Texto e fotos por Keyla Santos
Precisa fazer uma atividade física e não sabe por onde começar? A caminhada pode ser uma boa opção. Ela é grátis e pode ser feita em parques públicos, nas ruas próximas à sua casa ou em uma praça. Os únicos cuidados necessários são tênis adequados, orientações de um profissional e força de vontade. A prática regular de caminhada traz benefícios ortopédicos, cardiovasculares, endocrinológicos, além de estimular a produção de hormônio do bem-estar. Segundo Fernando Peres Amorim Gonçalves, ortopedista e traumatologista da AMA Especialidades da Vila Constância, qualquer pessoa que não possua doenças que limitem os sistemas musculoesqueléticos e neurológicos pode caminhar.
Além de ser fazer bem à mente, a caminhada trabalha a musculatura dos membros inferiores e também a musculatura do abdômen e da região lombar. O gasto calórico pode variar, pois depende de características individuais como peso, estatura, idade, tempo de realização da atividade física e nível de condicionamento do indivíduo.
“De maneira geral, as caminhadas queimam de cinco a 5,5 calorias por minuto. Nos primeiros 30 minutos de caminhada, o organismo vai utilizar como combustível celular, predominantemente, a glicose. Após a primeira meia hora de atividade começará a utilizar a gordura corporal, sob a forma de ácidos graxos, como fonte energética para as células. Essa última situação é interessante para as pessoas que desejam emagrecer. Para alcançar os resultados desejados das caminhadas, elas devem ser realizadas pelo menos três vezes por semana e, no mínimo, por 30 minutos”, explicou o especialista.
Cuidados com os pés
Não se esqueça de utilizar um tênis adequado, que respeite o formato do pé de cada pessoa. Segundo Gonçalves, há pés planos valgos pronados (pés chatos); os cavos varos supinados (pés cavos) e os neutros. “Os fabricantes de tênis para caminhada e corridas já dispõem de diferentes configurações de acordo com a formação dos pés da pessoa”, disse Gonçalves.
Para o ortopedista, os indivíduos menores de 40 anos, ou pessoas que não tenham doenças crônicas associadas como hipertensão, diabetes mellitus, distúrbios de colesterol, triglicérides e doenças da tireoide, podem iniciar a prática de caminhadas sem receio. “Para os maiores de 40 anos ou com doenças crônicas é importante uma avaliação médica antes do início da prática regular de caminhadas”, orientou o ortopedista.
Atividade democrática
“A prática de caminhadas é acessível para maioria absoluta das pessoas, tem inúmeros benefícios à saúde, não requer investimentos para aquisição de equipamentos e pode ser realizada com prazer e segurança nos parques municipais disponíveis e espalhados por todas as regiões da cidade de São Paulo”, concluiu Gonçalves.
‘Se não fosse a caminhada talvez eu já tivesse desenvolvido o Mal de Alzheimer’
O aposentado Yukio Takeda, de 81 anos, já é adepto da caminhada há 18 anos. Ele mantém o ritmo de duas a três vezes por semana, no Parque Ibirapuera, geralmente no período da manhã.
“Para mim os benefícios são muitos, desde a melhora na disposição, na saúde, tenho mais energia. Ainda tenho prazer em coisas que poucas pessoas da minha idade têm, como visitar os comércios, ir ao cinema, passear. Antes eu não sentia prazer nessas coisas. Se não fosse a caminhada, talvez eu já tivesse desenvolvido o Mal de Alzheimer. Por isso, indico essa prática para as outras pessoas”, disse Takeda.
O piloto de avião Paulo Roberto, de 56 anos, também mantém o ritmo das passadas e não parou nem para falar com a repórter que precisou entrevistá-lo em movimento. “Eu procuro caminhar regularmente, já que minha profissão não me dá muita regularidade nisso. As caminhadas que procuro fazer têm duração de uma hora, todos os dias. Eu sinto mais disposição para o restante do dia e também no trabalho. Não sou médico, mas indico que outras pessoas caminhem, pois faz muito bem à saúde”, afirmou.
Já a consultora de Tecnologia da Informação (TI) Maristela Pereira, de 53 anos, caminha quatro vezes por semana, durante uma hora, além de fazer exercícios nos aparelhos disponíveis no parque. “Sinto melhor astral, parece que dá mais empolgação, melhora no condicionamento físico e acabaram minhas dores lombares. Por isso, acho que as pessoas devem caminhar, mas sempre respeitando seus limites. Nada de chegar e sair correndo, mas respeitando o ritmo do corpo: cansou? Senta, respira. Levanta e vai de novo. Traga uma garrafinha com água e um boné, óculos. Enfim, cuidados básicos”, disse Maristela.