UPA Campo Limpo ajuda a elevar em 35% capacidade de internação no Pronto Socorro do Complexo Hospitalar

45% dos atendimentos realizados na UPA são de média complexidade. Humanização e ações voluntárias fazem parte da rotina da unidade

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Limpo realiza, em média, 18.000 atendimentos por mês

 

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Campo Limpo, que tem gestão compartilhada com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, completou um ano em abril. Realiza, em média, 18.000 atendimentos por mês. Segundo a Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), a presença da UPA fez com que houvesse aumento real de 30% a 35% da capacidade de internação e observação no Pronto Socorro que integra o Complexo Hospitalar Campo Limpo, proporcionando, assim, melhor atendimento aos três milhões de habitantes da região Sul.

A UPA atende casos de baixa e média complexidade. No entanto, 55% dos usuários que procuram esse tipo de serviço poderiam ser acompanhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMA). A falta de informação adequada e a vontade de receber atendimento imediato faz com que a população procure a UPA para acompanhamento de doenças crônicas, diarreia sem desidratação, entre outros males de baixa complexidade, fator que pode provocar demora no atendimento e tirar a vaga de quem realmente precisa.

De acordo com a coordenadora médica da UPA Campo Limpo, Mariângela Lieto, quando a unidade foi inaugurada, mais de 80% dos pacientes eram de baixa complexidade, ou seja, não precisavam de atendimento de emergência e podiam ser atendidos pelas UBS e AMA. “Hoje, 45% dos nossos atendimentos são casos classificados como vermelho, laranja e amarelo, que são pacientes de maior gravidade, que realmente precisam estar aqui”, afirmou.

Mariângela esclareceu ainda que, ao longo do período que a unidade está em funcionamento, muita coisa melhorou e algumas ainda precisam ser feitas. Mas o saldo é positivo e o retorno da população também. Os fluxos da unidade já estão sendo estruturados, assim como os protocolos assistenciais.

Com um quadro de 425 profissionais, a UPA oferece quatro especialidades: pediatria, clínica médica, ortopedia e cirurgia geral no setor de emergência. O atendimento realizado na unidade está de acordo com a Política Nacional de Humanização.


Francimara acompanhou a filha Nathally, de três anos na sala de observação da UPA Campo Limpo e garantiu que o atendimento atendeu suas expectativas

 

‘Fui muito bem atendida. Não posso reclamar’

Para a auxiliar de conservação, Francimara Oliveira Sergio, de 22 anos, que estava na sala de observação infantil, acompanhando a filha Nathally de três anos, o acolhimento da unidade atendeu suas expectativas. “Hoje fui muito bem atendida. Não posso reclamar. Ela já veio direto aqui para cima, passou pela triagem, foi muito bem atendida. Os médicos foram muito atenciosos com ela. Para adulto é um pouco mais cheio, para criança é mais rápido. Mas tudo depende do horário”, disse a usuária da UPA.

Taynara Silva Santos, de 16 anos, mãe do pequeno João Douglas, de dois meses, levou o filho até a unidade. O bebê estava apresentando dificuldade de respirar. Segundo ela, o filho está sendo bem atendido. “Já o trouxe duas vezes e sempre fui muito bem tratada”, afirmou.


Pequeno João Douglas, de apenas dois meses, passa por atendimento na UPA devido a problemas respiratórios

 

Grupo de Voluntários

Para aproximar ainda mais a população dos profissionais, uma iniciativa chama a atenção. Trata-se do Grupo de Voluntários, idealizado pela coordenadora médica Mariângela Lieto e pela pediatra Renata Baraqui. O grupo arrecada dinheiro entre os integrantes da equipe de saúde para comprar brinquedos e distribuir às crianças que estão na UPA em datas como Dia das Crianças e Natal.

Além de salvar vidas e cuidar da saúde da população, a equipe de profissionais da UPA Campo Limpo também oferece carinho e atenção aos seus pacientes. Segundo Mariângela, esse tipo de ação fortalece a humanização do atendimento, mas, geralmente, é realizada em unidades de internação. Em pronto atendimento como a UPA é pouco comum devido à rotatividade. Mas o grupo conseguiu provar que tudo é possível.

Para a enfermeira plena Mariana Salomão de Sá, de 28 anos, trabalhar na UPA é gratificante, pois a equipe consegue fazer um atendimento humanizado. “O principal é ver que a gente não cuida apenas da saúde. A gente cuida de um todo. A ação do Dia das Crianças visou atender aquele paciente que estava aqui e que talvez não fosse ganhar nenhum brinquedo, assim como na ação do Natal também. É importante fazer com que os pacientes entendam que o profissional da saúde está preocupado com todos os aspectos e tenta se aproximar da população nesse tipo de ocasião”, disse.

Médica de Honduras encara desafio com prazer

Para a médica hondurenha, Sharon Eugênia Parchment Rosa, atuar numa unidade desse tipo é um desafio. “Temos um grande volume de pacientes, principalmente na minha área que é a pediatria. Me traz muita satisfação trabalhar aqui. Consigo resolver algumas questões de urgências, principalmente. A gente consegue ter bons retornos”, disse.