Nos últimos dois anos, atendimentos superam ingressos na fila da saúde

Após tendência de crescimento até 2012, fila de espera começou a cair em 2013 e 2014. Queda foi de 62% para ultrassonografias, de 30% para exames e de 9% para consultas

De Secretaria Executiva de Comunicação

A criação de novos serviços, como a inauguração de oito Hospitais dia da Rede Hora Certa, além de quatro arenas móveis do programa, duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a reativação de 230 leitos hospitalares que estavam fechados, resultaram em uma inversão de tendência na fila da saúde da cidade de São Paulo. Enquanto, em 2012, mais pacientes entraram na fila por consultas, exames e cirurgias em relação aos cidadãos que foram beneficiados por esses tipos de serviço, em 2013 e no ano passado, com a nova gestão, o atendimento superou a demanda.

Em 2012, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 1.987.657 pacientes entraram em fila de espera com pedidos novos por atendimentos de saúde, enquanto 1.929.438 receberam atendimento e saíram da espera, um déficit de 58.219. Já em 2013, a rede atendeu mais que no ano anterior: 2.534.258 pacientes ante 2.440.556 que ingressaram na fila, um saldo positivo de 93.702. Em 2014, a tendência de evolução no serviço se manteve com a entrada de 2.533.972 pessoas e atendimento de 2.586.704 pacientes, saldo positivo de 52.732.

A maior rotatividade causou redução geral de mais de 24% da fila de espera nas unidades e hospitais municipais, considerando consultas médicas especializadas, cirúrgicas, ultrassonografias e outros tipos de exames. Em dezembro de 2012, 679.541 procedimentos do tipo aguardavam por atendimento e, em fevereiro deste ano, o número caiu para 511.834. A maior queda se deu nos quase 20 tipos de ultrassonografia oferecidos, em torno de 62%: saiu de 189.224 pessoas em espera no último mês de 2012 para 71.222 neste ano. Entre agosto e dezembro de 2012, a fila de espera apresentava taxa de crescimento de aproximadamente 13%. Dessa forma, poderia ter ultrapassado 1 milhão de solicitações pendentes ao final de 2013 e 1,3 milhão ao final de 2014 se nenhuma nova ação fosse desencadeada pela atual gestão.

Em relação aos outros tipos de exames, chamados de Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT), que inclui, por exemplo, colonoscopia, ecocardiografia e mamografia, a queda foi de quase 30%, de 80.224 pessoas aguardando em 2012 para 56.250 neste ano. As consultas médicas especializadas tiveram queda de 9%, passando de 352.181 para 321.338, na comparação entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2015.

Vários exames médicos dependentes apresentaram reduções significativas no tempo de espera. A colonoscopia, por exemplo, tinha um tempo médio de 7,5 meses em dezembro de 2012 e passou para 2,5 meses em dezembro de 2014; para a eletroneuromiografia, era de 1 ano e passou a ser de 3 meses; para a endoscopia, o prazo caiu de 7 meses para 3 meses. O tempo médio de espera não considera os casos mais complexos, como câncer, pois estes são avaliados por uma equipe de médicos reguladores e são agendados com prioridade.

A melhoria é causada pela ampliação de equipamentos e a criação de novos serviços, que aumentaram a capacidade de agenda nos atendimentos da rede municipal de Saúde. Em 2012, as unidades de saúde tinham capacidade para cerca de 4,9 milhões de agendamentos/ano e, agora, chega a 5,5 milhões, um incremento de 12%.

Outra medida adotada pelo município foi a de priorizar as solicitações por consultas, exames e cirurgias, que estavam pendentes desde 2007 até dezembro de 2012, ou seja, referentes à gestão anterior. Com a agilidade maior e atendimento prioritário a esses pacientes mais antigos, além de eliminar pedidos de 2007, 2008, 2009 e 2010, atualmente 92,3% dos cidadãos na fila de espera são referentes apenas aos últimos dois anos, sendo 62,2% de 2015. Dos anos anteriores, restaram apenas 5,7% de 2013, mais 1,3% de 2012 e 0,4% de 2014.

Consultas médicas cirúrgicas
Houve um incremento de fila de espera de 10,7% nas consultas médicas cirúrgicas, que passaram de 56.912 pessoas em espera em dezembro de 2012 para 63.024 em fevereiro deste ano.

De acordo com um estudo da Secretaria Municipal da Saúde, o aumento da fila se deve à diminuição de vagas ofertadas pela rede estadual da Saúde dentro do município. Os dados apontam que, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014, o Governo do Estado deixou de ofertar 13.705 consultas para cirurgias, passando de 4.336 para 3.532 por mês. Enquanto isso, a Secretaria Municipal da Saúde ampliou as vagas para cirurgias no período, passando de 197.495 em 2012 para 214.827, subindo de uma média mensal de 16.468 para 17.902 vagas ofertadas, em média, por mês.

O estudo aponta ainda que o aumento não foi ainda maior devido às ações do município, já que, no segundo semestre de 2012, houve um crescimento de 14% da demanda. Seguindo a tendência, se nenhuma ação fosse realizada, a fila poderia atingir 97.942 solicitações pendentes ao final de 2014.

Hospitais municipais
Com 230 leitos a mais, os 17 hospitais municipais ampliaram o número de internações, consultas e cirurgias eletivas nos últimos dois anos. Enquanto em 2012 os hospitais municipais realizaram 249.604 internações, no ano passado o número saltou para 266.469, um incremento de cerca de 7%. No mesmo período, nos equipamentos da rede estadual, houve queda de 1,6%, passando de 427.392 para 420.552. Em relação às cirurgias eletivas, como catarata, fimose e dermatológicas, o incremento na rede municipal foi ainda maior, de cerca de 12%: passou de 25.860 em 2012, antes da atual gestão, para 28.989 durante todo o ano passado.

Considerando ambulatório e pronto-socorro, as consultas no geral, desde as especializadas, de clínica médica e não-médicas de nível superior, também cresceram em torno de 7,7% entre 2012 e 2014, saltando de 3.971.703 para 4.281.119 nos 17 hospitais municipais.

Consultas especializadas
Enquanto no primeiro trimestre de 2012, 207.145 cidadãos tiveram suas consultas especializadas agendadas e deixaram a fila do serviço, no mesmo período deste ano, 253.551 foram atendidos, ou seja, 29% a mais que há dois anos.

O número de pessoas que receberam a consulta médica especializada vem em evolução desde 2013, quando, somente no primeiro trimestre, 208.301 cidadãos deixaram a fila. Nos primeiros três meses do ano passado, 230.121 pacientes foram consultados com médicos especialistas e não esperam mais por atendimento, 11% mais do que o número que deixou a fila em 2012.

Em relação à entrada de novos pedidos por consultas com especialistas, houve um aumento de 15%, passando de 219.786 no primeiro trimestre de 2012 para 253.551 no mesmo período do ano passado. Em 2013, 217.577 pessoas ingressaram na fila, 1% menos que em 2012.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a comparação por trimestre, quando considerados os primeiros três meses de cada ano, pode causar distorções nas análises. Por ser um período de férias e com o feriado de Carnaval, menos médicos estão em atendimento e a produção nas unidades cai no período por conta da sazonalidade.

A variação no atendimento especializado também se deve ao aumento de consultas agendadas nas unidades de saúde de São Paulo, que nos primeiros três meses deste ano tiveram 832.239 guias emitidas, ante 801.321 no primeiro trimestre de 2012, um incremento de 3%. Em 2013 e 2014, foram emitidas, respectivamente, 797.829 e 709.871 guias para consultas médicas especializadas.