Saúde da criança começa antes do nascimento

Equipes de Saúde são orientadas a proporcionar boas práticas e parto humanizado para estreitar laços entre mães e filhos

'Nosso papel é promover o desenvolvimento infantil integral, fortalecendo as habilidades da família ou dos cuidadores no estreitamento dos vínculos afetivos e familiares”, disse Athenê

 

Por Keyla Santos
Foto Edson Hatakeyama

O Dia das Crianças já passou, mas os cuidados com o desenvolvimento infantil devem permanecer diariamente. “Acreditamos muito no trabalho da família voltado para a atenção à criança. A saúde infantil começa desde o planejamento familiar adequado, onde a família, a mulher, escolhe o momento ideal para engravidar. Essa decisão conduz a gestação de forma mais afetiva. Se o parceiro estiver junto nesse processo de pré-natal, os vínculos familiares ficam mais estreitos”, disse Athenê Maria de Marco Mauro, coordenadora da área técnica de Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Na Atenção Básica de Saúde são trabalhados os vínculos afetivos e familiares. Quando há a presença do marido ou companheiro, ele é convidado a participar das consultas junto com a mãe, no chamado Pré-Natal do Homem. Dessa forma é possível enfatizar a importância do vínculo. Eles aprendem a conversar com a criança na barriga, recebem informações sobre o processo pelo qual a mulher está passando para que possam compreender as mudanças que ocorrem no corpo da mulher nesta fase.

“Quando o pai participa de todo o processo da gestação diminui a violência doméstica, tanto em relação à mulher quanto em relação à criança”, afirmou Athenê. Toda a família pode participar do pré-natal, como avôs, tios, amigos que moram junto com a mãe. “A gente explica o que é o nascimento de uma criança na família”, disse Athenê. Além disso, toda a equipe de Saúde é orientanda a proporcionar as boas práticas e um parto humanizado para contribuir com o estreitamento da relação entre mães e filhos.

“A função da gente enquanto Saúde – e que também é um programa de governo do prefeito Fernando Haddad – por meio do programa intersecretarial São Paulo Carinhosa, é fomentar o desenvolvimento infantil em todos os setores por onde essa criança passa. O nosso papel é promover o desenvolvimento infantil integral, fortalecendo as habilidades da família ou dos cuidadores no estreitamento dos vínculos afetivos e familiares”, afirmou a coordenadora.

As boas práticas começam na atenção materno-infantil da maternidade com o parto humanizado, o incentivo ao parto normal, com o clampeamento (corte) tardio do cordão umbilical, aleitamento materno na primeira hora, aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. A mulher que amamenta tem vínculo afetivo inexplicável com seu filho e vice-versa.

Importância do desenvolvimento infantil integral

De acordo com o estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a família, a comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público devem assegurar os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, aos demais direitos do menor e à convivência familiar e comunitária.

O desenvolvimento integral depende de vários fatores. Segundo Athenê, um deles é a redução do estresse tóxico infantil (quando a criança vive num ambiente adverso). “Uma criança que cresce num ambiente de amor e compreensão desenvolve as potencialidades de uma forma mais eficaz do que uma criança que é privada desse ambiente”.

São Paulo Carinhosa

Lançada em agosto de 2013 e coordenado pela primeira-dama Ana Estela Haddad, a Política de Desenvolvimento da Primeira Infância – São Paulo Carinhosa -, prevê direitos importantes. Entre eles, a capacitação de dois mil médicos e enfermeiros e de três mil professores e cuidadores das creches para atender crianças com deficiência, adesão do Mãe Paulistana ao programa federal Rede Cegonha e a construção de sete CAPs infantis. O programa reúne 14 secretarias de forma integrada. Tem ainda a inclusão do programa Saúde na Escola na Educação Infantil em 681 creches e 414 pré-escolas.

O programa também articula ideias e atividades entre sociedade civil e governos estadual e federal, sempre em sintonia com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Programa de Metas do município e o Plano Nacional da Primeira Infância, visando prioritariamente territórios e populações em situação de vulnerabilidade social.