Secretaria presta contas sobre último quadrimestre de 2014

Prefeitura aplicou aproximadamente 19% do tesouro municipal na Saúde, o que representa cerca de R$ 6 bilhões

'Levando em conta o que diz a nossa Constituição, o valor mínimo é de 15% e é possível perceber que chegamos a quase 19% da aplicação de recursos próprios na área da Saúde, o que representa cerca de R$ 6 bilhões', disse Filippi

 

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

O secretário municipal de Saúde José de Filippi Jr. e o secretário adjunto Paulo de Tarso Puccini apresentaram, nesta quarta-feira (25/2), na Câmara Municipal de São Paulo, a prestação de contas das ações e execuções orçamentárias referentes ao terceiro quadrimestre de 2014. Também foi apresentado o andamento dos objetivos estabelecidos pelo Programa de Metas 2013-2016 na área da Saúde, com os resultados obtidos até o momento, os valores investidos e as dificuldades encontradas ao longo do ano. Conselheiros e representantes de movimentos de Saúde apresentaram dúvidas, sugestões e reclamações.

Recursos

Filippi destacou a consolidação das receitas realizadas, indicadas para a apuração da aplicação do percentual da Saúde. “Levando em conta o que diz a nossa Constituição, o valor mínimo é de 15% e é possível perceber que chegamos a quase 19% da aplicação de recursos próprios na área da Saúde, o que representa cerca de R$ 6 bilhões”, disse.

Segundo o secretário, um dos grandes desafios é a manutenção de suprimentos nas UBS, hospitais e em todas as unidades de saúde, não por falta de verba, mas por conta de questões burocráticas e de logística. “Passamos de R$ 446 milhões em 2013, para R$ 406 milhões em 2014 na aquisição de medicamentos e de material médico-hospitalar. A SMS está comprando menos medicamento e material? Não foi isso o que aconteceu”, afirmou Filippi.

Segundo Filippi houve necessidade de concentrar uma compra mais forte, nos meses de novembro e dezembro de 2013, devido ao período crítico vivido em meados daquele ano. “Isso onerou o orçamento de 2013, significando uma melhora ao longo do primeiro semestre de 2014 e estabelecemos um ritmo para aquisição de medicamentos e de material médico-hospitalar. Logo, a média do que foi gasto em 2013 e 2014 dá um total de R$ 431 milhões. Portanto, significa 21% acima do que foi destinado em 2012, mostrando que a questão do medicamento está muito mais relacionada à logística, à estruturação da distribuição, às questões burocráticas do que a problemas financeiros”, explicou.

Puccini falou sobre a redução de atendimentos feitos pelos equipamentos da Secretaria Estadual de Saúde. “Ela [secretaria estadual] abriu 2012 com 427 mil internações e fechou 2014 com 420 mil. Perda de sete mil internações. E nós [secretaria municipal] saímos de 249 mil internações em 2012 e chegamos a 266 mil em 2014”, comentou Puccini.


Puccini frisou que a SMS se preparou ao longo desses dois anos e já está pronta para melhorar a saúde da população

 

Balanço

O secretário adjunto explicou a importância do chamamento público para a contratação de Organizações Sociais de Saúde (OSS) para a administração de 22 áreas do município de São Paulo, por meio de contrato de gestão, em substituição aos 47 convênios e 28 contratos já existentes. Trata-se de uma reestruturação a fim de deixar mais clara a relação entre administração pública e as OSS, permitindo maior controle, melhor preço e qualidade técnica por meio de concorrência.

Em relação à prestação de contas do último quadrimestre de 2014, Puccini fez um balanço positivo sobre os investimentos realizados. Ele frisou que a SMS se preparou ao longo desses dois anos e já está pronta para melhorar a saúde da população, com o conjunto de Unidades Básicas de Saúde Integrais, criadas por esta gestão e está preparada também para a reestruturação do processo de trabalho de todas as unidades de Atenção Básica.

“A Rede Hora Certa é uma grande inovação em termos de cirurgia incorporada ao laboratório de especialidade e ao procedimento de imagem que permite uma resolução rápida e ‘desospitaliza’ o paciente. O retorno breve dele [paciente] para casa é muito importante para a qualidade do procedimento e para a brevidade que o sistema tem que dar para as 810 mil pessoas que encontramos aqui, quando chegamos ao governo”, disse.

 

 

*