Município lança Linha de Cuidado contra a Obesidade

Programa articula ações existentes e valoriza a promoção à saúde com estímulo à alimentação e prática de atividade física

Por Patrícia Pasquini

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lança nesta quinta-feira (25/9), às 8h30, no auditório do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (Rua 13 de Maio, 1.815 – Bela Vista), a Linha de Cuidado de Sobrepeso e da Obesidade, intitulada “Saúde Muito Além da Mesa – Qualidade de Vida é a Melhor Dieta”. A linha articula as ações existentes na Secretaria e foca a adoção de hábitos saudáveis, especialmente no que diz respeito à alimentação e prática de atividade física.

As ações dirigidas ao combate à obesidade e ao sobrepeso são prioritárias na atenção à saúde, visto que a obesidade é considerada um problema complexo - não somente individual, mas também populacional – e também é fator de risco para diversas doenças crônicas. “A proposta de estruturação de Linhas de Cuidado organiza a atenção à saúde, amplia o acesso às ações e serviços, e busca oferecer a atenção integral à população do Município de São Paulo. Vamos fazer uma aliança estratégica com a Secretaria Municipal de Transportes para utilizarmos cada vez mais as ciclovias e incentivarmos práticas de atividades físicas”, afirma o secretário municipal da Saúde, José de Filippi Jr..

A Linha de Cuidado inicia com a avaliação da equipe multiprofissional da Atenção Básica. Neste momento, é feito o diagnóstico do estado nutricional e condição de saúde e é estabelecido o plano terapêutico individual, assim como as metas a serem alcançadas. “Esta etapa é fundamental para o emagrecimento saudável, pois é o momento da criação do vínculo entre paciente e equipe de cuidados. O papel do nutricionista é importante porque enxerga o paciente como um todo. Além disso, o nutricionista ensina o paciente a se alimentar de forma saudável e perdendo peso. O nosso trabalho é de educação alimentar”, afirma a assessora da área técnica de Nutrição, Rita Helena Bueno Pinheiro. No plano terapêutico individual são ofertadas as atividades físicas que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem e a participação em grupos temáticos.

Existem condições nas quais a meta da perda de peso não é atingida ou a pessoa apresenta outros fatores que necessitam de avaliação especializada. É o momento em que os pacientes precisam de uma atenção mais especial no processo do emagrecimento saudável. O médico especialista vai avaliar o paciente do ponto de vista clínico, diagnosticar as doenças que acompanham a obesidade e reencaminhá-lo à Atenção Básica com as orientações necessárias. “O acompanhamento na Atenção Básica vai apoiar o usuário e sua família quanto à adoção de hábitos saudáveis de vida, estimulando o autocuidado e o alcance das metas pactuadas entre ele e a equipe de saúde. O indivíduo é o foco da ação de saúde e a capacidade de promover a própria saúde deve ser reforçada”, afirma a médica da área técnica de Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Márcia Massironi.

Quando a obesidade é considerada grave, pode haver indicação para cirurgia bariátrica. “A cirurgia é uma opção terapêutica. Para ser realizada é necessário que o usuário seja devidamente esclarecido quanto aos benefícios e riscos, e aceite que terá que adotar um novo estilo de vida para o sucesso do tratamento”, explica a médica Márcia Massironi.

 

Obesidade

A obesidade é uma doença crônica que afeta 300 milhões de pessoas no mundo. É caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, que pode acarretar em graves problemas de saúde e levar até à morte. O obeso tem mais propensão a desenvolver hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula. Além disso, mexe com fatores psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão.

 

Obesidade em números

Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL)*, em 2006, o País tinha 42,6% da população com excesso de peso e 11,8% de obesos. Em 2013, os índices aumentaram 8,2% e 5,7% saltando para 50,8% e 17,5% respectivamente.

Na capital paulista, 51% da população de adultos apresentam excesso de peso e 18% são obesos. No quesito excesso de peso, a capital paulista empata com Recife, Belém, João Pessoa e Fortaleza.

De acordo com a pesquisa, Macapá, Maceió, Curitiba, Natal, Rio Branco, Porto Velho, Campo Grande, Manaus, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Cuiabá têm índices superiores. Estão abaixo de São Paulo: Boa Vista, Aracaju, Teresina, Distrito Federal, Florianópolis, Vitória, Palmas, Goiânia, Belo Horizonte, Salvador e São Luís.

Em relação ao número de adultos obesos, empatam com São Paulo: Curitiba, Campo Grande, Porto alegre, Porto Velho, Recife, Fortaleza, Rio Branco, Macapá e Maceió.

Manaus, Rio de Janeiro e Cuiabá possuem índices superiores. Estão abaixo da capital: Goiânia, Teresina, Vitória, Belém, Florianópolis, Distrito Federal, Salvador, Belo Horizonte e São Luís.

Na comparação com outros países, o Brasil possui mais pessoas com excesso de peso (50,8%) que a China (25,4%) e a Índia (11%) e menos que a Rússia (59,8%) e África do Sul (65,4%).

O Brasil tem 17,5% de obesos, seguido por Uruguai (19,9%), Argentina (20,5%), Paraguai (22,8%) e Chile (25,1%).


* VIGITEL 2013. Foram realizadas 53 mil entrevistas por telefone. Metodologia: utilização dos parâmetros populacionais do Censo 2010 (IBGE)

 

 

Serviço
Lançamento da Linha de Cuidado de Sobrepeso e da Obesidade, intitulada “Saúde Muito Além da Mesa – Qualidade de Vida é a Melhor Dieta”.
Data: 25/9, às 8h30
Local: auditório do Hospital Oswaldo Cruz (Rua 13 de Maio, 1.815 – Bela Vista)