II Plantio Global reúne mais de 500 voluntários na Vila Mariana

Foram plantadas 100 árvores na extensão do Corredor Verde para Polinizadores, implementado em 2017 nos arredores do Instituto Biológico com espécies nativas

O II Plantio Global, ação colaborativa e comunitária para promover as árvores nativas na metrópole, reuniu mais de 500 voluntários no último domingo, 18 de março, na Av. Dr. Dante Pazzanese, nas proximidades do Instituto Biológico (IB) e Museu do Instituto Biológico - Planeta Inseto. Foram plantadas 100 árvores na extensão do Corredor Verde para Polinizadores (CVP), implementado em 2017 nos arredores do IB com espécies nativas (árvores, arbustos e forrações atrativas aos polinizadores). Entre as espécies estão Abiu, Pau Viola, Pau Cigarra, Angico, Pau Ferro, Ipê Verde, Jequitibá Branco, Uvaia e Guabiroba.

A ação é realizada por meio do Cades (Conselho de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) da Prefeitura Regional Vila Mariana, e do Fórum Agenda 2030, pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto Biológico, com parceria da Prefeitura Regional Lapa, Horta Comunitária da Saúde e Instituto Ecobairro Brasil. No primeiro Plantio Global no ano passado, participaram os seguintes países: Austrália, Eslovênia, Espanha, Equador, EUA, França, Japão, Inglaterra, Itália e México. No Brasil, 73 cidades plantaram juntas. O levantamento das cidades que participaram este ano será concluído na próxima semana.

Um dos objetivos do CVP é conscientizar a população sobre a importância da manutenção do equilíbrio ambiental, com foco na polinização por insetos e avifauna também. O projeto foi inspirado em iniciativas internacionais para reverter a situação de declínio da população de polinizadores no mundo todo – como a realizada em Oslo, capital da Noruega, que implantou a “rodovia das abelhas” com espécies melíferas.

O Plantio Global reúne grupos de cidades do Brasil e do mundo que realizam plantios arbóreos em área urbana com a intenção de produzir um efeito transformador para resgatar e valorizar os elementos da vegetação nativa que amplie a conscientização e as boas práticas ambientais. Esta ação também pretende inspirar a criação de novos grupos para ampliação da troca de experiências e de conhecimento, aquecendo a discussão sobre o tema, e contribuindo com a experimentação e o aprimoramento de políticas públicas para o setor.

A cidade de São Paulo, assim como muitas outras, trocou a imensa biodiversidade nativa da Mata Atlântica por esparsa arborização urbana, composta por um excessivo número de espécies exóticas que não favorecem a cadeia ecológica local. Hoje, o cidadão paulistano desconhece sua vegetação ancestral, suas frutas, estética, espécies e fauna.

Os plantios são realizados com a maior diversidade possível de espécies nativas de ocorrência regional que tenham a capacidade de oferecer serviços ambientais em harmonia com a estrutura urbana existente. Neste processo são observadas as técnicas ecológicas e botânicas locais, envolvendo a parceria de diversos grupos: sociedade civil, organizações privadas e poder público.

De carona com o plantio, abordam-se também temas relacionados à qualidade do solo, à quantidade de áreas permeáveis, à recarga hídrica do lençol freático, à conectividade da vegetação na paisagem para criação de corredores que favoreçam o trânsito da fauna, à qualidade do ar e a função da vegetação no sequestro de carbono, à redução das ilhas de calor urbano em função da vegetação, dentre outros tantos que chegam até aos aspectos de saúde e de bem-estar da população que usufrui de áreas ecologicamente equilibradas.

Assim, é fundamental que sejam permanentes as ações que promovam plantios adensados de espécies nativas em áreas públicas, seja pelos cidadãos, comunidades, poder público ou iniciativa privada em apoio a concretização das diretrizes do Plano Diretor Estratégico, as premissas da Agenda 2030 e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS.

Diversos ODS são atendidos com esta iniciativa, especialmente o ODS 11 - Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, e o ODS 15 - Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.

O evento trouxe, ainda, oficinas e exposições de:
- Compostagem (com distribuição de composto / Inova-Eugenia Gaspar)
- ODS (Cristina VHaas)
- EcoBairro - mapa afetivo de Vila Mariana (Lara Freitas)
- Residuo Zero (Silvia Berlinck)
- Hortas Comunitárias em SP (União de Hortas Comunitárias de SP)
- Brinquedos com Recicláveis (Leo Stinghen)
- Bombas de Sementes (Jaqueline Pereira)
- Bordados em Folhas Secas (Clarice Borian)
- Pintura em Placas (Flores No Cimento - Diego Ramos Lahóz)
- PANC - Plantas Alimentícias Não Convencionais (José Luiz Fazzio)
- Museu do Instituto Biológico - Planeta Inseto (Mario Kokubu)
- Casa+Verde (Rogério da Paixão)
- Porta Vaso de Macramê (Diego M. Blum da Silva)

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