Prefeitura de São Paulo

No dia 27 de Julho é comemorado o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes de Trabalho, instituído em 1972 em homenagem à luta dos trabalhadores brasileiros por melhorias em suas condições de saúde e segurança no trabalho.

Em alusão a essa data, entrevistamos o médico sanitarista Ricardo Menezes, que é coordenador da Área Técnica da Saúde do Trabalhador desde 2013, para falar sobre saúde do trabalhador como um todo, além da prevenção de acidentes.

O médico ressaltou que a saúde do trabalhador passou a ser tratada como uma política a ser realizada recentemente, tendo em vista as péssimas condições de trabalho até meados da década de 1980. Para Ricardo, a atenção devida à saúde do trabalhador foi dada somente em 2013, com investimentos nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. “O que a gente pegou foi um quadro de desestruturação completa. O que fizemos para retomar essa política foi instituir uma comissão para elaborar planos e articular a rede”, disse.

Quanto à prevenção, o que tem sido feito é a capacitação de profissionais, por meio de cursos, visando que estes implantem medidas de conscientização nos locais de trabalho. Outro recurso é a distribuição de cartazes enfatizando a importância de notificação nos estabelecimentos. Além disso, uma das iniciativas visando a prevenção é a introdução da ficha para notificação de suspeita de doenças relacionadas ao trabalho, que visa fazer com que o profissional pense nas doenças relacionadas ao trabalho e seja encaminhado ao centro de referência caso haja suspeita para que o diagnóstico seja feito precocemente, evitando agravos.

Ações Preventivas
Ainda com foco preventivo, no caso do trabalhador de saúde, existe desde 2013 um Programa de Saúde do Trabalhador no Controle de Zoonoses e Animais Sinantrópicos, que visa realizar um monitoramento clínico anual, além de diagnósticos do ambiente e do processo de trabalho dos profissionais de zoonoses, categoria que corre alguns riscos específicos, como a exposição ao veneno.

De acordo com Ricardo, a média de acidentes com exposição a material biológico no município desde 2012 passa em torno de três mil ao ano, existindo risco de exposição a vírus como HIV e Hepatite B e C. O que vem sendo feito nesses casos é a implantação de referências para profilaxia pós-exposição ao material biológico, tomada como prioridade desde 2014. O profissional de saúde que mais sofre com essa contaminação está na enfermagem, mas segundo Ricardo, também é a área que mais procura profilaxia por espontânea vontade, um fator positivo.

Por fim, a orientação de Ricardo é para “as pessoas se compenetrarem”, que é muito frequente o trabalho ser determinante de adoecimentos e acidentes, portanto as notificações devem ser feitas, disse. “Deve também haver uma crítica aos profissionais que não notificam acidentes de trabalho. Só com informação a gente pode intervir”, concluiu.

Para saber mais sobre o local de notificação mais próximo e os procedimentos em caso de acidentes de trabalho, acesse.

Por: Anderson Peixoto