Obras do hospital municipal de Parelheiros são iniciadas

Com custo estimado de R$ 145,6 milhões, equipamento terá 255 leitos, dos quais 41 para obstetrícia, 30 de UTI e beneficiará aproximadamente 300 mil pessoas

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

 

Neste sábado (28/2), o prefeito Fernando Haddad e o secretário municipal da Saúde, José de Filippi Jr., participaram do ato de início das obras do Hospital Municipal de Parelheiros. Compareceram ao evento, aproximadamente, 200 pessoas da comunidade. Ao término da cerimônia, Filippi plantou uma árvore jacarandá (carobinha) no terreno do equipamento. A construção desse hospital é um dos itens da meta 22 do Programa de Metas 2013-2016 da Prefeitura. Os moradores da região comemoram essa conquista de 30 anos de luta. A unidade beneficiará aproximadamente 300 mil pessoas com pronto-socorro, maternidade e centro de especialidades.

Filippi destacou que este momento é de muita alegria e o povo e a administração pública comemoram essa conquista. “Esse é mais um passo em direção a consolidar e construir um dos equipamentos de saúde mais aguardados da cidade. O Hospital de Parelheiros está numa região perto de 300 mil pessoas, num raio de aproximadamente quinze quilômetros, onde não existe nenhum leito hospitalar, nem público e nem privado. A construção desse equipamento foi um compromisso assumido pelo prefeito Fernando Haddad e ele também compartilha dessa alegria e dessa mesma satisfação”, disse o secretário.

O hospital está entre os principais desafios ao longo da gestão para o cumprimento das metas. Filippi destacou que boa parte dessa meta já foi concluída, mas é importante ficar atento à situação conjuntural, da economia do país e internacional, que também afeta a economia brasileira. “Trata-se de um grande desafio simbólico, pois será a primeira vez, na história de São Paulo, que uma administração de quatro anos consegue – como nós fizemos aqui -, chegar a uma situação onde não havia terreno, não havia projeto, não havia obra e não havia hospital. E tudo isso demanda muito tempo. Escolhemos o terreno, compramos o terreno, fizemos o projeto executivo e vencemos essas etapas todas”, comentou Filippi.

Esforço

Haddad destacou todo o esforço realizado para chegar ao ponto de início das obras do hospital e das dificuldades encontradas ao longo do caminho, inclusive de licenciamento ambiental, porque o equipamento será construído numa área de manancial. “Trata-se de uma obra de R$ 150 milhões. Acho que se somar todas as obras da prefeitura, não chega a R$ 150 milhões. Com investimento 100% do governo federal, menos o terreno e o projeto [executivo] porque quem pagou fomos nós”, informou o prefeito.

O prazo para a finalização das obras, segundo o Haddad, é de 20 meses. Para a realização das obras serão contratados dois mil trabalhadores para garantir o andamento da construção. “São dois mil trabalhadores aqui da região que começam a trabalhar na obra. A verba é federal. A presidenta Dilma me ligou pra dizer: ‘Fernando, toca esse hospital. É promessa de 30 anos e não vai faltar dinheiro para a obra acelerar e a gente cumprir o cronograma’”, disse o prefeito.


O Hospital de Parelheiros - além de ser uma demanda antiga para uma região, distante do centro da capital e com a menor oferta de leitos públicos, com apenas 0,7 por mil habitantes -, soma-se aos hospitais Santa Marina (zona Sul), Vila Matilde (zona Leste) e Brasilândia (zona Norte) no plano de expansão do número de leitos públicos

 

‘É uma grande vitória da população de Parelheiros’

Para o integrante do Movimento Popular de Saúde de Parelheiros, Leonilson Queirós, o início das obras do hospital é muito significativo para todos que vivem na região e em municípios vizinhos. Queirós destacou que Parelheiros é sempre muito castigado e tratado diferente do resto da cidade, pois é considerado o pulmão de São Paulo. Ele acredita na importância da preservação ambiental, mas defende a necessidade de melhorias para quem vive na região, principalmente na área da saúde.

“A população hoje, busca atendimento médico no Hospital Grajaú e no Hospital Pedreira e esses equipamentos atendem demandas do Estado de São Paulo. Por isso, temos uma fila de atendimento de mais de quatro horas para passar por uma triagem médica. Tanto no Hospital Grajaú como no Hospital Pedreira. Logo, essa situação demanda a urgência na construção desse hospital [de Parelheiros]. Então, para nós é uma vitória histórica o início dessas obras”, disse Queirós.

Investimento

A unidade será construída com recursos da Caixa Econômica Federal (CEF), por meio do PAC Mananciais do governo federal, com custo de R$ 145,6 milhões. O Hospital de Parelheiros - além de ser uma demanda antiga para uma região, distante do centro da capital e com a menor oferta de leitos públicos, com apenas 0,7 por mil habitantes -, soma-se aos hospitais Santa Marina (zona Sul), Vila Matilde (zona Leste) e Brasilândia (zona Norte) no plano de expansão do número de leitos públicos.

Outros benefícios

A construção do Hospital Municipal de Parelheiros trará também a criação de dois mil empregos. O financiamento junto ao governo federal foi obtido dentro de um programa de reurbanização da região, que inclui a construção de novos equipamentos públicos, como escolas, creches, postos de saúde e hospital.

O hospital ficará localizado em um terreno de 120 mil m² e terá ao todo 31 mil m² de área construída, entre as ruas Euzébio Goghi e a Cacual. A população contará com pronto-socorro e maternidade, Hospital Dia, Hospital Escola e com Centro de Apoio Diagnóstico que oferecerá exames de mamografia, endoscopia, raio-x, tomografia, ultrassom e ressonância.

Leitos e UTI

A unidade terá 255 leitos, entre eles, 41 serão de obstetrícia, 30 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, infantil e adulto, leitos psiquiátricos e dez salas cirúrgicas. Os atendimentos serão em clínica médica, pediatria, ginecologia, neonatologia, cirurgia geral, ortopedia, anestesia e radiologia, entre outros.

Uma premissa do projeto é a preocupação com o meio ambiente. Por isso, será feito a implantação de sistema de automação predial - que possibilita a monitoração e o controle dos vários subsistemas visando uso racional da energia, água e climatização. O prédio contará com acessibilidade universal e terá ainda estacionamento, bicicletário, brinquedoteca e um heliponto.