‘Hey Ho! Let’s go!” Brincar e partilhar integra a criançada

CAPS Infantil do Campo Limpo gera mais qualidade de vida aos pacientes

Brincar, entregar, dividir, esperar, partilhar. Toda essa mistura de atitudes tem gerado resultados positivos e os pais estão contentes em ver a evolução clínica de seus filhos

 

Texto e foto por William Amorim

“Hey Ho! Let’s go!” Com este grito de guerra animado, o grupo de mesmo nome do CAPS Infantil (CAPSi) Campo Limpo ajuda a mudar a história de crianças em tratamento terapêutico na unidade por meio de atividades que facilitam a interação e a socialização de pacientes diagnosticados com diferentes patologias, como autismo e hiperatividade.

Desde dezembro, quando foi criada, a turma se reúne ao ar livre para uma gincana que aparentemente é recreativa mas, na realidade, tem como proposta trabalhar aspectos de convivência como dividir, interagir e desenvolver dificuldades, seja ela motora ou social. Mais do que fortalecer a socialização, o “Hey Ho! Let’s go!” busca o fortalecimento do PTS (Plano Terapêutico Singular).

A técnica de enfermagem Rosemary Souza Queiroz, de 52 anos, trabalha na unidade e compõe a equipe que promove os encontros. Ela conta que para estimular os pequenos que têm dificuldade de fala, a equipe aproxima uma mais quieta de outra mais falante, e assim por diante. “As atividades acontecem no tempo delas e não é estipulado horário para terminar. Cabe às crianças escolher o que querem fazer, cada dia é a vez de um. Se ela disser que quer ficar no parque no balanço, todos vão fazer isso. E como nós só temos dois balanços, elas vão ficar na fila esperando para que todos possam brincar”, diz Rosemary, que acredita nos resultados estimulantes da técnica.

Pequenas conquistas que fazem a diferença

Brincar, entregar, dividir, esperar, partilhar. Toda essa mistura de atitudes tem gerado resultados positivos. E os pais estão contentes em ver a evolução clínica de seus filhos. Wagner Aparecido Brasilino, de 33 anos, pai de Igor, de 6, diz que devido ao contato que Igor tem com outras crianças e adultos durante a gincana, ele está menos tímido e retraído. “Dentro das questões de saúde pública, o que o CAPS realiza é muito interessante, pois não é um simples trabalho. O pessoal aqui se dedica a ajudar essas pessoas, já que muitas vezes estes profissionais possuem mais informações do que nós pais. É muito gratificante para todos nós ver como tudo funciona”, disse Brasilino.

Quando a atividade acaba, é hora de fazer o que é melhor para poder crescer: comer. E nada de moleza. As crianças ajudam a montar a mesa colocando a toalha e buscando os alimentos - todos saudáveis e leves, para não atrapalhar o almoço. “Para nós, que convivemos com eles, às vezes um levantar de mão já é uma grande vitória. Tem criança que estamos acostumados a ajudar a segurar o copo de suco, por exemplo, mas quando nós o vemos pegando o copo e levando até a boca sozinho, é que percebemos que tudo vale a pena”, complementa Rosemary.