Prefeitura vai traçar perfil da saúde do paulistano

Mais de 4.000 entrevistados responderão, entre outras, a perguntas relativas a doenças, práticas saudáveis e utilização de serviços de saúde


Entrevistadores passam por treinamento para o Inquérito Domiciliar de Saúde 2014

 

Por Keyla Santos

Entre agosto e dezembro deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizará a coleta de informações para a pesquisa Inquérito Domiciliar de Saúde – 2014 (ISA-2014). A pesquisa revelará, entre outros, os comportamentos relacionados à saúde do paulistano e o uso dos serviços públicos. Para tanto, serão realizadas mais de 4.000 entrevistas domiciliares por meio de questionários. Os entrevistadores serão identificados por crachá da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e terão às mãos um tablet.

Mais de 40 entrevistadores participam do treinamento para se familiarizar com o ISA Capital – 2014, e assim detalhar e uniformizar a coleta de dados. Durante o curso, com a supervisão dos responsáveis pelo trabalho de campo, eles treinarão como aplicar a pesquisa. Primeiro, será utilizado o questionário de papel. Depois, o digital (tablet).

De acordo com Margarida Maria Tenório Lira, responsável pela Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo), o ISA Capital – 2014 permitirá a ampliação do conhecimento sobre os comportamentos relacionados à saúde da população residente no Município, pois levantará informações que não são colhidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Serão coletados dados sobre morbidade (taxa de portadores de uma determinada doença) referida, incapacidades, limitações, prevalência de comportamentos não saudáveis, uso de serviços de saúde, gastos com a saúde etc.”, disse.

Os dados levantados e as análises realizadas irão subsidiar a formulação e a avaliação das políticas públicas de saúde no Município de São Paulo. “Trata-se de uma importante pesquisa para conhecer o perfil da saúde da população. Por isso, é fundamental a colaboração e apoio dos residentes dos domicílios selecionados”, acrescentou.
 

 

Álcool e tabagismo
Ao comparar os resultados das edições de 2003 e 2008 é possível destacar a prevalência do tabagismo e de doenças crônicas, consumo de álcool e condutas referidas para o controle da pressão alta. De acordo com Margarida, a prevalência global de tabagismo na cidade permaneceu praticamente inalterada no comparativo entre 2003 e 2008. O mesmo foi observado entre homens e mulheres.

Em ambos os períodos é possível observar diferenças significativas no comportamento do tabagismo entre os sexos. “Há maior proporção daqueles que nunca fumaram. E a prevalência dos que nunca fumaram é maior entre mulheres que entre homens”, disse.

Confira o gráfico de prevalência de tabagismo na população de 18 anos e mais do Município de São Paulo ISA-Capital 2003 e 2008


Sem alteração estatisticamente significativa no período analisado

 

O comportamento entre homens e mulheres em relação à frequência do consumo de bebidas alcoólicas apresentou diferença nos dois períodos. “Tanto em 2003 quanto em 2008, a maior parte das mulheres relatou não consumir bebida alcoólica. E a proporção de mulheres diminui conforme aumenta a frequência de consumo”, explicou Margarida.

Ainda segundo a coordenadora da CEInfo, é possível observar que parte dos homens consome bebida alcoólica de uma a três vezes por semana. Porém, constatou-se um aumento de mulheres que consomem bebida alcoólica de uma a três vezes por semana, no período analisado. “O consumo que era realizado por 12,3% das mulheres em 2003 chegou a quase 20% em 2008”, comparou.

Em relação ao controle da hipertensão, subiu o percentual de pessoas que acreditam que tomar a medicação seja uma medida para controle da doença. “Os dados também sugerem aumento do número de pessoas que fazem atividades físicas para o controle dessa morbidade”, disse.

Condutas referidas para o controle da pressão alta – ISA Capital 2003 e 2008