Logo que nasceu seu bebê percebeu que produzia uma quantidade muito grande de leite e, apesar do receio de faltar para seu pequeno, entendeu a necessidade de doar. “Quando decidi que queria doar, perguntei pra uma amiga onde ela doava. Entrei em contato com a maternidade, fiz minha inscrição e todos os exames que são necessários. Tenho um prazer imenso em imaginar que estou ajudando aqueles bebês que realmente precisam, penso que poderia ser o meu”, disse.

As coletas nas casas das doadoras são desenvolvidas em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-SP). No mês de junho, foram coletados 104 litros de leite que beneficiaram 62 bebês.
Há também o serviço de Banco de Leite no Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Netto - Ermelino Matarazzo que recebe, em média, 30 litros de coleta externa/mês e no Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha - Campo Limpo, que arrecada, em média, 25 litros de coleta externa/mês. A necessidade real dos dois hospitais é de 150 a 200 litros/mês, suprindo a necessidade dos bebês da Unidade Neonatal. O estoque baixo atual reflete alguns fatores, como período de férias escolares e temperaturas baixas do inverno.