Por Caroline Pellegrino
O Centro de Zoonoses de São Paulo (CCZ-SP) participou de teleconferência organizada pela Universidade do Peru, em Lima. Rosiani akiuti Bonini, veterinária do CCZ-SP, ministrou palestra sobre os riscos sanitários pela proliferação de pombos domésticos”, a convite do Ministério da Saúde daquele país.
Participaram do evento, realizado em março, além de representantes da própria universidade, autoridades e gestores de Saúde. A presença do CCZ-SP se deu por meio da sua designação como Centro Colaborador para treinamento e pesquisa em Zoonoses Urbanas junto a Organização Mundial da Saúde/Organização Pan Americana de Saúde (OMS/OPAS).
A palestra de Rosiani coincidiu com o lançamento, no Peru, de um manual para vigilância, prevenção e controle sanitário de pombos domésticos. Estas aves podem transmitir doenças como Histoplasmose, Criptococose e Salmonelose.
A Histoplasmose é uma doença infecciosa pulmonar. Em indivíduos saudáveis, geralmente não há a manifestação da doença. O maior risco está relacionado aos pacientes com comprometimento do sistema imunológico e transplantado.
Já a Criptococose pode se apresentar como meningite subaguda ou crônica. No caso das duas primeiras, o contágio ocorre principalmente pela inalação de poeiras presente nas fezes secas de pombos contaminados por fungos.
Com relação a doença bacteriana Salmonelose, seu contagio pode causar um quadro de gastroenterite. Ele se dá por via oral por meio da ingestão de alimentos e água contaminados com fezes de pombos. Doenças de pele como dermatites e alergias podem ser ocasionadas por ácaros provenientes das aves e dos seus ninhos.
“Ainda sobre os riscos à saúde comentamos sobre o problema do ruído e o aparecimento de pragas secundárias como ratos, moscas e baratas”, afirmou Rosiani.
A veterinária também frisou problemas causados pela sujeira das fezes, penas, restos de ninhos e ovos nos imóveis em geral, o que muitas vezes gera danos ao patrimônio histórico, artístico e cultural, sem contar os prejuízos econômicos em função de entupimentos de calhas.
Zonas urbanas
Segundo Marisa Toda, bióloga do CCZ, uma das principais características dos pombos domésticos presentes em zonas urbanas, como São Paulo, relaciona-se à sua grande capacidade de adaptação e a eficiência de aproveitamento do alimento. “As áreas urbanas oferecem condições ambientais para a sua proliferação, seja com a grande disponibilidade de alimentos provenientes da deposição de lixo, do comércio de alimentos, feiras livres e da própria população que tem hábito de fornecer alimento. Há também a presença de estruturas e vãos existentes nos prédios e nas residências que se tornam excelentes abrigos para formação de ninhos”, afirmou Marisa.
CCZ participa de teleconferência de Universidade do Peru
Centro de Zoonoses de São Paulo discute riscos de pombos domésticos à saúde
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