Central 192 do SAMU-SP tem atendimento a estrangeiros

Quatro funcionários bilíngues atuaram na Copa do Mundo e foram incorporados ao Serviço


Estela está há dois meses no Serviço. Além da língua materna - o Português -, ela fala Inglês e Francês básico. Maurício filho de pai argentino e de mãe brasileira, fala Espanhol fluente e entende Português perfeitamente

 

 

Por Patrícia Pasquini e Raoní Telles

A Copa do Mundo deixou um legado para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-SP). A comunicação com estrangeiros que vivem na capital paulista e necessitam de atendimento de emergência foi aprimorada com a presença de quatro Telefonistas Auxiliares de Regulação Médica (TARMs).

O paulistano Maurício Minolfi, de 59 anos, filho de pai argentino e de mãe brasileira, fala Espanhol fluente e entende Português perfeitamente. Ele entrou em 12 de maio no SAMU-SP e atendeu de 8 a 10 estrangeiros durante a Copa. “A comunicação foi boa. Mesmo depois da Copa continuo atendendo este tipo de público, principalmente na região do Bom Retiro, onde tem muitos bolivianos e descendentes”, afirma. Para Maurício é importante haver funcionários bilíngues no SAMU-SP. “Não é só porque eu estou trabalhando aqui. Eu me coloco no lugar de quem precisa de ajuda. No meu caso, por exemplo, seria maravilhoso poder me comunicar com alguém que fale a minha língua”, completa.

Dr. Tagore Alexandre Matos, assistente de coordenação da Central do SAMU-SP, explicou que a frequência de ligações feitas por estrangeiros ainda é baixa, mas a presença dos TARMs bilíngues é essencial. “Eles são muito importantes para o Serviço”, ressalta. De 12 de junho a 13 de julho de 2014 o SAMU-SP recebeu 187.768 ligações. Destas, 20 foram feitas por estrangeiros. No mesmo período do ano passado o SAMU-SP registrou 203.729 ligações.

Estela Arakaki da Silva, de 24 anos, está há dois meses no Serviço. Além da língua materna - o Português -, ela fala Inglês e Francês básico. Não chegou a atender estrangeiros, mas acredita ser importante existir TARMs que possuam conhecimentos de outros idiomas. “Se algum estrangeiro que estiver de passagem pela cidade necessitar de um atendimento de emergência, é importante que ele saiba que nós oferecemos esse serviço e podemos acolhê-lo da melhor forma possível em todas as necessidades de saúde”, afirma.

 

 Foto: Edson Hatakeyama