República: da queda do império à modernidade

Em busca de uma identidade progressista e inovadora, paulistanos tentaram recriar o centro da cidade

Durante os 300 primeiros anos da formação da cidade, São Paulo se resumia a uma pequena planície urbanizada que ficou conhecida como “Centro Antigo”. A partir do século XVIII a cidade começava sua primeira expansão para além das margens do rio Anhangabaú, formando a região que ficou conhecida nos anos seguintes como "Centro Novo". Nessa época a região era formada basicamente por chácaras sendo a maioria do Marechal Jose de Arouche Randon. Durante a formação do bairro já existiam algumas vias como a avenida Ipiranga, as ruas Coronel Xavier de Toledo e Sete de Abril (data da renuncia de Dom Pedro I).

Duas áreas da região ganharam destaque. Uma delas foi o largo do Arouche, que servia como local de treinamento para os exercícios militares, e a outra era o largo dos Curros, ponto de diversão para os paulistanos que gostavam de cavalhadas e corridas de touros. A mesma área também foi batizada de praça Sete de Abril. Depois da proclamação da Republica, em 1889, os vereadores paulistanos resolveram mudar o nome do local para praça da Republica. Nessa época o nome de várias ruas e praças que lembravam o antigo regime foi alterado.

Fundada em 1846, a escola normal Caetano de Campos foi planejada pelo arquiteto Ramos de Azevedo com uma mistura de vários elementos arquitetônicos característicos da época. Atualmente o prédio abriga a Secretaria Estadual da Educação.

Foi na virada do século após a morte do Barão de Itapetininga, detentor de muitas terras da região, que as propriedades começaram a ser loteadas para construção dos primeiros empreendimentos imobiliários da região. A formação do bairro segue um novo modelo de urbanização, com ruas mais largas e quadras mais definidas e proporcionais contrapondo o modelo colonial do “Centro Velho”.

A Feira de Arte e Artesanato que acontece na praça da República, das 9h às 17h, em todos os finais de semana e abriga mais de 600 barracas de artesãos das regiões Norte, Nordeste e países vizinhos como o Peru, é uma das maiores atrações do bairro. Os artistas produzem peças e adornos pessoais como colares, brincos e utensílios domésticos. A feira existe desde 1956 quando o colecionador de selos J.L Barros Pimentel, criou no local uma mini feira de selos que também atraiu colecionadores de moedas e em seguida hippies do movimento “paz e amor” que abriram espaço para os artesãos.

As ruas da República são verdadeiras galerias a céu aberto devido à variedade de monumentos e obras arquitetônicas distribuídas pela região. Um exemplo é o edifício Copam do arquiteto Oscar Niemayer. Além disso, o bairro oferece diversidade cultural. Em seu perímetro estão localizados o “Teatro Municipal”, a Galeria do Rock, a Praça das Artes, a Galeria Olido e a Biblioteca Mario de Andrade.

Outro ponto importante do bairro é o vale do Anhangabaú. A medida que a cidade se desenvolvia a região passava por muitas mudanças, como a canalização do rio Anhangabaú. Desde 1991 a área preserva as intervenções urbanísticas e paisagísticas idealizadas pelo urbanista Jorge Wilheim. Hoje, o local é escolhido para realização de grandes festas e eventos organizadas pelo município.