Eliminação de criadouros é foco do Plano Municipal de Controle do Aedes

Secretário de Saúde, vice-prefeita e coordenadora da Covisa apresentam Plano a Comitês de Combate à Dengue

Secretário da Saúde, José de Filippi Jr. destacou que, para obter sucesso nesse enfrentamento, é necessária a colaboração de todos

 

Por Keyla Santos
Foto Valdenéia Barbosa

O secretário municipal de Saúde José de Filippi Jr. se reuniu na manhã de hoje (28/11), na sede da Prefeitura, com a vice-prefeita Nádia Campeão e com a coordenadora da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), Wilma Morimoto. Eles apresentaram o Plano Municipal de Controle do Aedes aos Comitês de Combate à Dengue. Também participou da reunião Ricardo Teixeira, secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras.

Devido aos surtos de dengue e à preocupação com a evolução da febre chikungunya, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Covisa, organizou a revisão do Plano Municipal de Vigilância e Controle da Dengue, que tem como base o Plano Nacional de Controle da Dengue. O resultado é o Plano Municipal de Controle do Aedes, apresentado hoje aos recém-formados Comitês de Combate à Dengue durante reunião de trabalho. O objetivo principal é a eliminação de criadouros e, para isso, a Prefeitura conta com a participação, colaboração e apoio da sociedade.

“O importante em relação à doença é a prevenção e a promoção da saúde. Depois que a pessoa adoece, é outro encaminhamento. É necessário evitar que a doença se instale e, para que isso aconteça, no caso da dengue e da chikungunya, precisamos controlar e eliminar o vetor que é o mosquito transmissor”, explicou Wilma.

O Plano de Combate à Dengue será implementado em todas as subprefeituras. Os comitês são constituídos por subprefeitos, munícipes, profissionais das Supervisões Técnicas de Saúde (Suvis) e das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Os trabalhos funcionarão como uma força tarefa e contarão com apoio de outras secretarias como Habitação e Educação.

Cabe aos comitês propor as estratégias de intervenção no território, no âmbito de cada secretaria; contribuir nas ações de mobilização social e de comunicação; constituir grupos internos de controle da dengue em cada unidade de prestação de serviço público municipal para verificar e eliminar possíveis criadouros; coordenar as operações Cata-Bagulho; de limpeza e manutenção de córregos, bueiros, terrenos, praças e vias públicas; fornecer os dados cadastrais de identificação de imóveis; comunicar os riscos das áreas de transmissão; organizar ações conjuntas dos imóveis de acumuladores e de materiais inservíveis e apoio nas ações de ingresso aos imóveis abandonados e desabitados.

Plano Municipal de Controle do Aedes

As medidas de prevenção e controle tanto da dengue quanto da chikungunya propostas pelo novo plano no período pré-transmissão incluem visitas casa a casa, trabalho realizado pelos agentes de zoonoses a fim de identificar o acúmulo de água e criadouros de mosquito; visitas quinzenais aos pontos estratégicos, como pátios que guardam veículos recolhidos pela cidade e cemitérios e visitas mensais realizadas nos chamados imóveis especiais, os que possuem grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais, entre outros.

Na fase de transmissão, as ações incluem bloqueio de criadouros, bloqueio de nebulização e nebulização veicular, também conhecida como fumacê. “É importante ressaltar que o fumacê nunca é a primeira opção para o controle do mosquito. Ele é a última. O fumacê só entra em campo quando todas as outras ações não conseguiram controlar a doença”, disse Wilma.

Dentro da reestruturação do programa, a SMS publicou em 5 de novembro a portaria 2.286, que tornou obrigatória a notificação imediata dos casos de dengue. A de chikungunya já era obrigatória para 24 horas. “A notificação imediata propicia agilidade para a área de controle e possibilita a ação oportuna, para que os agentes adotem em tempo oportuno as medidas de controle adequadas”, afirmou a coordenadora da Covisa.

Prevenção e promoção da saúde

Filippi frisou que investir na prevenção e promoção da saúde é importante para que a ação chegue antes da doença. “Essa é a melhor maneira de praticar e fazer saúde pública numa cidade-país, numa cidade de 12 milhões de habitantes que está inserida numa região metropolitana de aproximadamente 21 milhões [de pessoas]”, afirmou.

O secretário da Saúde destacou ainda que, para obter sucesso nesse enfrentamento, é necessária a colaboração de todos. “Precisamos desse envolvimento e fazemos esse trabalho porque a ameaça é grande. Neste ano tivemos dez vezes mais casos de dengue na cidade de São Paulo. Era uma incidência baixa e evoluiu para uma incidência média. Mas, agora, se multiplicarmos por dez vezes essa incidência média, vamos obter um resultado que não queremos alcançar. E por isso devemos evitar. Para evitar é necessário investir na prevenção e na promoção”, disse.

Nádia falou sobre a importância do enfrentamento em conjunto. “Devido ao racionamento de água, temos um complicador: guardar água. Isso pode aumentar o número de lugares e recipientes em que as pessoas vão guardar água e talvez elas não cubram, não tampem. Temos um quadro que pode se complicar. Temos uma responsabilidade muito grande de fazer as coisas acontecerem”, afirmou.