Durante a IX BIAU, a Prefeitura de Rosário, na Argentina, promoveu duas mesas de discussão sobre transformações urbanas com impacto positivo em cidades iberoamericanas. As experiências de São Paulo, Rosário, Rio de Janeiro, Quito, Cidade do México, Montevidéu, Bilbao e Santiago do Chile foram apresentadas entre 14 e 15 de outubro, com mediação da Prefeitura de Rosário e do professor de urbanismo e arquitetura Oscar Bragos.
O secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando de Mello Franco, apresentou o novo Plano Diretor Estratégico (PDE), que traz orientações para o desenvolvimento e crescimento urbano pelos próximos 16 anos. “O objetivo central desse novo plano é garantir o equilíbrio socioeconômico e ambiental e humanizar as relações na cidade”, declarou Mello Franco.
Ele chamou a atenção para as desigualdades do território de São Paulo, em que as oportunidades de emprego e de geração de renda se concentram na região central da capital, enquanto grande parte da população habita a periferia. Nesse sentido, o PDE pretende superar os desafios da mobilidade e da socialização dos ganhos da produção na cidade.
“Um dos esforços que temos feito é incentivar o crescimento da agricultura urbana, que oferece alternativa de renda, segurança alimentar e qualidade de vida para uma parcela vulnerável da população. O projeto integra essa produção a ações de educação alimentar nas escolas municipais e tem gerado bons resultados”, exemplificou o secretário.
Casos internacionais
Enquanto São Paulo inicia sua jornada em busca de transformações para reequilibrar a cidade, outros municípios que participaram das mesas de discussão já colhem resultados concretos de seus planos diretores ou avançam para concluir os projetos previstos.
Bilbao, na Espanha, apresentou os frutos de um plano ambicioso, que envolveu grandes nomes da arquitetura mundial para revitalizar a região turística da cidade. Um dos ícones desse projeto é o Museu Guggenheim, obra do arquiteto americano Frank Gehry reconhecida em todo mundo.
Mas o plano de desenvolvimento da cidade espanhola não conseguiria avançar no turismo apenas com grandes obras de arquitetura. Um dos pontos centrais desse processo foi a despoluição do Nervión, com a ideia de trazer o rio de volta à vida e à paisagem urbana. Foram 30 anos para recuperar suas águas, drasticamente afetadas pela indústria química.
Outro ponto interessante do plano de Bilbao foi o investimento na criação de um parque tecnológico e na implementação do metrô – lá de responsabilidade do município.
Já Montevidéu, capital do Uruguai, trouxe o exemplo de como harmonizar as relações entre as pessoas para trazer mais qualidade de vida para as cidades. Durante um vídeo projetado pela diretora responsável pelos espaços públicos da prefeitura da cidade, Patricia Roland, o arquiteto Conrado Pintos dizia: “Se não há espaço público, não há cidade”.
De fato, a premissa do veterano da arquitetura uruguaia se comprova nas experiências recentes de Montevidéu. A prefeitura tem trabalhado para revitalizar praças e espaços de convívio no território, com atenção especial à periferia, que carece de equipamentos de lazer e cultura. “Parece algo singelo, mas os impactos são extremamente positivos para comunidades locais. Ao revitalizar praças, por exemplo, melhoramos a iluminação pública e com isso a segurança no bairro, promovemos atividades gratuitas e plantamos mais árvores. Tudo muda naquele entorno”, disse Patricia.
Áreas metropolitanas
Todas as cidades que compartilharam suas experiências integram regiões metropolitanas. Assim, questões como gestão dos rios e mobilidade são preocupações comuns e despertam um interesse cada vez maior no tema da governança metropolitana.
Assista ao vídeo sobre o plano de desenvolvimento urbano de Montevideo
Conheça o resumo animado do PDE de São Paulo
http://www.youtube.com/watch?v=gJjJWNwJ-Ig
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