Grupo fornece informação e tranquilidade a gestantes

Mulheres recebem orientação sobre amamentação, alimentação e higiene bucal entre outros cuidados com saúde pessoal e do bebê

As orientações dos profissionais da UBS ajudaram Paloma a enfrentar a eclampsia (hipertensão desenvolvida durante a gravidez) em sua última gestação

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

“O trabalho desenvolvido na UBS me ajudou a esclarecer dúvidas sobre alimentação e amamentação”, diz a dona de casa Paloma Martins de Oliveira, de 22 anos, mãe de uma menina de três anos e de um menino de três meses. Ela integra o Grupo de Gestantes organizado pela equipe do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) da Unidade Básica de Saúde (UBS), em Vila Santa Maria, na Casa Verde (zona Norte). Paloma não está sozinha. Outras gestantes ou mães compartilham sua avaliação. Elas frequentam o encontro das equipes de saúde, uma vez por mês, às terças-feiras. Além de receber cuidados, assistem palestras sobre assuntos relacionados à saúde da mãe e do bebê.

As orientações dos profissionais da UBS ajudaram Paloma a enfrentar a eclampsia (hipertensão desenvolvida durante a gravidez) em sua última gestação. “Estava confusa, minha pressão começou a subir e eu não sabia o que fazer porque não podia tomar qualquer tipo de remédio”, diz. A dona de casa deu à luz há três meses, no Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva, da Vila Nova Cachoeirinha.

A recepcionista Luciana Moreira, de 36 anos, que está na 14ª semana de gestação e será mãe pela segunda vez após 20 anos, também vê nas atividades do grupo uma experiência importante. “Venho para as consultas do pré-natal e acompanho o planejamento do grupo”. Além disso, Luciana frisa a oportunidade para aprender e evitar os erros cometidos, por inexperiência, com o primeiro filho. “Na primeira gravidez sofri muito, pois não tive nenhuma instrução. Meus seios racharam, sangraram. Desta vez eu vim para ter mais conhecimento, não passar pelo que passei”, afirma.

Acolhimento e atenção

Gestante é prioridade zero para a UBS. “Fazemos a captação precoce da gestante desde o momento que descobrimos o período gestacional, passando pelo acompanhamento do pré-natal, seguido do puerpério e da puericultura (especialidade que acompanha o desenvolvimento da criança)”, conta Eliane Barbosa, responsável técnica e enfermeira da ESF.

Ao chegar à unidade com queixa de atraso menstrual a mulher é acolhida pela equipe. Realiza exames de rotina como o teste de urina e, caso o resultado seja positivo, é orientada a fazer os outros exames e, depois, o acompanhamento pré-natal. “Acolhemos a mulher, falamos sobre o resultado do exame, solicitamos os exames correspondentes ao primeiro trimestre gestacional, o ultrassom e orientamos sobre a suplementação do ácido fólico. Os testes são agendados dentro da unidade e também é feito levantamento do passado gestacional da mulher”, explica Eliane.

Depois de confirmada a gestação e realizados os exames necessários, a mulher segue para a primeira consulta pré-natal, onde é aberto o prontuário da gestante. Assim, ela passa a participar do programa Rede Cegonha. “Nele, a gestante tem direito a dar à luz na maternidade de referência, que em nosso caso é o Hospital Vila Nova Cachoeirinha, e tem direito ao bilhete de transporte para a realização de exames fora da UBS”, acrescenta a responsável técnica.

Depois que o bebê nasce, o trabalho continua. De acordo com a agente comunitária de saúde Amanda de Souza, é realizado um acompanhamento geral. Porém, há casos de mães que não comparecem às consultas. “Então, vamos até às casas delas com uma equipe maior para saber o porquê as crianças não compareceram. Infelizmente, na comunidade algumas mães têm pouco interesse no acompanhamento, mas quando começam a faltar muito temos o papel de acompanhar e trazê-las para a UBS”, afirma.

Saúde bucal


Profissionais da saúde bucal falam sobre a importância de as mães cuidarem da higiene da boca, assim como, a dos bebês

 

Eliana Lamounier Maschietto, dentista da unidade, ressalta a importância dos cuidados com a higiene bucal para as futuras mamães. “Elas são avaliadas e é identificada a necessidade de tratamento, que é realizado aqui na unidade. As pacientes têm um acompanhamento durante toda a gestação. No caso das gestantes de alto risco, a equipe vai até a residência delas e passa as informações necessárias”, diz.

Os principais problemas que ocorrem nesta época estão relacionados à alteração hormonal. “No começo da gestação há maior sensibilidade devido ao sangramento gengival. Por conta dessa alteração na gengiva, elas têm dificuldade de escovar. São orientadas a continuar escovando mesmo com sangramento, a utilizar o fio dental, pois tudo isso é muito importante para a saúde”, afirma.

O mesmo ocorre quando o bebê nasce. “Na primeira consulta da criança com o pediatra, a mãe é encaminhada para a odontologia, onde uma técnica em saúde bucal a ensina a fazer a higienização bucal da criança”, finalizou.